Sindilat: Setor lácteo recebe apoio, mas cobra pacote de impacto imediato
Acompanhando o anúncio do pacote de apoio pela Conab nesta terça-feira (23/12), o setor lácteo comemorou a ajuda de R$ 104 milhões para sete estados, mas alertou para a necessidade de um consórcio de ações com impacto imediato e mais expressivo, capaz de reverter a crise da atividade. No pacotão demandado pelas indústrias, cooperativas e produtores está uma série de medidas, como a adoção de uma política de benefício tributário para empresas de alimentos que usam o leite em pó nacional, adoção de sobretaxa de 50% para a entrada de leite em pó, manteiga, soro e muçarela vindos da Argentina e do Uruguai e suspensão emergencial das compras de produtos do Mercosul por seis meses. O pedido ainda inclui uma sobretaxa extra e provisória do produto vindo desses dois países até que a investigação de antidumping em curso no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic) seja concluída.
Durante reunião na manhã desta terça, o presidente da Conab, Edegar Pretto, detalhou como a companhia fará a compra de leite em pó por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). O aporte de R$ 104 milhões dará prioridade aos pequenos produtores e o produto adquirido será destinado a famílias em vulnerabilidade. No entanto, alertou o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, o rateio do volume entre os estados causa disparidade, uma vez que nem todos estão sujeitos às mesmas condições de enfrentamento, como o Sul do Brasil. A estimativa é que o Rio Grande do Sul fique com 44% do aporte, o suficiente para escoar menos de 2 mil toneladas. “O volume está muito aquém do que o setor necessita neste momento”, alegou Palharini.
Palharini avaliou que, por mais que seja um excelente anúncio, o volume é insuficiente para a adoção de medidas de impacto imediato. “O setor vem há meses com problema de rentabilidade. Todas as medidas são bem-vindas, mas os governos precisam entender a urgência do momento”, salientou. O executivo reforçou que a crise de oferta excessiva que vive hoje o mercado brasileiro decorre do excedente de importações, movimento feito por indústrias alimentícias que usam o leite em pó na composição de seus produtos, como fábricas de chocolates, pães e biscoitos. “Esse leite importado está sendo utilizado na produção de biscoitos, chocolates e alimentos processados, um produto que, anteriormente, era adquirido de empresas e produtores brasileiros”, ponderou.
Presente na reunião, o secretário de Agricultura, Edivilson Brum destacou os anúncios já feitos em socorro ao setor. “É fundamental que a gente tenha noção da importância da bacia leiteira do Rio Grande do Sul, motivo pelo qual esta é uma notícia muito boa”, disse Brum, lembrando que o governo do Estado também fará uma compra, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural e da Secretaria de Desenvolvimento Social. “Isso ajuda e muito a bacia leiteira, mas o ideal seria se pudéssemos abrir mercado internacional para exportação do leite. Essa sim seria uma notícia incrível e tenho convicção de que todos nós comungamos do mesmo sentimento de que esse caminho é fundamental para o fortalecimento da economia gaúcha”.
0 comentário
Gadolando cobra medidas mais amplas para garantir sobrevivência dos produtores de leite
Sindilat: Setor lácteo recebe apoio, mas cobra pacote de impacto imediato
Estudo mostra que produtores de leite perdem R$ 1.200 por vaca com mastite. Especialista indica métodos de prevenção
“Aprovação do projeto que proíbe a reconstituição de leite em pó e derivados é um avanço em SC” avalia FAESC
Goiás proíbe venda de leite líquido feito a partir de leite em pó importado
Gadolando celebra prêmio Destaque Holandês e cobra medidas efetivas de apoio à cadeia leiteira