Milho: Mercado reflete aumento na produção mundial e fecha em baixa na CBOT

Publicado em 09/04/2014 17:15

Após a divulgação dos números do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago terminaram o dia do lado negativo da tabela. As principais posições da commodity exibiram perdas demais de 5 pontos e o vencimento maio/14 era cotado a US$ 5,02, desvalorização de 0,93% em relação ao último pregão. Ainda assim, os contratos se mantiveram acima dos US$ 5,00 por bushel.

De acordo com o analista de mercado da New Agro Commodities, João Pedro Corazza, as estimativas de aumento na produção mundial exerceram pressão negativa nas cotações futuras. O USDA apontou uma elevação na produção global de milho para 973,9 milhões de toneladas, contra 966,63 milhões de toneladas reportadas no relatório anterior.

Na contramão desse cenário, o departamento reduziu as estimativas dos estoques finais nos EUA para 33,82 milhões de toneladas. O número ficou abaixo das expectativas do mercado, que esperavam que os estoques ficassem próximos de 35,64 milhões de toneladas. Em março, o número anunciado pelo USDA foi de 36,98 milhões de toneladas.

Em contrapartida, o órgão norte-americano aumentou a projeção para safra brasileira de milho para 72 milhões de toneladas, contra 70 milhões de toneladas reportadas anteriormente. Os participantes do mercado esperavam um recuo na estimativa da safra do país, para 69,8 milhões de toneladas. A safra da Argentina foi mantida em 24 milhões de toneladas. 

Ainda na visão do analista, as quedas registradas nos contratos do trigo nesta quarta-feira também influenciaram os futuros do milho. "Em muitos países, o trigo é concorrente com o milho, como componente principal na fabricação de ração, então são diretamente proporcionais", explica Corazza.

Do lado fundamental, o analista acredita que o cenário permanece positivo para todas as commodities, apesar das quedas registradas na sessão de hoje. E a tendência é que as cotações do milho permaneçam próximas de US$ 5,00 por bushel. Além disso, outra variável que ganha força nesse momento são as previsões climáticas para os EUA. Os investidores estão atentos ao clima, uma vez que, caso as condições sejam desfavoráveis poderá comprometer o avanço do plantio da safra 2014/15 dos EUA. 

BMF&Bovespa

As principais posições do cereal negociadas na BMF&Bovespa operam em campo misto nesta quarta-feira. A comercialização da safra no Brasil, segue em ritmo lento e apenas são feitos negócios pontuais. Os produtores têm segurado o produto à espera de preços melhores.

"As negociações estão bem lentas, por isso, vemos que a BMF&Bovespa não tem uma variação tão forte como no mercado disponível. Os preços têm se mantido e em algumas praças ate tivemos algumas valorizações no mercado interno", diz Corazza.

O analista ainda afirma que as empresas brasileiras, que estiverem abastecidas, poderão ter que pagar mais para ter o produto, uma vez que, as ofertas de milho são pequenas. Nesta quarta, a saca de milho foi negociada a R$ 32,00 em Campinas (SP) CIF, em Campo Mourão (PR), o valor foi de R$ 27,00. Já em Campo Novo do Parecis (MT), a saca foi comercializada a R$ 20,50, enquanto que, em Jataí (GO), o valor foi de R$ 25,50, em Minas Gerais, em Unaí, o valor para venda da saca ficou em R$ 26,00.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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