Na Agrishow, ministro critica reserva legal

Publicado em 27/04/2010 10:21 e atualizado em 04/03/2020 21:12
Wagner Rossi, da Agricultura, diz que só um doido proporia um corte na produção do país que é o celeiro de alimentos. Cesário, o presidente da feira, aplaudiu o discurso e disse que agora vai cobrar do governo federal a reforma do Código Florestal.

Em discurso durante a abertura da Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), ontem, em Ribeirão, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi (PMDB), fez duras críticas à substituição de área agrícola produtiva por área de reserva legal. Por outro lado, defendeu a implantação de um programa de agricultura de baixo carbono como forma de preservação ambiental.<?xml:namespace prefix = o ns = "urn:schemas-microsoft-com:office:office" />

"Precisamos mostrar que a agricultura pode produzir sem destruir, mas não é arrancando 20% dos canaviais para fazer floresta", disse Rossi, no primeiro discurso oficial como ministro em Ribeirão, cidade em que ele mora.

Além dele, três ex-ministros da Agricultura que o antecederam -Reinhold Stephanes, Luís Carlos Guedes Pinto e Roberto Rodrigues- acompanharam a abertura da feira.

A reserva legal está prevista no Código Florestal desde 1956. Um decreto presidencial de 2008 previa que, no ano passado, começariam a ser aplicadas sanções aos donos de propriedades rurais que não cumprissem a reserva de 20% de mata nativa, mas o prazo foi prorrogado até 2011.

"Só um doido pode propor que se corte produção num país que é o celeiro de alimentos do mundo", disse. Rossi chamou de "vazios" os discursos de parte de ambientalistas e disse que só quem pode defender o ambiente é o produtor. "Não venham nos dar aulas de como se protege o meio ambiente nos salões perfumados das elites de São Paulo, nos shoppings, venham aqui pôr os pés na terra roxa de Ribeirão."

Em entrevista à Folha, o secretário de Estado da Agricultura, João Sampaio, adotou um tom mais conciliador, mas fez coro ao ministro. "Na nossa região temos fazendas consolidadas há mais de cem anos, e querer recompor isso, deixando de produzir, não tem bom senso."

Cesário Ramalho, presidente da Agrishow e da Sociedade Rural Brasileira, disse que achou positivo o fato de o tema ter sido abordado durante a abertura e disse que vai cobrar a reforma do Código Florestal.

"Fiquei muito contente que o ministro se sensibilizou, então agora vamos cobrar dele. O presidente Lula, que tem toda a força que fala que tem, eu quero ver a força dele agora de bater na mesa e falar: "vamos votar o Código Florestal'", disse.

 

Leia as declarações do setor ambiental sobre o assunto: Promotor ambiental critica declarações de Rossi

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Fonte:
Folha de São Paulo

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