Desafio da pecuária de leite está no controle dos custos na fazenda

Publicado em 01/08/2011 07:46
O Brasil produz hoje mais de 30 bilhões de litros de leite por ano. O desafio da atividade está no controle dos custos na fazenda. Um mercado de altos e baixos aonde a renda vem com uma boa gestão que vai além da genética.

Os produtores mineiros respondem por 30% do leite que chega à mesa do consumidor brasileiro. Já foi o tempo do chamado tirador de leite. Hoje o mercado exige um trabalho de gerenciamento na propriedade para acompanhar todos os passos da vaca, e literalmente.

Na fazenda do produtor Luiz Carlos Rodrigues por exemplo, na perna da vaca tem um pedômetro que mede quantos passos o animal anda por dia, se fugir da média pode haver algum problema. Cuidar da sanidade tem resposta na qualidade do leite e no custo de produção.

Nos últimos 12 meses o custo na pecuária de leite em Minas Gerais aumentou em mais de 19%. O índice calculado pela Embrapa Gado de Leite leva em consideração todos os insumos incluindo combustível, mão de obra e energia elétrica. As propriedades com os melhores resultados são aquelas que tem um bom controle nos gastos para produzir cada litro de leite.

– O valor do leite não acompanhou os custos. Enquanto o preço do leite subiu 14% no mesmo período, de julho do ano passado para julho de 2011, enquanto que os insumos subiram quase da casa dos 20% – relata o produtor.

Luiz Carlos Rodrigues tem 108 vacas em lactação, e faz o dever de casa, tem piquetes rotacionados de pastagem. Trabalha com o controle de todos os insumos de acordo com o preço que o laticínio paga. No último mês ele recebeu R$ 0,95 pelo litro e o custo operacional foi de R$ 0,65.

– Conseguimos sem dúvida ajustar nossos custos dentro do valor do litro de leite porque a gente sabe que mercado não se mexe, temos que fazer dentro da fazenda. Estamos fazendo nosso dever de casa, vaca só come se produzir bem, se não produzir ela não come, senão ela não se paga – explica.

Já na propriedade de Jonadan Má o investimento garantiu um padrão internacional. A vacada com todo conforto no free – stall, tudo climatizado. O cocho que o produtor Jonadan prefere chamar de prato é azulejado. O custo pelo litro de leite é maior chega a R$ 0,79.  Mas a produção chega a 7,1 mil litros por dia e o resultado vem na conta que o pecuarista faz no estilo norte americano.

– O mais importante é que consiga saber qual a geração de caixa, a geração de renda que cada vaca me dá por dia. O americano trabalha geralmente em torno de US$ 1 por vaca dia. E hoje claro, em condições do câmbio nosso, podemos dizer que ganhamos o dobro do americano. Nós calculamos a margem líquida do litro de leite multiplicamos pela produtividade da vaca, produção diária da vaca., e assim nós sabemos que cada vaca tem tantos reais, me rende tantos reais por dia. Então hoje com o preço atual, e com o custo atual, nós estamos em torno de R$ 3,60, R$ 3,70 por vaca dia. Cada vaca proporciona pra nós essa margem de lucro – explica o produtor.

Da porteira para dentro o produtor está cada vez mais com os controles na mão, mas lá fora ele espera que não aconteça como no ano passado, queda de preços no mês agosto sem justificativa de mercado.

– De repente a pressão do mercado atacadista, manipularem o mercado e deprimirem o preço fazendo com que chegue rapidamente aqui na base de produção.Uma queda de preço em plena época onde nós temos custo maior, por causa da suplementação de alimentação, tem que usar trato, usar silagem. Isso é um grande problema da pecuária leiteira, a manipulação do mercado de leite e além disso a questão da importação, numa época inapropriada como aconteceu no ano passado.

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Fonte:
Canal Rural

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