Governo pede 15 dias para posicionar-se sobre as dívidas arrozeiras

Publicado em 25/10/2012 07:32
 Em 15 dias o governo federal dará uma posição oficial à cadeia produtiva do arroz do Rio Grande do Sul sobre um programa de refinanciamento das dívidas, que alcançam mais de R$ 3,1 bilhões. O anúncio é esperado há um ano. A garantia foi dada pelo secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, nesta terça-feira, em reunião com entidades gaúchas como Federarroz e Farsul. Participaram do encontro, representantes da Aprosoja, pois o endividamento atinge os produtores da oleaginosa, o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP/RS) e o secretário-adjunto de Política Econômica, João Rabelo.

Renato Rocha, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), lembra que há mais de um ano começaram as tratativas dos arrozeiros solicitando a renegociação das dívidas. Por esta razão, atualmente grande parte dos produtores não têm acesso a crédito oficial e comprometem a maior parte da renda das lavouras no pagamento de financiamentos a juros de mercado. “O agricultor precisa investir para produzir mais e melhor, mas hoje é impossível em função do endividamento. Precisamos de uma solução. Chegamos ao limite”, avisa. Antes disso, o setor atualizará os valores por tipo de dívida por informação do Banco Central, Banco do Brasil e outras instituições de crédito. “R$ 3,1 bilhões era o valor do final de 2011”, reconhece Renato Rocha.

Para o dirigente arrozeiro, o saldo do encontro foi positivo: “em 15 dias saberemos se, afinal, o governo vai ou não negociar as dívidas e quais serão os parâmetros desta renegociação”, frisa. Lembra que a proposta do setor foi encaminhada aos ministérios da Fazenda e da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). “Agora é hora do governo fazer a sua proposta”, considera o presidente da Federarroz.

LEILÕES - Renato Rocha, acompanhado de Luis Carlos Heinze, também participou de uma reunião na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com o presidente Rubens Rodrigues dos Santos, o diretor de Abastecimento Marcelo Melo e o superintendente de Leilões, Elias Carvalho de Camargos. No encontro foi ratificada a posição da Federarroz de que os atuais leilões de arroz dos estoques públicos sejam mais espaçados ou os volumes reduzidos. Como resultado, a Conab cancelou o lançamento de um edital, na terça-feira, para leilão no próximo dia 1º de novembro. O presidente da Conab, no entanto, explicou que a determinação dos leilões parte do MAPA e que a Conab apenas estabelece os valores e os operacionaliza.

Sendo assim, Rocha e Heinze reuniram-se no MAPA com o secretário interino de Política Agrícola, Edilson Guimarães, o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo, Caio Rocha, e o secretário-executivo José Carlos Vaz, e ratificaram a posição levada ao ministro Mendes Ribeiro Filho na última sexta-feira e objeto de um ofício da Federarroz com um conjunto de argumentos setoriais. José Carlos Vaz informou que a oferta de estoques será reestudada para evitar que o preço caia e gere prejuízos aos produtores. Deixou claro que os leilões continuarão, mas procurando não gerar uma pressão demasiada sobre o mercado. Para Renato Rocha, a posição do MAPA contempla as demandas dos arrozeiros gaúchos. “Consideramos importantes os leilões, mas o desafio do governo é dosar a oferta para que ela não enfraqueça os preços aos agricultores que vêm de safras com prejuízos”, cita.

ARROZ BARATO - A Federarroz também recebeu da Conab uma informação técnica muito importante com relação aos preços de abertura de alguns lotes de arroz em casca que estão indo a leilão muito abaixo do mercado, com casos abaixo do preço mínimo a saca de 50 quilos. São lotes antigos, com problemas de qualidade e que não tiveram saída nos três leilões anteriores. Após três retornos, esse grão volta a ser ofertado, mas sob a aplicação de uma tabela de deságio. “Quanto mais antiga a safra de origem, maior o deságio”, explica Renato Rocha, da Federarroz. Segundo ele, trata-se de um arroz inferior, que não vai competir diretamente ou balizar os preços do grão das safras recentes.

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Fedearroz

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