Milho: Preços recuam na CBOT, porém cenário fundamental ainda é positivo
As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com leves quedas nesta segunda-feira (7). Entretanto, apesar do recuo, as cotações se mantêm próximas de US$ 5,00 por bushel. E por volta das 12h08 (horário de Brasília), os principais contratos da commodity registravam ligeiras perdas entre 2,75 e 3,25 pontos. O vencimento maio/14 era negociado a US$ 4,98 por bushel.
Após as altas registradas no último pregão, o mercado realiza lucros no início dessa semana. Ainda assim, analistas ressaltam que os fundamentos continuam positivos ao mercado do cereal. De acordo com o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro, a demanda pelo produto norte-americano continua firme e a tendência é que permaneça dessa forma até a entrada do produto de outras origens, como Brasil e Argentina.
Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou as vendas semanais em 1.310.564 toneladas na semana encerrada no dia 04 de abril. Na última semana, o número divulgado foi de 1.335.029 toneladas (número revisado).
O percentual está bem acima do registrado no mesmo período do ano passado, de 267.851 toneladas. Até o momento, no acumulado no ano safra, com início em 1º de setembro, as vendas somam 23.721.666 toneladas, contra 11.251.804 milhões de toneladas acumulado no ano safra anterior.
Além disso, na próxima quarta-feira (9), o USDA deverá divulgar o novo relatório de oferta e demanda dos EUA e mundial. Na visão do analista, caso os números da quebra na safra brasileira, devido ao clima, sejam mais consistentes os preços futuros podem apresentar nova valorização. “Ainda assim, as cotações devem ficar próximas de US$ 5,00 por bushel”, explica Ribeiro.
Outra variável que ganha força no mercado a partir de agora é o clima nos Estados Unidos, que pode comprometer o avanço da semeadura da safra 2014/15. Por enquanto, as previsões climáticas indicam chuvas para algumas regiões do Corn Belt, que se confirmadas, poderão atrasar o preparo para o início do plantio da produção norte-americana.
BMF&Bovespa
As principais posições do milho negociados na BMF&Bovespa operam em campo misto nesta segunda-feira. A queda do dólar, juntamente com a evolução da colheita em importantes regiões produtoras pressionam as cotações futuras, segundo afirmam analistas.
Ainda de acordo com o analista de mercado da Cerrado Corretora, os produtores brasileiros têm negociado a safra de milho verão, mas, ainda assim, a comercialização é menor se comparado com a soja. No caso da safrinha, a negociação também está bem abaixo do que em anos anteriores.
A expectativa é que a segunda safra brasileira seja menor nesta safra, uma vez que a área cultivada apresentou uma redução. Parte dos produtores preferiu investir na cultura, especialmente na região de Centro-Oeste, do algodão e na safrinha de soja, apesar do risco sanitário de semear soja em cima de soja, conforme diz Ribeiro.
“Entretanto, os preços no mercado interno brasileiro ainda podem subir, em função da situação que temos no mercado externo com a redução na área cultivada nos EUA. O produtor ainda terá boas oportunidades para negociar a safra, principalmente entre os meses de setembro e outubro”, afirma.
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