Arroz abre o ano em queda livre, mas governo anuncia o fim dos leilões

Publicado em 10/01/2013 07:22
Depois de registrar uma queda de 6,1% nos preços em dezembro e abrir o ano acumulando uma baixa de 2,35% até esta quarta-feira (9/1), com cotação referencial de R$ 34,43, o arroz em casca do Rio Grande do Sul recebeu boas notícias: o governo federal anunciou nesta quarta-feira o fim dos leilões de estoques públicos realizados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), inclusive suspendendo o pregão de 14 mil toneladas previsto para esta quinta-feira. O Indicador de Preços do Arroz em Casca Esalq/Bolsa Brasileira de Mercadorias-BM&F Bovespa para o Rio Grande do Sul (à vista, em sacas de 50 quilos e padrão 58x10) fechou pela cotação desta quarta-feira, valendo US$ 16,88, um dos menores preços em dólar desde o ano passado.

Planeta Arroz apurou que também vieram do governo federal outras duas importantes notícias. A primeira é a garantia de recursos para a comercialização da safra de arroz, caso o mercado venha a operar abaixo do preço mínimo de R$ 25,80. Mas, a segunda é ainda mais importante: o governo federal determinou um estudo pela Conab de mecanismos capazes de garantir a estabilidade de preços e renda ao produtor em 2013, a pedido do ministro Mendes Ribeiro Filho. Em 15 dias o tema será debatido com a cadeia produtiva do arroz. Se realmente o governo federal conseguir esta proeza, reduzirá o problema de 80% dos produtores venderem a safra abaixo ou em torno do valor do custo de produção (justamente os que não têm acesso ao crédito oficial ou estão com dificuldades), e 20% negociarem no pico de alta.

Uma estabilidade de preços, acima do custo de produção, seria fundamental para assegurar renda ao arrozeiro e permitir que ele possa assumir novos compromissos como a negociação do endividamento e até investimentos e modernização da lavoura. Mas, não basta ocorrer apenas em 2013. É preciso uma política agrícola de mais longo prazo, que apenas seja corrigida nos detalhes mediante as adversidades de clima e mercado. O único leilão mantido pela Conab é o de compra de arroz beneficiado tipo 2 e venda simultânea de arroz em casca, para o dia 18. Serão 2,5 mil toneladas, destinadas ao programa de ajuda humanitária para a Guatemala, Nicarágua e El Salvador. 

NEGÓCIOS

No Rio Grande do Sul a maior parte das empresas se manteve fora do mercado, com dificuldades de repassar o fardo aos preços praticados no final de dezembro para o atacado e o varejo. Compras apenas para liquidar produto a depósito, aproveitando os preços médios de R$ 34,00 a R$ 35,00 na maioria das praças gaúchas. Em Santa Catarina o mercado mostra-se em compasso de espera, com preços variando entre R$ 33,00 e R$ 35,00, dependendo da praça. No Mato Grosso, o ingresso de produto de outros estados e países e a proximidade da safra, com as principais indústrias bem estocadas, garante uma leve retração nos preços.

Outra boa notícia para o setor é o anúncio, nesta quinta-feira, pelo Governo do RS, de um protocolo de intenções para a instalação de seis biorrefinarias para produção de etanol de arroz, entre outras matérias-primas. O investimento previsto é de R$ 720 milhões, incluindo os benefícios fiscais. A primeira indústria ficará pronta no final de 2014, em Cristal (RS), e a sexta até 2020. Cada empresa consumirá anualmente 250 mil toneladas de arroz em casca (quebrados não direcionados à alimentação humana), totalizando 1,5 milhão de toneladas quando todas estiverem funcionando a pleno. Cada usina produzirá 300 mil litros de etanol carburante por ano. Variedades específicas de arroz energético estão sendo desenvolvidas pela Embrapa, segundo informações trazidas pela Federarroz a PLANETA ARROZ.

SAFRA

Outra novidade desta quarta-feira foi o anúncio da Conab de que a safra brasileira crescerá 4% em 2012/13, alcançando 12,06 milhões de toneladas. O volume, contudo, segue abaixo das 12,1 milhão de toneladas previstas de consumo. O quadro de suprimentos caiu 400 mil toneladas, para 14,6 milhões de toneladas, segundo o levantamento, principalmente por conta do sucesso das exportações em 2012 (cerca de 1,3 milhão) e a projeção de mais 1,1 milhão que serão exportados em 2013/14. O estoque de passagem será o menor da década, com 1,6 milhão de toneladas, considerando os volumes públicos e privados.

MERCADO

A Corretora Mercado, de Porto Alegre (RS), apresenta preços referenciais em queda no RS esta semana, com o arroz em casca (50kg – 58x1) com queda de 2,55% cotado a R$ 34,40 – acumulando desvalorização de 90 centavos no período. O arroz beneficiado perdeu R$ 2,06% do valor na semana, referenciado a R$ 71,50 (60kg), R$ 1,50 abaixo do preço praticado há uma semana. Nos quebrados de arroz o único que desvalorizou (R$ 1,00) foi o canjicão, agora cotado a R$ 38,00. A quirera manteve R$ 38,00 de preço referencial para o saco de 60kg. O farelo de arroz (FOB – Arroio do Meio/RS) manteve a cotação de R$ 380,00 por tonelada.
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Fonte:
Planeta Arroz

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