IBGE prevê safra de grãos 8,9% menor em 2018

Publicado em 09/11/2017 08:07

O primeiro prognóstico para a safra 2018 mostra que a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas foi estimada em 220,2 milhões de toneladas, 8,9% abaixo da safra de 2018. Esta redução deve-se às menores produções previstas para todas as regiões: Norte (-3,2%), Nordeste (-5,8), Sudeste (-4,8%), Sul (-12,3%) e Centro-Oeste (-8,0%). Já a décima estimativa para a safra de 2017 totalizou 241,6 milhões de toneladas, com aumento de 30% em relação a 2016 (185,8 milhões de toneladas). A área a ser colhida (61,2 milhões de hectares) é 7,2% maior que a do ano anterior. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos deste grupo, e, somados, representam 93,8% da estimativa da produção e respondem por 87,9% da área a ser colhida. Em relação ao ano anterior, houve aumento de 2,2% na área da soja, de 19,3% na área do milho e de 3,9% na área de arroz. No que se refere à produção, ocorreram aumentos de 19,4% para a soja, 16,0% para o arroz e 54,9% para o milho.

IBGE - Estimativa de novembro

Regionalmente, a décima estimativa para a safra de 2017 aponta produção de cereais, leguminosas e oleaginosas com a seguinte distribuição, em toneladas: Centro-Oeste (75,1 milhões); Sul (73,4 milhões); Sudeste (20,6 milhões); Nordeste (9,7 milhões) e Norte (7,0 milhões). Em relação à safra passada, foram constatados aumentos em todas as regiões: Sudeste (16,4%), Norte (23,3%), Nordeste (86,6%), Centro-Oeste (40,7%) e Sul (16,1%). Nessa avaliação para 2017, o Mato Grosso liderou como maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 26,2%, seguido pelo Paraná (17,2%) e Rio Grande do Sul (15,2%), que, somados, representaram 58,6% do total nacional previsto.

 Para 2018, primeiro prognóstico estima safra 8,9% menor que a de 2017

Neste primeiro prognóstico, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2018 foi estimada em 220,2 milhões de toneladas, 8,9% inferior ao total obtido na safra de 2017. Esta redução deve-se às menores produções previstas em todas as regiões: Norte (-3,2%), Nordeste (-5,8%), Sudeste (-4,8%), Sul (-12,3%) e Centro-Oeste (-8,0%), principalmente, por causa das quedas de 6,3% na estimativa de produção da soja e de 14,4% do milho.

Dentre os cinco produtos de maior importância para a próxima safra, quatro devem apresentar variações negativas na produção: algodão herbáceo em caroço (-1,5%), arroz em casca (-6,8%), milho em grão (-14,4%) e soja em grão (-6,3%). Apenas o feijão em grão (1,3%) deve ter variação positiva.

Os números levantados foram somados às projeções obtidas a partir das informações de anos anteriores, para as Unidades da Federação que ainda não dispõem das estimativas iniciais. Como este prognóstico foi realizado por levantamentos e projeções calculadas, as informações de campo representam 87,9% da produção nacional prevista, enquanto as projeções respondem por 12,1% do total estimado.

ALGODÃO HERBÁCEO (em caroço) – O primeiro prognóstico da safra de algodão estima produção de 3,8 milhões de toneladas, redução de 1,5% em comparação com a safra de 2017. A área plantada, de 986,6 mil hectares, deve crescer 6,3%. Estima-se que a safra 2018 obtenha rendimento médio de 3 827 kg/ha, queda de 7,3% em relação a safra do ano anterior. Em 2017, o clima foi benéfico, proporcionando um regime mais abundante e regular de chuvas nas principais regiões produtoras de algodão do Mato Grosso e da Bahia, beneficiando as lavouras. Para 2018, as incertezas quanto ao clima reduzem a estimativa do rendimento médio. O GCEA/MT estimou a produção de algodão em 2,7 milhões de toneladas, acréscimo de 3,2% em relação à safra 2017, devendo somente esse estado responder por 70,5% da produção em 2018. Embora estima-se um aumento de área plantada de 9,6%, alcançando 675,8 mil hectares, o rendimento médio foi revisto para baixo (-5,9%), devendo alcançar 3 936 kg/ha.

