Preços do suíno independente sobem, mas alta de insumos encurta margem de lucro

Publicado em 13/08/2020 16:11
Segundo lideranças, frigoríficos alegaram não ter condições de elevar os preços nos patamares que os suinocultores desejavam

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A segunda semana de agosto foi de preços subindo para o mercado independente de suínos, mas não como os produtores esperavam, por ainda estar no início do mês. De acordo com lideranças, os frigoríficos disseram estar com dificuldades para repassar carcaças e cortes suínos, e que não conseguiriam negociar preços maiores com os suinocultores. Algumas lideranças dizem que, ainda que os preços tenham subido, os custos de perodução pressionam muito as margens de lucro. 

São Paulo, que realiza a negociação da Bolsa de Suínos às quintas-feiras, fechou preço hoje de R$ 7,31/kg, acima dos R$ 7,25/kg da semana anterior. Segundo o presidente da Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), Valdomiro Ferreira, a alta foi menor do que o esperado. 

"Nessa semana, o preço da saca de 60kg de milho na região de Campinas e chegou a quase R$ 55, e já tem ofertas da tonelada do farelo de soja a R$ 2 mil. Nas últimas quatro semanas, ainda que o preço pago pelo suíno estivesse menor, o poder de compra do produtor era maior do que hoje", disse.

Nesta quinta-feira (13), Santa Catarina também negociou os animais no mercado independente, e o preço passou de R$ 6,61/kg para R$ 6,95/kg. Conforme explica o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio de Lorenzi, a alta é reflexo das exportações aquecidas e da melhora gradual no consumo interno. Na opinião dele, há preocupação de que a China não comporte todo esse volume, o que pode gerar uma crise na suinocultura, dado o alto patamar nos custos de produção.

"Acredito que deve diminuir a oferta de animaias para abate, já que o suinocultor deve reter os animais (que hoje estão saindo mais leves da granja) para ganharem mais peso e a negociação ser mais rentável", disse. 

A Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), informou que a negociação desta quinta-feira (13) chegou a preços maiores, de R$ 7,40/kg para R$ 7,80/kg.

O consultor de mercado da Asemg, Alvimar Jalles, explica que "o mercado no Estado continua fluindo muito bem, e os frigoríficos alegaram dificuldades de repasse dos preços e alguma redução de vendas mas, entendem que a escassez de suínos vivos é maior e concordaram com o reajuste".

No Rio Grande do Sul, o preço do suíno vivo subiu de R$ 6,10/kg para R$ 6,51/kg nesta semana. Para o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), a procura por animais para abate continua intensa.

"Mesmo com os aumentos nos preços do suíno, a margem de lucro está apertada, porque o custo de produção subiu muito, está em torno de R$ 4,70, R$ 4,80 por quilo de suíno", disse. 

O presidente da Associação de Criadores de Suínos do Mato Grosso do Sul (Acrismat), Itamar Canossa, também afirma que o poder de compra do suinocultor diminuiu. Nesta semana, a média de preços do suíno vivo dentro do Estado passou de R$ 5,39/kg para R$ 5,62/kg, mas que o ideal era que o valor estivesse rondando a casa dos R$6.

 

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Tags:
Por:
Letícia Guimarães
Fonte:
Notícias Agrícolas

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