Rússia e China: Brasil não se beneficia da crise do frango com EUA
Colhidos no sistema Alice da SECEX/MDIC, os dados relativos aos quatro primeiros meses de 2010 mostram que foram exportadas para a Rússia, nesse período, 25.563 toneladas de carne de frango. Ou seja: houve, sim, aumento nos embarques. Mas o incremento foi de apenas 1,33%.
Já os embarques com destino ao mercado chinês (somadas as exportações para a China Continental e Hong Kong) caíram de 152.839 toneladas no primeiro quadrimestre de 2009 para 144.292 toneladas no mesmo período de 2010 – uma redução de 5,59%, que fez com que o total exportado para os dois países recuasse 4,61%.
O caso da China, por sinal, é no mínimo sui generis: o esforço do Brasil (inclusive do Presidente da República) para aumentar as exportações de carne de frango para a China parece ter sido compensado, pois o volume embarcado subiu de apenas 205 toneladas (ou, mais exatamente, 204.525 quilos de cortes, provavelmente patas de frango) para 30.089.254 quilos (30,1 mil toneladas).
Só que - como que compensando esse excepcional aumento (de 14.611%!) de exportações diretas para o mercado continental chinês - as exportações para Hong Kong retrocederam mais de 25%, ou seja, caíram de 152.635 toneladas no ano passado para 114.203 toneladas neste ano. Com isso neutralizou-se totalmente e ainda tornou-se negativo o aumento obtido junto ao mercado chinês.
É verdade que a receita cambial dessas exportações aumentou 19% no quadrimestre. Mas esse incremento é reflexo, quase todo, da valorização do preço médio do frango no mercado internacional.