ARROZ (em casca) – A primeira estimativa para a safra nacional 2018 é de uma produção de 11,5 milhões de toneladas e rendimento médio de 5 822 kg/ha, menores, respectivamente, em 6,8%, e 4,6%, quando comparados aos dados da safra 2017. A área a ser plantada na safra 2018 encontra-se 2,6% menor. Para o arroz, a presente informação é formada por 98,0% de prognóstico de campo e apenas 2,0 de projeção. As demarcações das áreas de produção de arroz, sobretudo o irrigado, que responde por mais da metade do total produzido pelo país, são de mais fácil verificação, uma vez que os perímetros irrigados são normalmente conhecidos, exigindo-se prévio preparo e sistematização das áreas, portanto, mais estáveis e mais fáceis de serem levantados pelas equipes de trabalho. O Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país, deve participar com 70,8% do total a ser colhido em 2018. A produção estimada para esse Estado é de 8,1 milhões de toneladas, redução de 6,9% em relação a 2017. A área plantada de arroz também apresenta uma redução de 1,5%. O Estado de Santa Catarina, segundo produtor nacional, estima uma produção de 1,1 milhão de toneladas, e um rendimento médio esperado de 7 305 kg/ha, redução de 4,9% em relação à safra de 2017.

FEIJÃO (em grão) – A primeira estimativa da produção de feijão para a safra 2018 é de 3,4 milhões de toneladas, aumento de 1,3% em relação a safra colhida em 2017. A 1ª safra deve produzir 1,6 milhão de toneladas; a 2ª safra uma produção de 1,3 milhão de toneladas e a 3ª safra, 520 mil toneladas. A área a ser plantada na safra de verão (1ª safra) é de 1,8 milhão de hectares, 2,6% menor que a de 2017. Já na área a ser colhida, estima-se uma redução de 0,4%. O rendimento médio deve apresentar um crescimento de 0,4%, desde que as condições climáticas favoreçam o desenvolvimento das lavouras, tal como aconteceu na safra 2017. A produção esperada de feijão na safra de verão é de 1,6 milhão de toneladas, estável frente a obtida nesta mesma época em 2017, com aumento de apenas 665 toneladas.

MILHO (em grão) – O primeiro prognóstico de milho em grão para 2018 estima uma produção de 85,1 milhões de toneladas (-14,4%), o que representa uma redução de 14,3 milhões de toneladas em relação a safra de 2017. Em 2017, a safra recorde de milho do país, foi de 99,4 milhões de toneladas. Este crescimento ocorreu em decorrência dos aumentos substanciais da área plantada e, sobretudo, do rendimento médio, devido ao clima mais chuvoso que beneficiou as lavouras nos principais estados produtores, elevando, portando, a base de comparação. Mantém-se a tendência de um maior volume de produção do milho em 2ª safra, devendo esta safra participar com 69,3% da produção nacional para 2018, contra 30,7% de participação da 1ª safra de milho. Para a 1ª safra de milho, a previsão é de 26,1 milhões de toneladas, 16,2% menor em relação ao mesmo período de 2017. Os declínios de 6,4% na área plantada e de 11,6% no rendimento médio, em relação a 2017, contribuem efetivamente para a redução da estimativa da produção do milho na primeira safra para 2018. Em razão dos baixos preços em comparação ao ano passado, os produtores devem reduzir investimentos nas lavouras de milho na safra verão, dando prioridade ao cultivo da soja. Para o milho 2ª safra, a estimativa da produção é de 59,0 milhões de toneladas, retração de 13,6% em relação a 2017. Para a 2ª safra 2018, o atraso do início do plantio da soja nos principais estados produtores, em decorrência da falta de chuvas deve contribuir para a redução das áreas de plantio do cereal, por atrasar a colheita da leguminosa e, consequentemente, limitar a “janela de plantio” do milho 2ª safra. 

