Iraque aceitará arroz do Brasil em futuras concorrências públicas de compra
Com os estoques de arroz em baixa no país, o governo do Iraque anunciou que passará a aceitar propostas de arroz brasileiro em futuras concorrências públicas que promoverá. Atualmente o país importa o cereal basicamente da Índia, Estados Unidos, Argentina e Uruguai. Segundo fontes internacionais, até o momento o Brasil não era participante das licitações devido à grande diferença de padrões e variedades existentes no país. Todavia, o estreitamento de laços diplomáticos entre os países e o esforço das empresas sediadas no Sul do Brasil e da logística brasileira para atender às necessidades iraquianas foram consideradas pelo Conselho de Grãos da nação árabe.
Esta é uma grande notícia para o mercado de exportação, uma vez que o Iraque consome 1,5 milhão de toneladas de arroz por ano e perto de 70% deste volume são importados. Em setembro o Iraque importou 100 mil toneladas dos EUA (40 mil t), Uruguai (30 mil t) e Argentina (30 mil t). Os preços variaram entre US$ 539,00 e US$ 714,00 a tonelada. Para atender à demanda iraquiana, as tradings e principalmente os portos precisarão se adequar.
O país costuma importar arroz ensacado, o que aumenta o custo e pode afetar a competitividade do cereal brasileiro nas concorrências com os demais países do Mercosul e os norte-americanos. Todavia, o representante de uma trading internacional confirmou à Planeta Arroz que há duas ações estratégicas em andamento: uma visa flexibilizar o padrão de recebimento iraquiano também para granel, e outra, a criação de uma estrutura de ensacamento que não gere custos significativos a ponto de excluir – por preço – o Brasil deste mercado, a partir da modernização dos sistemas de embarque, especialmente em Rio Grande (RS).
O agente do mercado internacional estimou que, conseguindo preços competitivos, o Brasil poderá exportar entre 200 e 300 mil toneladas do cereal apenas para este destino, em condições plenas. “Ainda que abra mão de uma margem de lucro significativa para entrar neste novo mercado, a cadeia produtiva do arroz do Brasil sabe da importância de um negócio dessas proporções, especialmente para o seu mercado interno e para fazer frente a uma possível ampliação da capacidade produtiva”, informou. Segundo ele, o detalhe a ser observado é que, à medida que o Brasil concorrer por mercado com o Mercosul, poderá reter a produção dos países vizinhos, que poderiam exportar exatamente par ao mercado brasileiro, gerando uma espécie de troca.
O anúncio do governo iraquiano é resultado de ações desenvolvidas pela iniciativa privada e da União, de olho numa fatia de participação nos 30 milhões de cestas básicas que são distribuídas anualmente aos iraquianos. Em junho o diretor de Relações Internacionais do Ministério do Comércio do Iraque, Hashim M. Hatem Al-Sudani, esteve no Brasil em busca de alimentos para o seu país. A intenção dos iraquianos é ampliar as importações de produtos como arroz, açúcar e óleo vegetal. O Iraque é um grande importador de açúcar e de carne de frango brasileiros. No próximo mês, deve ocorrer um fórum de negócios em São Paulo (SP), no qual também serão discutidos investimentos públicos e privados do Brasil em infraestrutura de transporte, energia, indústria, habitação, saneamento e serviços como saúde e educação.
O presidente da Federarroz, Henrique Osório Dornelles, considerou a notícia amplamente positiva. \"É um primeiro passo para ampliar o mercado nesta região do mundo. Novos desafios virão e estamos trabalhando para superar, cadeia produtiva e governo, cada um dos obstáculos com muita determinação e profissionalismo\", enfatizou.
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