Trigo: fase crítica nas lavouras exige atenção dos produtores

Publicado em 23/07/2010 08:22
A fase do espigamento na cultura do trigo é a mais crítica e a que exige mais cuidados dos produtores. Com o aumento das temperaturas registradas no últimos dias e a previsão de que o calor irá se prolongar na região, eles devem ficar atentos e monitorar suas lavouras diariamente, já que essa é a condição ideal para a proliferação de doenças na lavoura. O alerta é do pesquisador Júlio César Albrecht, da Embrapa Cerrados - Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo ele, a brusone, uma das que causam mais danos às lavouras de trigo no Cerrado, já foi detectada no Distrito Federal, Cristalina (GO), Unaí (MG), e municípios do Triângulo Mineiro.

A importância econômica dessa doença decorre das reduções que provoca no rendimento e na qualidade de grãos. Ao serem infectados, eles apresentam-se enrugados, pequenos, deformados e com baixo peso específico. As maiores perdas ocorrem quando a infecção tem início nas fases de florescimento e formação dos grãos. A Embrapa Cerrados possui projetos em andamento que visam identificar fontes de resistência à brusone, mas ainda não foram desenvolvidas cultivares resistentes ao fungo Pyricularia grisea, causador da doença.

O sintoma típico da brusone é o branquiamento da espiga, comumente da metade para o ápice. Trata-se de uma das principais doenças de espiga do trigo. Pode afetar várias partes da planta, como as folhas, sendo mais comum e referenciada como doença de ocorrência em espigas. As condições favoráveis para a infecção são temperaturas entre 21-27 °C e período de molhamento durante 10 a 14 horas. Temperaturas noturnas em torno de 19 °C e excesso de água no solo são fatores que contribuem para o processo infeccioso. A disseminação da doença ocorre, principalmente, através do vento. As medidas adotadas para o seu controle devem ser preventivas.

De acordo com o pesquisador, os fungicidas mais indicados para evitar o avanço dessa e de outras doenças na lavoura são as misturas de princípios ativos como os triazóis + estrobilurinas. A primeira aplicação das misturas deve ser feita no início do espigamento e 15 dias após essa primeira aplicação. Se as temperaturas continuarem elevadas, é recomendado fazer uma terceira, 15 dias após a segunda. Segundo o pesquisador, já foram observadas também nas lavouras de trigo manchas foliares, que podem ser tratadas com os mesmos fungicidas, além de infestação de pulgões. “Apesar da baixa incidência, os produtores também devem tomar cuidado com essa praga, pois ela pode aumentar. O monitoramento precisa ser diário”, afirma.

A colheita do trigo deve ser iniciada no final de agosto e início de setembro, caso os produtores tenham plantado na época recomendada – entre 10 de abril e 30 de maio. Segundo o pesquisador, o potencial das lavouras de trigo no Cerrado este ano é superior a 100 sacas/hectare. Mas, para conseguir atingir esses números, ele lembra que é importante que os triticultores tomem os cuidados recomendados para essa fase crítica do espigamento até a maturação final. As informações são de assessoria de imprensa.

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Fonte:
DCI

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