Trigo: STJ não concedeu liminar suspendendo redução do preço mínimo
A assessoria de comunicação da Associação da Indústria do Trigo (Abitrigo), no entanto, informou que o STJ ainda não concedeu liminar sobre redução de preço do mínimo. A decisão publicada, ontem, no Diário da Justiça eletrônico teria caráter de despacho.
A Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep) entrou, no início de julho, com um mandado de segurança contra a redução, argumentando que a portaria deveria ter sido publicada com no mínimo 60 dias antes do início do cultivo. Quando o governo determinou a redução no preço referência, 91% da área já estava semeada.
Para Christian Saigh, diretor superintendente do Moinho Santa Clara e vice-presidente do Sindicato da Indústria do Trigo no Estado de São Paulo (Sindustrigo), esse cenário vai refletir em reajuste de 7% a 10% nos valores da farinha de trigo. O que pode ameaçar o preço do pão.
De acordo com Saigh, com o fechamento de ontem, a tonelada do grão, que há um mês custava US$ 178, passou a US$ 260. "As cotações não fazem sentido frente à lei de oferta e demanda", diz, considerando os fundos de investimentos como os principais motivos da verticalização nos preços do cereal. "Toda vez que a moeda cai, os fundos de investimentos passam a comprar commodities", afirma.
Apesar da estimativa de quebra de mais de 10 milhões de toneladas na Rússia, Ucrânia e no Cazaquistão, devido à seca, além do excesso de umidade no Canadá, que deve consumir cinco milhões de toneladas, segundo Saigh, a demanda mundial não será comprometida.
Levantamento do Sindustrigo mostra que o mundo deve produzir 660 milhões de toneladas, consumir 665 milhões e ainda contar com um estoque de 190 milhões de toneladas.