Instituto Emater incentiva produção orgânica na região de Toledo/PR
No município de Guaíra, extremo Oeste do Paraná, o agricultor Dojival Graff está mostrando que é possível produzir tomates sem o uso de defensivos químicos. Além de diminuir os custos de produção, o agricultor está conseguindo alta produtividade e um produto valorizado pelo mercado. Graff faz parte do grupo de produtores que participam do projeto de Desenvolvimento da Olericultura Sustentável na Região de Toledo. A iniciativa, dos profissionais do Instituto Emater foi implantada em dez municípios, envolvendo 73 produtores.
Foram as dificuldades com o cultivo convencional que levaram Graff a entrar para o projeto Olericultura Sustentável. Na propriedade do agricultor, de 2,42 ha, a olericultura é a principal atividade e fonte de renda. Mas a sucessiva frustração de safras, levou o produtor a pensar em desistir das olerícolas. "Eu estava pronto para arrendar a estufa de 364m² para terceiros. Foi quando a Rita de Cássia Ribeiro e o Afonso Faccin, da Emater, me convidaram para participar de uma experiência nova na região, o cultivo de tomate orgânico", lembra o produtor.
Para adotar o novo sistema de plantio, Graf contou com o apoio da equipe da área de Olericultura da região de Toledo. O agricultor passou a receber, regularmente, a visita dos extensionistas, sob a coordenação de Márcia Vargas, do Instituto Emater de Marechal Candido Rondon. Em junho, num sistema de mutirão, foi feito o plantio de 790 mudas de tomateiro, da variedade Nagai. A atividade foi feita num treino-visita prática dos extensionistas para capacitar técnicos e agricultores.
Com a orientação dos extensionistas, Graf aprendeu a fazer o controle das principais pragas do tomateiro com armadilhas luminosas. De acordo com Márcia Vargas, em toda a condução da cultura o produtor optou pelo uso criterioso de produtos como BT (Bacillus thuringiensis), óleo de Neem, extrato de própolis e homeopatia. Os resultados foram surpreendentes. Na estufa do produtor, cada pé de tomate rendeu, em média, de 6 a 7 pencas de frutos. Até novembro, quando termina a colheita, a produção deve chegar a 7.000 kg, gerando uma rentabilidade de R$ 15.000. O agricultor nem pensa mais em arrendar a estufa. O sucesso de Graff foi tão grande que três meses depois da implantação da Unidade de Referência em sua propriedade ele recebeu agricultores da vizinhança num Dia de Campo. Os visitantes- entre produtores, técnicos e consumidores- conseguiram perceber na prática a viabilidade da proposta do Instituto de implantar a produção orgânica na região.
Para difundir o conhecimento sobre o cultivo orgânico, foram instaladas dez Unidades Referência nos municípios de abrangência do projeto. Nessas propriedades, como o sítio de Dojival Graff, são realizados treinamentos de técnicos e produtores. De acordo com Márcia Vargas, os proprietários dessas áreas recebem orientação para que adotem práticas que levam à produção orgânica. Por enquanto são propriedades em processo de transição, já que por anos foram cultivadas no sistema convencional. A extensionista informou que há propriedades com plantios a céu aberto e em estufas.