SOJA (em grão) - A primeira estimativa de produção para 2018 é de 107,7 milhões de toneladas, declínio de 6,3% em relação a 2017. A área a ser plantada com a leguminosa é de 34,4 milhões de hectares, aumento de 1,4%. O rendimento médio estimado é de 3 131 kg/ha, retração de 7,7%, em decorrência das incertezas quanto ao clima durante o ciclo da cultura, ressaltando que na safra verão 2017, houve abundância e regularidade de chuvas nos principais estados produtores, alçando um recorde histórico de produção para o país, portanto, sendo uma base de comparação, relativamente elevada. Em função dos preços mais compensadores da soja, em relação ao milho, os produtores devem ampliar as áreas de cultivo da leguminosa, que em 2018 deve representar 48,9% da safra total de grãos do país. Dentre os maiores produtores, o Mato Grosso, que em 2018 deve responder por 28,2% do total a ser produzido pelo país, estima colher 30,4 milhões de toneladas, redução de 0,2% em relação a 2017, apesar de aumento de 1,0% na área a ser plantada. O Paraná, segundo maior produtor e responsável por 18,3% do total nacional, estima produzir 19,7 milhões de toneladas, redução de 0,5%, apesar do crescimento de 5,5% na área a ser plantada. O Rio Grande do Sul, terceiro maior produtor da leguminosa, estimou uma produção de 14,7 milhões de toneladas, redução de 21,7% em relação a 2017. Goiás, com 10,4 milhões de toneladas e Mato Grosso do Sul, com 8,4 milhões de toneladas estimaram quedas de 8,7% e 7,7% na estimativa da produção, respectivamente, enquanto Minas Gerais, com 5,2 milhões de toneladas e Maranhão, com 2,5 milhões de toneladas, estimaram aumentos de 2,9% e 7,5%, respectivamente, para a produção de soja em 2018. O plantio da nova safra, após um início lento em decorrência do atraso das chuvas nos principais estados produtores, ganhou força a partir da segunda quinzena de outubro, com os produtores aproveitando o aumento da intensidade das chuvas que propiciaram condições adequadas de umidade no solo e, para ganhar tempo, em muitas fazendas, esse trabalho adentra à noite e na madrugada, atestando o preparo e a eficiência tecnológica dos produtores brasileiros.

Destaques na estimativa de outubro em relação a setembro para a safra 2017

No Levantamento Sistemático da Produção Agrícola de outubro destacaram-se as variações nas seguintes estimativas de produção, comparativamente ao mês de setembro: café canephora (+11,4%), cevada (-7,6%), feijão 2ª safra (-3,6%), café arábica (-2,2%), aveia (-1,4%) e trigo (-1,0%).

CAFÉ (em grão) – A estimativa da produção de café do país no presente mês apresentou crescimento de 0,8% em relação ao mês anterior, em função do rendimento médio que aumentou 1,4%. A área plantada e a área colhida foram reduzidas em 0,5% e 0,6%, respectivamente. No total, o país deve colher 2,8 milhões de toneladas de café, ou 46,3 milhões de sacas de 60 kg. O aumento se deve a boa performance da produção do café canephora (conillon), que aumentou 11,4% em relação ao mês anterior, compensando a redução na estimativa da produção do café arábica, que este mês caiu 2,2%. A produção do conillon do país deve alcançar 684,2 mil toneladas, ou 11,4 milhões de sacas de 60 kg. Na Bahia, o clima mais chuvoso proporcionou maior “pegamento” das florações, formação dos chumbinhos e melhores condições para o preenchimento dos grãos. O rendimento médio cresceu 63,6%, enquanto a área plantada e a área a ser colhida aumentaram 12,7% e 18,9%, respectivamente. A Bahia deve colher uma safra de 143,6 mil toneladas, ou 2,4 milhões de sacas de 60 kg. Preços mais compensadores do café conillon e terras mais baratas no Sul da Bahia têm incentivado o plantio de novas lavouras no Estado, que é o terceiro maior produtor do país, participando com 21,0% do total nacional. Para o café arábica, a estimativa da produção foi de 2,1 milhões de toneladas, ou 34,9 milhões de sacas de 60 kg. Lavouras de colheita tardia ainda sentiram o clima excessivamente quente e seco durante o inverno, havendo repercussão negativa da produção. Na Bahia, houve redução de 42,4% na estimativa da produção, repercutindo reduções de 30,7% no rendimento médio e de 16,8% na área colhida.

