Difícil de detectar, vírus da gripe aviária na China pode estar mais disseminado

Publicado em 17/02/2017 13:28

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PEQUIM (Reuters) - As taxas de infecção por gripe aviária nas fazendas de criação de aves da China podem ser bem maiores do que se pensava anteriormente, porque uma cepa do vírus mortal que matou mais de 100 pessoas neste inverno é difícil de detectar em frangos e gansos, disseram especialistas em saúde animal.

As aves que contraíram a variedade H7N9 da gripe aviária mostram poucos ou nenhum sinal de sintomas. Isso significa que qualquer infecção provavelmente só será detectada se produtores ou autoridades sanitárias fizerem testes aleatórios no plantel.

Além disso, o vírus pode ser mortal para serem humanos.

Isso marca uma diferença em relação a outras cepas do vírus, como a altamente contagiosa H5N6, que atingiu as fazendas da Coreia do Sul em dezembro, levando o governo a convocar o exército para ajudar a abater cerca de 26 milhões de aves.

Embora mais contagiosa, aquela variedade não matou nenhuma pessoa.

Os últimos meses têm registrado diversos surtos de gripe aviária ao redor do mundo, com ao menos uma dúzia de diferentes variedades do vírus em circulação. A escala desses surtos e a variedade de cepas aumentam as chances de fusão e mutação entre os vírus, o que pode gerar novas variedades que se espalhem mais facilmente entre pessoas, segundo os especialistas.

Por enquanto, a H7N9 é vista como relativamente difícil de se espalhar entre humanos. O Centro para Controle e Prevenção de Doenças da China disse que a vasta maioria das pessoas infectadas por essa variedade relatou exposição a aves, especialmente em mercados nos quais os animais são vendidos vivos.

"Há muito pouco ou nenhum sinal clínico quando esse vírus (H7N9) infecta aves, e essa é a principal razão pela qual não estamos vendo reportes vindos de fazendas de aves na China", disse o vice-diretor geral para padrões internacionais e ciência na Organização Mundial de Saúde Animal, Matthew Stone.

Até 79 pessoas morreram de gripe aviária H7N9 na China apenas em janeiro, uma taxa quatro vezes maior que no mesmo mês nos últimos anos.

"Se temos tantas infecções humanas, naturalmente isso reflete uma atividade, um surto intenso em frangos. Eles estão altamente associados", disse o diretor do Laboratório Estatal de Doenças Infecciosas Emergentes e do Centro de Investigação Influenza na Universidade de Hong Kong, Guan Yi.

(Por Dominique Patton)

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Fonte:
Reuters

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