Grande desafio para exportações está na modernização de portos e armazéns

Publicado em 27/05/2013 14:52
Senadora Kátia Abreu defendeu a descentralização do escoamento da produção de grãos em encontro com Ministro dos Transportes, na sede da CNA

O grande desafio do agronegócio brasileiro hoje é conseguir que o setor público melhore e modernize a logística para o escoamento da produção de grãos destinada ao mercado externo, afirmou a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, durante encontro com o ministro dos Transportes, Cesar Borges, na terça-feira (22), na sede da entidade em Brasília. Essas exportações, acrescentou, “estão concentradas nos portos da região Sul, especialmente Santos e Paranaguá, responsáveis por 84% do embarque da soja e do milho exportados pelo país”.

A presidente da CNA defendeu a descentralização desse modelo e busca de novas regiões para escoar a produção de grãos, destacando como prioridade os Estados como o Pará, Maranhão e Tocantins. Nessas regiões, devem ser criados novos portos, modernização dos terminais em operação e hidrovias.

Durante reunião que contou com a presença dos presidentes das Federações estaduais da agricultura, a senadora mostrou a preocupação dos produtores com as péssimas condições das rodovias e a ausência de ferrovias e hidrovias modernas, que possam reduzir os custos financeiros no escoamento da produção de grãos no país. Apresentou ainda ao ministro as precárias condições existentes para o armazenamento de grãos no País.

Agronegócio - Mesmo com esse verdadeiro apagão logístico, indicou a senadora, o agronegócio brasileiro tem dado respostas positivas e tem contribuído de forma decisiva para o equilíbrio da balança comercial. Em 2012, reiterou, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro alcançou US$ 507 bilhões, representando 22,4% de todo o PIB nacional (US$ 2,2 trilhões) do ano passado. A produção total da safra brasileira, no biênio 2012/13, foi de 184 milhões de toneladas, crescimento de 10,48% em relação ao período anterior, informou ela ao ministro.

Enquanto nos Estados Unidos a capacidade de armazenagem nas propriedades rurais é equivalente a 55% da produção de grãos, no Brasil este percentual não chega a 14%, alertou. “O nosso desafio está em ampliar a capacidade estática de armazenagem atual de grãos, ao lado de medidas práticas do poder público na construção de novas hidrovias e ferrovias que possam facilitar e descentralizar o escoamento de nossa produção agrícola”, disse a senadora.

Outro exemplo citado pela presidente da CNA, ainda com relação aos problemas na armazenagem de grãos durante o período de pico da safra, mostra que os Estados Unidos, com uma safra de 474 milhões de toneladas de grãos, tem 120% de capacidade de armazenamento. Enquanto o Brasil, com uma safra de 184 milhões de grãos, dispõe de apenas 88% de capacidade para armazenagem. “Precisamos mudar esse patamar, com urgência”, lembrou.

O déficit no sistema de armazenamento de grãos, segundo a presidente da CNA, “vem criando distorções sérias e fazendo com que, no auge da safra de grãos, caminhões e navios sejam improvisados como armazéns, elevando de forma insuportável os custos para o transporte de grãos”.

Arco Norte - Números apresentados pela senadora indicam que a concentração entre janeiro e julho das exportações de soja (produção de 81,9 milhões de toneladas na safra 2012/13) expõe o gargalo provocado pelo acúmulo da demanda nos portos de Santos e Paranaguá. Para solucionar a questão, apresentou ao ministro César Borges a proposta da CNA de melhorar e criar novas hidrovias e portos no que denominou de “Arco Norte”.

Esse projeto prevê obras de infraestrutura hidroviária, ferroviária e rodoviária no Pará, Maranhão, Amazonas, Tocantins e Amapá. Dentre esses empreendimentos prioritários, segundo a senadora, estão o Corredor do Rio Tocantins, com a construção das eclusas de Estreito e Lajeado; o Corredor do Rio Tapajós e o término da BR-163, ligando Porto Velho a Manaus; além do Corredor Rio Madeira, que prevê a ampliação do porto da cidade de Porto Velho, melhoria de navegação do Rio Madeira e adequação das rodovias BR-364 (Rio Branco,(ACRE) até Cruzeiro do Sul e a BR-174 (Manaus a Boa Vista).

Medidas de emergência – O ministro César Borges concordou com o diagnóstico apresentado pela presidente da CNA e revelou algumas medidas de emergência em estudo pelo Governo por orientação expressa da presidente Dilma Rousseff. Estas ações serão apresentadas e detalhadas durante a reunião do Conselho Nacional de Integração de Políticas de Transporte (CONIT), em junho, informou o ministro.

“A CNA tem assento nesse órgão e a entidade poderá colaborar e participar das alternativas voltadas à redução do custo Brasil”, lembrou. É óbvio, explicou, que em razão da magnitude dos recursos financeiros necessários será “imprescindível a participação de capitais privados nacionais e estrangeiros nesse gigantesco esforço de recuperação da malha ferroviária, rodoviária e hidroviária do país”.

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