CEREAIS DE INVERNO (em grão) – A estimativa da produção do trigo em outubro caiu 1,0% frente ao mês anterior, totalizando 5,2 milhões de toneladas. O rendimento médio foi reduzido em 1,0%. O GCEA/PR informou redução de 2,1% na estimativa da produção do Paraná, em decorrência, principalmente, da redução de 2,0% no rendimento médio. A estimativa da produção do estado repercute o clima desfavorável ao desenvolvimento da lavoura em 2017, que sofreu com geadas e uma seca prolongada, seguida de chuvas em excesso durante a colheita. Para a aveia, a estimativa da produção alcançou 877,2 mil toneladas, redução de 1,4% frente ao mês anterior, com o Paraná sendo responsável por essa queda. Segundo o GCEA/PR, a estimativa da produção deve alcançar 140,4 mil toneladas, redução de 3,2% frente ao mês anterior. A área plantada e a área a ser colhida apresentam redução de 0,3%, tendo o rendimento médio retraído em 2,9%. Os problemas com o clima adverso também foram sentidos pelas lavouras de aveia. A estimativa da produção da cevada também apresentou redução em outubro, em relação ao mês anterior, (-7,6%), também ressentindo o clima adverso que derrubou o rendimento médio que caiu nesse mesmo valor. O país deve colher 367,5 mil toneladas de cevada em 2017. Os dados mensais foram influenciados pelo Paraná, que reduziu em 16,2% a estimativa da produção do Estado, que passou de 186,5 mil para 156,3 mil toneladas, redução de 30,2 mil toneladas. Até o fechamento da presente publicação, a informação é de que, de uma forma geral, o clima na Região Sul, responsável pela produção de 98,4% da cevada; 94,2% da aveia e 87,8% do trigo a ser produzido pelo País em 2017, comportou-se de forma desfavorável ao desenvolvimento dessas lavouras de inverno. A ocorrência de chuvas atrasou o plantio; em seguida houve ocorrência de geadas e baixas temperaturas e, mais recentemente, uma seca que retardou e comprometeu o desenvolvimento das lavouras.

FEIJÃO (em grão) – A estimativa da produção nacional de feijão, no mês de outubro, apresentou retração de 1,2% em relação a setembro, devendo alcançar 3,3 milhões de toneladas. A redução na produção de feijão, em relação a setembro, reflete as condições climáticas desfavoráveis que ocorreram ao longo da 2ª safra do produto, principalmente, já que não houve alteração na estimativa da produção do feijão 1ª safra e uma pequena variação positiva, de 0,7% na estimativa da 3ª safra, o que representou um aumento de apenas 3,9 mil toneladas na produção.  A 2ª safra de feijão foi estimada com uma redução de 3,6% frente à estimativa de setembro, refletindo a queda de 3,5% no rendimento médio, já que a estimativa da área plantada permaneceu inalterada. A diminuição na expectativa de produção dessa 2ª safra de feijão deve-se, principalmente, ao Nordeste, com quedas em Pernambuco (-7,2%), Alagoas (-6,2%) e, principalmente Bahia (-24,4%), refletindo correções nas estimativas dos rendimentos médios desses estados.

Estimativa de outubro em relação à produção obtida em 2016

Estimativa - IBGE

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) é uma pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras dos principais produtos agrícolas, cujas informações são obtidas por intermédio das Comissões Municipais (COMEA) e/ou Regionais (COREA); consolidadas em nível estadual pelos Grupos de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias (GCEA) e posteriormente, avaliadas, em nível nacional, pela Comissão Especial de Planejamento Controle e Avaliação das Estatísticas Agropecuárias (CEPAGRO) constituída por representantes do IBGE e do Ministério da Agricultura, Pecuária e do Abastecimento (MAPA). Em atenção a demandas dos usuários, os levantamentos para cereais (arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo e triticale), leguminosas (amendoim e feijão) e oleaginosas (caroço de algodão, mamona, soja e girassol) foram realizados em estreita colaboração com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), órgão do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), continuando um processo de harmonização das estimativas oficiais de safra, iniciado em março de 2007, para as principais lavouras brasileiras.

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Fonte:
IBGE

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