Exportações de carne de frango caem para 1,017 milhão de tons em 2018

Publicado em 03/04/2018 14:33
Embarques de carne suína totalizaram 129,3 mil toneladas no primeiro trimestre

As vendas de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados), do Brasil totalizaram 1,017 milhão de toneladas, 5,6% a menos que as 1,078 milhão de toneladas registradas no primeiro trimestre do ano passado, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). 

Em receita, as vendas do ano alcançaram US$ 1,605 bilhão, número 11,9% inferior na comparação com os US$ 1,822 bilhão dos três primeiros meses do ano passado.

Considerando apenas o mês de março, o setor exportou 376,6 mil toneladas, desempenho 2,2% menor que as 385,1 mil toneladas registradas no mesmo período de 2017.  A receita dos embarques alcançou US$ 589,9 milhões, número 10% menor que as US$ 655 milhões do terceiro mês do ano passado.

“O ano era promissor para o setor, mas a soma entre custos de produção em elevação e as suspensões de plantas pelo próprio Brasil para a União Europeia impactou negativamente o saldo do trimestre.  Em março, as vendas de carnes salgadas, principais produtos importados pelos europeus, registraram perdas próximas de 50% em volumes”, analisa Francisco Turra, presidente-executivo da ABPA.

De acordo com o presidente da ABPA, o setor tem grande expectativa com a retomada das exportações de plantas suspensas de empresas do setor pelo Ministério da Agricultura brasileiro para embarques à União Europeia, o que deve reparar impactos causados pela forte retração nas exportações para o bloco. 

 “A situação toda se refere a critérios de classificação de produtos, não de riscos ao consumidor.  São empregos em risco, em um momento fundamental para a retomada econômica do País. Abrir um mercado toma anos de investimentos e é uma grande luta. Por este motivo, confiamos que o Ministério da Agricultura agilizará este processo de negociação com a Europa, tratando-o prioritariamente.  Da mesma forma, acreditamos que as estratégias de explicações e eventuais correções devem ser repensadas, valorizando e dando crédito ao setor agroindustrial brasileiro. Ilegalidades devem ser combatidas, mas podemos pagar caro por decisões drásticas”, analisa Turra.

Carne suína in natura – As vendas de carne suína in natura totalizaram 48,3 mil toneladas em março, volume 11,9% inferior às 54,8 mil toneladas registradas no mesmo período de 2017.  Em receita, a retração foi de 26,8%, com US$ 101 milhões no terceiro mês deste ano, contra US$ 138,3 milhões em março do ano passado.

No acumulado de 2018, os embarques alcançaram 129,3 mil toneladas, número 15,8% inferior às 153,4 mil toneladas obtidas no primeiro trimestre de 2017.  No mesmo período, houve retração de 24,6% em receita, com US$ 275,6 milhões em 2018, e US$ 365,5 milhões no ano passado.

“As vendas para a China seguem em forte elevação e o mercado segue como principal importador, posição que assumiu neste ano.  Em relação a março de 2017, a variação alcança 178%, com 13,6 mil toneladas no mês passado.   O bom ritmo também foi registrado em Hong Kong, com elevações de 58%.  Com as questões comerciais entre chineses e os Estados Unidos, há expectativa de que estes números cresçam ainda mais, retomando, aos poucos, o antigo ritmo de embarques, diminuindo as perdas causadas pela suspensão das vendas para a Rússia”, analisa Ricardo Santin, vice-presidente de mercados da ABPA.

Exportações de frango do Brasil caem por embargos e alto custo de produção, diz ABPA

SÃO PAULO (Reuters) - As exportações de carne de frango do Brasil caíram 5,6 por cento em volume nos primeiros três meses do ano, devido a proibições comerciais e custos de produção mais altos, informou nesta terça-feira a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

A exportações de frango in natura totalizaram 1,017 milhão de toneladas no período, ante 1,078 milhão de toneladas nos mesmos meses do ano passado. Em termos financeiros, as exportações caíram 12 por cento, para 1,605 bilhão de dólares, disse a ABPA.

A ABPA disse que as vendas de carnes salgadas, a maior categoria de exportações para a Europa, registrou perdas perto de 50 por cento em volume em março.

"O ano era promissor para o setor, mas a soma entre custos de produção em elevação e as suspensões de plantas pelo próprio Brasil para a União Europeia impactou negativamente o saldo do trimestre", afirmou o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, em nota.

No mês passado, o governo brasileiro suspendeu as exportações para a UE da BRF, a maior processadora de frango do país, depois que alegações contra a companhia surgiram em uma investigação contínua sobre segurança alimentar. Outras empresas também foram proibidas de exportar por não cumprirem certas regras da UE, de acordo com o Ministério da Agricultura.

A discussão com a União Europeia sobre as exportações de frango "se refere a critérios de classificação de produtos, não de riscos ao consumidor", disse a ABPA. O impasse coloca "empregos em risco, em um momento fundamental para a retomada econômica do país", disse Turra.

BRF e a empresa privada Cooperativa Central Aurora de Alimentos anunciaram férias coletivas a funcionários para ajustar a produção à capacidade.

Um aumento nos custos de ração e a proibição comercial da Rússia sobre a carne suína do Brasil por preocupações com aditivos na ração também estão pressionando a indústria.

O Ministério da Agricultura não comentou imediatamente sobre a situação das conversas com as autoridades europeias, que estão visitando o Brasil nesta terça-feira, sobre a segurança alimentar e a possibilidade de remover as barreiras da exportação.

A ABPA disse que as exportações de carne suína in natura também caíram quase 16 por cento em relação ao ano passado, para 129.300 toneladas nos primeiros três meses de 2018, conforme as empresas ainda se recuperam da proibição russa implementada a partir de 1 de dezembro.

De outro lado, há um aumento estável nas compras de carne suína brasileira pela China, que se torna o principal mercado do Brasil, uma tendência que deve continuar depois que Pequim impôs taxa sobre as exportações de suínos dos Estados Unidos.

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Fonte:
ABPA/Reuters

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