Arroz: Dólar em baixa altera realidade do leilão de PEP
Desvalorização da moeda norte-americana, queda dos preços internacionais e prêmio baixo diminuíram interesse pelo mecanismo.
O segundo leilão de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP), realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta terça-feira, alcançou comercialização de apenas 26,1% das 110 mil toneladas de arroz ofertadas no Rio Grande do Sul. Foram comercializadas 28.750 toneladas. A oferta de contratos de 15 mil toneladas para Santa Catarina acabou comercializando apenas 2 mil, ou 13,3%. No primeiro leilão, há 15 dias, foram comercializados 83% da oferta total de 125 mil toneladas.
O vice-presidente de Mercados da Federarroz, Marco Aurélio Tavares, destacou que o resultado era esperado diante do cenário internacional. Afirma que a desvalorização do dólar, que nas últimas semanas esteve cotado a R$ 1,73 e voltou a patamares de R$ 1,68, foi determinante para esse comportamento do leilão.
Além da queda do dólar, há o impacto da redução dos preços internacionais FOB praticados pelas trades e o prêmio baixo para os atuais padrões de mercado, explica Tavares.
REAÇÃO 1 - A Federarroz e demais entidades da cadeia produtiva elaboraram um documento, ainda na manhã desta quarta-feira, solicitando ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), novos leilões, um para a próxima semana e outros para janeiro e fevereiro de 2011. O documento solicita um prêmio de R$ 6,00, superior ao praticado nos dois leilões realizados, e deve-se a atual realidade do câmbio e do mercado internacional. Os valores de exportação, o câmbio e os preços praticados no mercado internacional eram outros quando houve a negociação da cadeia produtiva com o MAPA, mais de um mês atrás, lembra Marco Aurélio Tavares.
REAÇÃO 2 O Setor Produtivo, através da Federarroz, encaminhou também o pedido de liberação de R$ 50 milhões em AGF. O mecanismo é importante para reforçar o PEP e principalmente para garantir que o produtor receba pelo menos o preço mínimo, que pode variar entre R$ 25,80 a R$ 28,30, conforme o rendimento e tipo do arroz aponta Renato Rocha.
Ainda segundo o dirigente da Federarroz, o compromisso do ministro Wagner Rossi foi pela liberação do PEP para garantir o preço mínimo ao produtor e de sustentar os mecanismos de comercialização até que o preço de mercado alcance pelo menos o preço mínimo, de R$ 25,80. Assim, espera-se que novas medidas de apoio sejam asseguradas ao setor, pelo governo, nos próximos dias.
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