Frango Vivo: Demanda melhora, mas oferta ainda pressiona as cotações nesta semana

Publicado em 13/05/2016 18:06

Os preços do frango vivo no mercado independente exibiram leve recuperação nesta semana com o incremento da demanda de início de mês, mas a oferta ainda supera a necessidade do mercado e impede valorizações significativas.

Na terça-feira (10) a praça de Minas Gerais registrou o terceiro reajuste em sete dias de negócio, passando de R$ 2,35/kg para R$ 2,55/kg. Com a valorização de R$ 0,20 - no período - a cotação em Minas volta a superar o mercado paulista.

Em São Paulo, o valor de comercialização do animal vivo está em R$ 2,50/kg, seguida do Rio Grande do Sul que registra R$ 2,45/kg e de Paraná e Santa Catarina, que tem o menor valor, R$ 2,46/kg, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas.

Na praça paulista, no entanto, é importante considerar as observações de negócios abaixo da referência, apontando desequilibrou entre oferta e demanda maior do que tem sido visto nas demais regiões. Assim, os analistas consideram pouco provável reajustes positivos em São Paulo no decorrer de maio, visto que nem mesmo a demanda de inicio do mês foi capaz de elevar as cotações.

Nesta sexta-feira (13) o alerta de mercado do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) destacou os valores do frango vivo e do pinto de um dia que, devido à oferta dos animais vivos, seguem em queda na maioria das regiões acompanhadas.

Para o animal vivo, os atuais patamares são os menores desde junho/15, em termos nominais. "A expectativa de produtores consultados pelo Cepea era de que os altos preços da carne bovina e a redução do poder de compra de consumidores pudessem impulsionar as vendas da carcaça de frango. O que, por sua vez, elevaria a demanda por animais para abate. No entanto, a oferta segue superando a demanda, frustrando a expectativa desses agentes", disse.

Como fator positivo, o desempenho favorável das exportações de carne de frango brasileira colaborou para redução da oferta interna, fazendo os preços das carnes resfriada e congelada se manterem em alta desde o início de maio, segundo o Cepea.

Em nota o Centro informou que o frango resfriado fechou cotado a R$ 3,75 o quilo na sexta-feira (6), uma alta de 4,17% no acumulado do mês, segundo o indicador do Cepea com base no preço médio praticado no atacado da Grande São Paulo, São José do Rio Preto e Descalvado. Já o frango congelado ficou em R$ 3,76/kg, alta de 3,58% em maio.

Custos

A baixa disponibilidade interna do milho neste ano, consequência de exportações elevadas desde o segundo semestre de 2015; menor área cultivada na safra de verão; e expectativa de quebra na safrinha; mantém os preços do cereal em alta. Desde então, os custos de produção de frangos e suínos têm ficado altos, reduzindo margens de lucro do setor.

Neste sentido, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) informou na terça-feira (10) que negocia novas vendas de estoques de milho neste ano como forma de garantir o abastecimento dos produtores de frangos e suínos, após confirmação de que a segunda safra será menor que a do ano passado.

O governo pretende leiloar até 1 milhão de toneladas de milho neste ano, informou o Mapa em nota. Nos últimos três meses, 500 mil toneladas do grão já foram vendidas por meio dos leilões e, em abril, o governo aprovou a redução a zero do imposto de 8% sobre a importação do grão.

A expectativa da indústria de proteína animal é de que os preços do milho comecem a cair com o início da colheita da safrinha, entre o fim de maio e início de junho.

Exportações

Outro fator importante para o escoamento da produção neste ano de dificuldade no consumo interno são as exportações.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), na primeira semana de maio os embarques foram, em média, 18,93 mil toneladas dia contra os 16,32 mil t/dia – uma queda de 14%.

No entanto, segundo analistas, esses números não devem apresentar à frente um retrocesso significativo, uma vez que maio corrente tem um dia útil a mais.

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Por:
Larissa Albuquerque // André Lopes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

    Achei excelente essa modificação em que o foco das análises se concentra mais na oferta. A oferta faz a demanda. Prova essa ótima matéria do Noticias Agricolas, de autoria da Larissa Albuquerque e André Bittencourt, que demonstra que um aumento na oferta aumentou a demanda. Quem não sabe isso? Se o preço cai as pessoas compram mais, assim como empresas e países. O principal motivo que justifica ser melhor analisar o mercado pela oferta é que, assim, o controle passa às mãos dos produtores rurais, ao invés dos compradores. O mecanismo de controle de preços se dá pelo lado dos ofertantes e não dos demandantes. Também por esse motivo, politicas sugeridas por muitos produtores de proteção, apoio e estimulo ao agronegócio não tem funcionado ao longo do tempo. Querer tranquilidade e garantias sem olhar o lado da oferta é um tiro no pé. Em outras palavras, os estimulos não devem levar uma super oferta ao mercado, o que beneficiaria os consumidores, afetando negativamente os produtores. Nas exportações, se é necessária regulamentação, que se estabeleça cotas de exportação, para controlar a oferta; assim em anos bons aumenta-se a cota e em anos ruins diminui-se a cota. Com os mecanismos de controle atuais, nada impede que a interferencia do governo faça com que oscilações bruscas ocorram, prejudicando ora um lado da corrente, ora outro.

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