Baixa oferta de forragem interfere na produção leiteira na Serra

Publicado em 08/04/2020 15:39

Com o vazio forrageiro outonal, decorrente da finalização do ciclo das pastagens de verão e o atraso no pastoreio das pastagens anuais de inverno, neste ano agravado pela estiagem, muitas propriedades estão com dificuldades em ofertar forragem para os animais na região da Serra e, consequentemente, em manter a produção. A informação faz parte do Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, elaborado em parceria com a Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).

“É comum em pequenas propriedades, nesse momento, a prática do corte de capim para fornecer aos animais, mesmo que em pequena quantidade, na maioria das vezes causando perda de escore corporal e baixa produtividade. Esse cenário tende a se manter dessa forma até que haja disponibilidade de pastagens de inverno para os rebanhos”, explica o extensionista rural da Emater/RS-Ascar, João Carlos Santos da Luz.

Ainda segundo ele, em muitos desses casos tem surgido problemas na composição do leite, como baixo teor de sólidos, baixa higroscopia ou baixa gordura ou proteína no leite. Essas alterações, neste momento, são decorrentes do baixo fornecimento de matéria seca aos animais, especialmente devido à pouca disponibilidade de pasto. Os produtores que possuem pastagens perenes ou pasto safrinha, com um bom planejamento forrageiro, ainda conseguem manter os seus animais no pasto, mesmo que com menor oferta de forragem.

Devido à baixa oferta de forragem nas pastagens, se torna ainda mais importante a suplementação com forragem conservada aos bovinos de leite. “Os produtores mais profissionais, que fazem uma adequada suplementação, aumentaram a oferta de forragem conservada no cocho e ajustaram o teor de proteína do concentrado e, assim, praticamente não tiveram perdas em produção. No entanto, esta realidade não é a regra, pois a maioria dos produtores não efetua esses ajustes”, salienta.

A expectativa, com as chuvas previstas a partir desta semana, é que os produtores possam iniciar a implantação de aveia, centeio ou trigo de pastejo para que nos próximos meses se tenha boa oferta de forragem. Com as poucas chuvas, o milho e o sorgo para safrinha estão com desenvolvimento sob risco dos efeitos da estiagem.

Com este quadro e a prolongada estiagem, em muitas propriedades já começa a faltar água para os rebanhos. Diversos córregos e nascentes estão secando e muitos produtores precisam contar com água de poço, ou mesmo do abastecimento da Corsan, quando disponível, para dessedentação aos animais.

A coleta do leite segue sendo realizada normalmente, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Os serviços veterinários que são essenciais, aquisição de medicamentos, insumos, vacinas, dentre outros, seguem sendo realizados. Na maioria das vezes as compras ocorrem por encomenda, pelo acesso restrito às agropecuárias, em consequência da pandemia.

O período para vacinação contra a febre aftosa se encerra na próxima semana, em 14 de abril. Os pecuaristas necessitam declarar a vacinação nas Inspetorias de Defesa Agropecuária (IDAs) e atualizar seus cadastros. O prazo para a declaração e apresentação das notas fiscais das vacinas foi estendido até 30 de abril e pode ser feito por e-mail ou mesmo ou whatsapp, entrando em contato com as IDAs.

Com relação à qualidade do leite, com poucas chuvas, ocorrem melhores condições de controle da higiene e da Contagem Bacteriana, mantendo o leite produzido dentro dos padrões exigidos pelas normativas. Grande parte dos produtores trabalha na melhoria da sanidade dos rebanhos e diminuição da Contagem de Células Somáticas (CCS), o que surte resultados a médio e longo prazos.

“Nesta semana tivemos ocorrências de infestações pelo carrapato, presença de moscas do chifre e bernes, controlados com carrapaticidas e inseticidas. O estado corporal dos animais ainda se mantém, embora alguns produtores já estejam preocupados com a redução dos estoques de silagem”, ressalta o extensionista.

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Fonte:
Emater/RS-Ascar

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