Preços do milho safrinha despencam no mercado interno brasileiro

Publicado em 18/03/2013 14:39 e atualizado em 18/03/2013 15:29
Os preços do milho safrinha estão despencando no mercado interno brasileiro. Em algumas regiões do país, o valor chegou a recuar de R$ 26,00 para R$ 17,00 por saca em apenas uma semana. Em outros locais, o grão chega a ser comercializado entre R$ 12,00 e R$ 13,00, enquanto no ano passado variava entre R$ 18,00 e R$ 22,00. Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a forte baixa dos preços refletem cotações menores no mercado internacional de grãos. Em Chicago, os futuros da commodity são pressionados por uma expectativa de safra recorde nos EUA e de uma grande safrinha de milho no Brasil.

No último dia 21 de fevereiro, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou que a safra norte-americana poderá somar 369,1 milhões de toneladas. Cerca de 39,05 milhões de hectares serão plantados na próxima safra 2013/14. Em decorrência desse quadro, a expectativa é que os preços do cereal alcancem a mínima em quatro anos, chegando a US$ 5,40/bushel. Já a produção brasileira deve totalizar 41.275 milhões de toneladas, segundo o levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgado no início do mês de março.

Além disso, outro fator que também contribui para a redução nas cotações do milho safrinha é o aumento nos valores do frete. O consultor destaca que os valores registraram um crescimento em torno de R$ 260,00 a R$ 280,00 em comparação com a temporada anterior.

“Essa situação acaba diminuindo a rentabilidade dos produtores. Os agricultores estão perdendo cerca de R$ 200,00 por tonelada ante a safra 2011/12, e em torno de R$ 1 mil reais a menos por hectare. A saca do produto deveria estar sendo comercializada a R$ 14,00, para que os produtores conseguissem cobrir os custos de produção”, afirma Brandalizze.

Diante dessas cotações mais baixas, e os altos custos de produção, a negociação do milho safrinha no mercado interno segue em ritmo lento. A situação vem se agravando e, com isso, para Brandalizze será até mesmo necessária a intervenção do Governo de forma a auxiliar os produtores.  No entanto, com a mudança do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, as medidas para o setor podem atrasar, conforme relata Brandalizze.

Há mais de 20 anos, o cultivo do milho safrinha se consolidou no Brasil, como relata o produtor rural de Itambé, no Paraná, Valdir Fries em um artigo no Notícias Agrícolas. Este ano, a área destinada à cultura no país deverá superar os 8 milhões de hectare, maior do que a registrada na safra anterior. 

Porém, apesar desse crescimento, os produtores ainda sofrem com a falta de auxílio do governo e de uma política agrícola eficiente principalmente em relação a comercialização. "A cadeia produtiva da agropecuária brasileira não consegue mais sobreviver com políticas emergenciais. Hora tenta acalmar o cafeicultor, hora tenta segurar o citricultor, hora os arrozeiros - arrozeiros que já estão plantando soja para fugir das políticas “emergenciais” -, triticultor que sobrou planta o que pode, sem esperar nada do governo, e, pelas expectativas da produção de milho, deve sobrar polenta na "panela do governo", diz Fries. 

Veja o artigo de Valdir Fries clicando no link abaixo:


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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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4 comentários

  • Flavio Schirmann Formigueiro - RS

    As propriedqdes rurais precisam ser administradas como se fossem uma"fabrica", as culturas são como "linhas de produção". Os problemas de escoamento da produção devem ser planejados pelos órgãos competentes do governo, ou não? Nós produtores não podemos ficar "saltando" de uma cultura para outra todo ano...isso gera maiores custos (máquinas e equipamentos diferentes,aptidão agrícola da região, nova tecnologia de produção, treinamento de mão-de-obra e muitos outros fatores)Acredito que o correto é cada setor fazer o que lhe compete.A competência do produtor é produzir e isso graças a Deus nós sabemos fazer...

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  • Josino da Veiga Antunes cristalina - GO

    Aqui na Nossa Região tb o mercado de milho esta parado, concordo com o Vilson Ambrozi que à falta de sintonia entre os produtores todos sabem o que acontece, mas fazem sempre o contrario ai o resultado sempre é negativo, sempre devemos lembrar que o mercado é de oferta e procura, estas noticias de filas em Portos ja existe a muitos anos, nós não precisamos mais reclamar poorque isto não muda. o nosso transporte aqui na região é Rodoviario não adianta reclamar que o frete é caro.

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  • Flavio Schirmann Formigueiro - RS

    FALTA POLÍTICA AGRÍCOLA, CAUSADA POR FALTA DE VONTADE POLÍTICA DOS GOVERNANTES COMO SEMPRE...SORTE TERMOS PRODUTORES QUE, PERSEVERANTES NA "FÉ E ESPERANÇA", SUSTENTAM O AGRONEGÓCIO BRASILEIRO.

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  • Vilson Ambrozi Chapadinha - MA

    Acho que o problema maior é falta de sintonia entre os produtores. Não existe coordenação e o resultado é o que vai acontecer.Uma montanha de milho a milhares de Km do consumo.Planta-se sabendo que:O transporte é rodoviário.Que não há politica de subsídios permanente.que não existe armazenagem nos locais da produção etc.È a felicidade do caminhão.

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