Greening atinge 3,8% das árvores dos pomares paulistas

Publicado em 19/09/2011 11:40 e atualizado em 19/09/2011 12:11
Levantamento amostral do Fundecitrus aponta a necessidade de intensificar o manejo regional da doença
O greening atingiu 3,8% das plantas e 53,3% dos talhões do parque citrícola paulista, segundo aponta o levantamento amostral realizado pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).

A região mais afetada pela doença é a Central, com 6% de árvores doentes, seguida pela Sul com 5%. A região Norte apresentou 0,8% de plantas contaminadas, a Oeste, 0,7% e Noroeste, 0,17%.

O número de plantas doentes continua inferior se comparado com o estado norte-americano da Flórida, segundo maior parque citrícola do mundo, que tem aproximadamente 18% de plantas contaminadas. Esse resultado se deve à resposta dos produtores ao treinamento e adoção, mesmo que sem a intensidade recomendada. O uso de mudas sadias e certificadas, constantes inspeções no campo, erradicação de plantas doentes e controle do inseto vetor, o psilídeo Diaphorina citri, são as principais ações de combate à doença.

Dentre as medidas de manejo da doença, a mais importante é a remoção das plantas doentes, pois se mantidas nos pomares, servem de fonte para a contaminação de plantas sadias. Por outro lado, é fundamental a adoção de controle do inseto vetor, por meio de pulverizações. Essa é uma iniciativa importante, porém não pode ser adotada isoladamente. “Somente as aplicações de inseticidas não são suficientes para impedir o crescimento da doença, uma vez que não é possível zerar a população da praga”, afirma o gerente do Departamento Técnico do Fundecitrus, Cícero Augusto Massari.

Nesse sentindo, é importante reforçar que as medidas devem ser adotadas de maneira integrada, pois uma complementa a outra. O Fundecitrus reforça que o ideal, para ser mais eficaz, é que os citricultores realizam o manejo regional.

            Em 2010, uma pesquisa da instituição comprovou que, quando feito em conjunto por vários produtores vizinhos, o manejo do greening é mais eficaz, podendo reduzir em até 90% os níveis de incidência da doença. Desde então, a instituição apoia a formação de grupos de manejo regional do greening.

            Em todo o Estado de São Paulo, grupos se formaram, totalizando 4.379 propriedades trabalhando em conjunto para o controle do inseto vetor e essa estratégia tem apresentado resultados animadores.

            Um exemplo bem-sucedido foi a pulverização realizada em grupo por citricultores de Mogi-Mirim, Santa Cruz do Rio Pardo e Ibitinga durante as primeiras semanas de agosto.

            Em Mogi-Mirim, na região Sul do Estado, o produtor Arnoldo Mielke está trabalhando em conjunto há, aproximadamente, um ano. Em seu pomar, no primeiro semestre de 2011, encontrou 0,75% de plantas doentes. “É uma luta constante para frear o avanço da doença, mas temos conseguido com sucesso e trabalhando em parceria com os vizinhos.”

            Além das pulverizações conjuntas, Mielke realiza constantes inspeções na sua propriedade. “Assim que encontro a planta doente, já faço a erradicação na mesma semana. Minha meta é evitar que a doença passe de 1%”, diz.

            Antônio Hermes Bruno, também atuante no grupo de Mogi-Mirim, é favorável ao trabalho conjunto. “O pessoal precisa ter mais consciência e atuar com o planejamento das ações de maneira coordenada. Só assim, vamos manter o greening sob controle”, destaca.

            Em Santa Cruz do Rio Pardo, o engenheiro agrônomo Márcio Augusto Soares, da Agroterenas, trabalha em grupo desde 2010 e aprova os benefícios da prática. O índice de plantas doentes nas propriedades do grupo é 1,1%”, afirma. Aproximadamente 32 fazendas participam de ações conjuntas no município – o que equivale a uma área de aproximadamente 40 mil hectares de citros.

            Em Avaré, os produtores começaram a se mobilizar este ano. É o caso de Luiz Fernando Anizi, que passou a adotar o manejo regional em maio.  “Estou buscando mais eficiência no controle do inseto. Os produtores precisam entender que dependemos um do outro”, diz. Anizi é responsável por uma área total de 1.650 hectares em Botucatu, Avaré e Pederneiras, onde foram realizados trabalhos conjuntos na segunda semana de setembro.

            O levantamento é feito anualmente e segue uma metodologia estatística em parceria com a Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). Faz parte das estratégias do Fundecitrus para identificar a evolução das pragas e doenças dos citros, avaliar e aprofundar o conhecimento sobre as condições de controle das doenças.

 

 

Ações do Fundecitrus

 

            Além do incentivo e apoio à formação de grupos de manejo regional, o Fundecitrus promove treinamentos, palestras e eventos específicos sobre o greening, além de campanhas em rádios com alertas e dicas.

            Este ano, por exemplo, os Dias de Campo tem como tema a Tecnologia de Aplicação, voltada ao controle do inseto vetor da doença, o psilídeo Diaphorina citri. Até o final de outubro, serão 12 eventos nas principais regiões citrícolas. A meta é capacitar mais de 1 mil produtores.

            O Fundecitrus também conta com materiais técnicos, como folhetos e manuais que podem ser acessados no site da instituição – www.fundecitrus.com.br. Os interessados em agendar uma visita dos agrônomos do Fundecitrus também podem entrar em contato com a instituição pelo telefone 0800 11 2155.

 

 

 

Greening em números

 

No Estado

- 53,3% dos talhões contaminados

- 3,77% de plantas doentes

 

Região Central: a mais afetada

- 73,52% de talhões contaminados

- 6% de plantas doentes

 

Região Norte

- 28,2% de talhões contaminados

- 0,8% de plantas doentes

 

Região Noroeste

- 8,8% de talhões contaminados

- 0,17% de plantas doentes

 

Região Oeste

- 47,4% de talhões contaminados

- 0,68% de plantas doentes
 

Região Sul

- 63,52% de talhões contaminados

- 5% de plantas doentes

 

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