Exportadores avaliam opções de frete aéreo em meio à intensificação de ataques no Mar Vermelho
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Por Jonathan Saul e Helen Reid e Corina Pons
LONDRES/MADRI (Reuters) - Exportadores que usam o Mar Vermelho como rota estão se esforçando para encontrar maneiras de enviar bens de consumo importantes aos compradores, como por via aérea, à medida que uma onda de ataques naquelas águas se soma a problemas na cadeia de abastecimento de frete marítimo em outros lugares.
Militantes houthis apoiados pelo Irã no Iêmen intensificaram os ataques a navios no Mar Vermelho desde 19 de novembro para mostrar apoio ao Hamas, enquanto a ofensiva militar de Israel em Gaza continua.
Os ataques têm perturbado uma rota comercial crucial que conecta a Europa e a América do Norte à Ásia através do Canal de Suez, elevando significativamente os custos de transporte de contêineres, uma vez que agora as empresas estão buscando rotas alternativas, muitas vezes mais longas.
As empresas agora tentam mudar para o chamado transporte intermodal para manter as cadeias de abastecimento globais, o que combina rota via aérea e por mar, disse Jan Kleine-Lasthues, diretor de operações de frete aéreo da Hellmann Worldwide Logistics, importante empresa alemã de transporte de carga.
Isso significa que as mercadorias serão transportadas primeiro por via marítima para um porto em Dubai, de onde serão transportadas por frete aéreo, disse ele.
"Essa rota alternativa permite que os clientes evitem a zona de perigo no Mar Vermelho e a longa viagem ao redor do extremo sul da África", disse Kleine-Lasthues à Reuters.
A Hellman tem visto um aumento na demanda por rotas combinadas, que envolvem via aérea e marítima, para bens de consumo, como vestuário, assim como itens eletrônicos e de tecnologia, disse ele.
"Dada a situação atual, é provável que muitos carregamentos fiquem presos em contêiners no Mar Vermelho ou atrasados devido a desvios em torno do Cabo da Boa Esperança. Esse atraso poderá ter impacto nas operações de varejo na Europa e nas Américas, uma vez que se trata de uma surpresa", acrescentou.
Os preços do frete de contêineres nas rotas da Ásia para o norte da Europa subiram 14% desde que os desvios foram anunciados na semana passada, de acordo com análise da plataforma global de frete Freightos.
Cerca de 35 mil navios navegam anualmente pela região do Mar Vermelho, transportando mercadorias entre a Europa, o Oriente Médio e a Ásia, o que representa cerca de 10% do PIB global, disse Corey Ranslem, presidente-executivo da empresa britânica de consultoria e segurança de risco marítimo Dryad Global.
"Sob uma ameaça prolongada, veremos o preço do combustível e dos bens para a Europa subir substancialmente devido aos custos mais altos de desvio em torno de África, o que pode acrescentar cerca de 30 dias ao trânsito, dependendo do porto de chegada", disse ele.
(Reportagem de Jonathan Saul e Helen Reid, em Londres, e Corina Pons, em Madrid)
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