Seca na Amazônia deixa barcos encalhados e paralisa transporte pelos rios

Publicado em 11/10/2023 17:50 e atualizado em 12/10/2023 09:23

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Por Bruno Kelly

BRASÍLIA (Reuters) - A barcaça que transportava três caminhões e 2.000 botijões de gás de cozinha vazios está encalhada desde o mês passado nos vastos bancos de areia de um rio Negro vazio, destacando a situação difícil do transporte fluvial em uma região atingida por uma seca severa.

O capitão do barco que rebocava a barcaça, Junior Cesar, disse que eles buscariam suprimentos em Manaus para levar até Borba, a cerca de 280 quilômetros de distância, no rio Madeira, um afluente do Amazonas que viu seus níveis de água caírem a níveis recordes.

"Ao nos aproximarmos, encalhamos e a ajuda veio muito lentamente para re-flutuar meu barco, porque a água estava baixando muito rapidamente", disse ele uma entrevista.

A região amazônica está sob pressão do fenômeno climático El Niño, com o volume de chuvas no norte da Amazônia abaixo da média histórica e os níveis dos rios caindo perto de níveis recordes.

"No Madeira, estão surgindo praias e rochas que nunca vimos antes", disse Cesar.

A onda de calor e a seca, associadas à morte em massa de peixes e botos, limitaram o acesso a suprimentos pelas comunidades locais que dependem do transporte fluvial na floresta tropical.

Cesar disse que as prateleiras das lojas estão se esvaziando em Borba, onde sua barcaça entrega alimentos, água potável, gás de cozinha, gasolina e materiais de construção.

Em setembro, o governo brasileiro criou uma força-tarefa humanitária para entregar pacotes de alimentos a vilarejos isolados e comunidades indígenas. Na terça-feira, grupos indígenas da Amazônia pediram ao governo brasileiro que declarasse uma emergência climática, pois suas aldeias não têm água potável, alimentos ou remédios devido a uma grave seca.

As autoridades alertam que os baixos níveis dos rios podem interromper as exportações de grãos dos estados agrícolas próximos. No Madeira, eles disseram que as rotas de barcaças usadas por empresas de grãos, como Cargill, Bunge e Amaggi, estão abertas, mas as cargas estão sendo reduzidas por precaução.

(Reportagem adicional de Anthony Boadle em Brasília)

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Fonte:
Reuters

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