Cotações do suíno independente atingem recorde nas principais praças produtoras

Publicado em 06/08/2020 15:16
Apesar da elevação nos preços, lideranças do setor ressaltam que os custos de produção, puxados pelo milho e farelo de soja, também estão em patamares recorde

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A primeira semana do mês de agosto foi de preços atingindo recorde nominal nas principais praças que comercializam suínos de forma independente. Lideranças das associações de suinocultores apontam a demanda externa forte e a melhora no consumo interno como fatores que ajudaram a impulsionar os preços para cima. Apesar disso, eles também relatam que os custos de produção, principalmente insumos como milho e farelo de soja, também estão em patamares recorde, fazendo com que o poder de compra do produtor não melhore tanto.

Nesta quinta-feira (6), a Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS) realizou negociação de suínos no mercado intependente junto aos frigoríficos e atingiu valor recorde. Segundo o presidente da entidade, Valdomiro Ferreira, o valor passou de R$ 6,66/kg na semana passada para R$ 7,25/kg nesta semana, atingindo recorde nominal. 

Ferreira afirma que além da alta em São Paulo, há a expectativa de que os preços para os suinocultores independentes suba em todo o Brasil. Entre as razões para a movimentação, ele cita a proximidade do Dia dos Pais, a demanda aquecida no mercado interno e externo. Isso faz com que haja uma menor oferta de carne, já que os animais acabam saindo mais leves da granja.

Santa Catarina, que também negocia os animais no mercado independente às quintas-feiras, teve aumento de R$ 6,34/kg, na semana passada para R$ 6,61 nesta semana, valor recorde nominal.

De acordo com o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, o consumo interno segue melhorando, e esta semana se soma o Dia dos Pais, ocasião em que o consumo da proteína aumenta.

"As grandes empresas continuam no mercado independente favorecendo a sustentação e elevação dos preços. Deve continuar assim, nas próximas semanas porque tem menor oferta e o peso dos animais está controlado". 

O preço do quilo do suíno vivo no mercado independente mineiro passou de R$ 7 para R$ 7,40 nesta quinta-feira (6), quando a Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais realizou negociação com os frigoríficos. O valor é recorde nominal.

Conforme explica o consultor de mercado da Associação, Alvimar Jalles, o mercado no estado está fluindo bem e, nesse momento, o restante do país vem fortalecendo seus preços de suínos a cada semana, o que auxilia na precificação local. "Os frigoríficos alegaram dificuldades de repasse desses preços mas, aceitaram o reajuste como resultado da atual relação de oferta versus procura".

No Rio Grande do Sul houve novo recorde, com preço passando de R$ 6,01/kg vivo para R$ 6,10/kg. O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Foaldor, o valor está adequado para que o produtor tenha certa margem de lucro e consiga "colocar a casa em ordem".

"As exportações estão indo muito bem e o mercado interno também está reagindo. Na próxima semana ainda há espaço para alta, devendo subir entre R$ 0,10 a R$ 0,20 centavos", afirmou.

O aumento nos preços em estados como São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina acaba se refletindo no Mato Grosso, conforme explica o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Mato Grosso (Acrismat), Itamar Canossa. Nesta semana, o preço atingiu recorde nominal, chegando a R$ 5,39/kg.

De acordo com ele, entretanto, este aumento no estado tem demorado um pouco mais do que o esperado, já que os consumidores matogrossenses, na opinião de Canossa, têm relutado em aceitar a elevação dos valores.

"O principal ponto de sustentação nos preços é a exportação. Os animais têm saído das granjas mais leves, porque os frigoríficos ligam quase que diariamente para pedir animais para abate". 

 

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Tags:
Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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