Desempenho do ovo em fevereiro de 2011
É verdade que a partir da segunda quinzena de fevereiro sofreu forte desvalorização, perdendo praticamente a metade dos ganhos obtidos na primeira quinzena do mês. Mesmo assim obteve no segundo mês do ano a melhor média de preços dos últimos 13 meses, com valorização de 11,65% sobre fevereiro de 2010 e de 19,45% sobre janeiro de 2011. Além disso, considerada a média dos primeiros 59 dias do ano (bimestre janeiro-fevereiro) registra, nominalmente, o maior valor nominal dos últimos 12 anos, com ganho de 7,14% sobre o valor médio alcançado nos 365 dias de 2010.
Engana-se, porém, quem concluir – à vista desses índices – que tudo corre às mil maravilhas para o produtor de ovos. Porque, contrapostos a prazos mais longos, os resultados atuais podem ser considerados, no mínimo, medíocres.
Por exemplo: a média alcançada em fevereiro pode ser a melhor dos últimos 13 meses, mas está apenas 1,7% acima da média de fevereiro de 2009 (o que significa que perdeu expressivamente da inflação acumulada nos últimos dois anos).
Mas bem pior é constatar que o preço atualmente recebido pelo produtor é cerca de 13% inferior ao valor médio de três anos atrás (fevereiro de 2008), ocasião em que a caixa de ovos foi remunerada por valor médio superior a R$50,00.
Retrocedendo ainda mais, à época em que foi implantado no País o atual padrão monetário (1994), observa-se que o ovo acumula (numa variação ponta a ponta) valorização da ordem de 130%, pois vinha sendo comercializado então por valor próximo de R$20,00/caixa. Ou seja: permanece a uma distância extremada da inflação acumulada nos cerca de 200 meses de vigência do real e que agora chega aos 350% pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas. Quer dizer: se acompanhasse a inflação, o ovo teria sido comercializado em fevereiro por valor não muito distante de R$90,00/caixa. Mas, como se vê, ficou apenas à metade disso.