EUA lançam força no Mar Vermelho, navios mudam rota para evitar ataques
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Por Phil Stewart
MANAMA (Reuters) - O secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, disse nesta terça-feira que os Estados Unidos estavam liderando uma operação multinacional para proteger o comércio no Mar Vermelho, enquanto os ataques dos militantes do grupo Houthi do Iêmen, apoiados pelo Irã, forçavam mais empresas de navegação importantes a mudar de rota.
Os houthis intensificaram os ataques com mísseis e drones que iniciaram no mês passado contra embarcações internacionais que navegam pelo Mar Vermelho, em resposta ao ataque de Israel à Faixa de Gaza.
Os ataques desta semana forçaram a grande petrolífera BP e uma série de empresas de frete, incluindo a Maersk, a desviar as remessas normalmente feitas através do Canal de Suez para em torno do Cabo da Boa Esperança, acrescentando dias ao tempo de viagem e incorrendo em custos mais altos.
A guerra de 10 semanas de Israel com o Hamas, grupo palestino que controla Gaza, atraiu os Estados Unidos e seus aliados para o lado de Israel, e o Irã e suas forças árabes representantes para o lado do Hamas, arriscando um conflito regional mais amplo.
Austin, que está em viagem ao Barein, onde fica o quartel-general da Marinha dos EUA no Oriente Médio, disse que Reino Unido, Barein, Canadá, França, Itália, Holanda, Noruega, Seychelles e Espanha estão entre as nações envolvidas na operação de segurança do Mar Vermelho.
O grupo realizará patrulhas conjuntas no sul do Mar Vermelho e no Golfo de Aden.
"Esse é um desafio internacional que exige ação coletiva", disse Austin em um comunicado.
Em uma reunião virtual com ministros de mais de 40 nações, Austin pediu a contribuição de outros países ao condenar as "ações imprudentes dos houthis".
O anúncio de Austin, no entanto, deixa muitas perguntas sem resposta, incluindo quantos outros países estão dispostos a fazer o que a maioria dos navios de guerra dos EUA fez nos últimos dias - abater mísseis e drones houthis e correr para ajudar navios comerciais sob ataque.
Mais tarde, a França disse que se juntaria ao esforço para impedir os ataques dos houthis.
As empresas de transporte marítimo continuaram a mudar rota na terça-feira, apesar do anúncio de Austin. A empresa dinamarquesa Maersk, que suspendeu o transporte marítimo no Mar Vermelho, disse que seus navios navegariam pela África até segunda ordem.
"Acreditamos que uma solução que permita o retorno ao uso do Canal de Suez e o trânsito pelo Mar Vermelho e pelo Golfo de Aden será introduzida em um futuro próximo, mas, neste momento, continua difícil determinar exatamente quando isso acontecerá", afirmou em um comunicado.
Fontes do setor disseram que o impacto sobre o comércio global dependeria de quanto tempo a crise persistiria, mas que os prêmios de seguro e as rotas mais longas seriam ônus imediatos.
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