Milho: Com demanda firme e previsão de clima frio nos EUA, preços fecham em alta em Chicago

Publicado em 14/04/2014 17:41

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia do lado positivo da tabela. As principais posições encerraram a sessão com altas de mais de 4 pontos. O vencimento maio/14 retornou ao patamar de US$ 5,00 e fechou cotado a US$ 5,03, valorização de 0,9% frente ao último pregão.

As previsões climáticas indicando neve para algumas regiões do Meio-Oeste norte-americano durante essa semana impulsionaram os preços da commodity. De acordo com o site internacional de meteorologia, AccuWeather, também há previsão de chuvas, que podem aumentar as possibilidade de enchentes no Meio-Oeste e Nordeste dos Estados Unidos.

O analista de mercado da Corretora Jefferies, Vinicius Ito, explica que, a previsão é de geada para esta noite e a temperatura deve chegar a -6ºC. "E essa frente fria trouxe preocupação para o plantio do milho, que está em andamento nos EUA. Consequentemente, o mercado já está adicionando prêmio de clima nas cotações futuras", diz.

Nos últimos pregões, as notícias de clima para os Estados Unidos têm ganhado força e a atenção dos participantes do mercado internacional de grãos. A expectativa é que as especulações climáticas se mantenham até o mês de julho e traga volatilidade aos preços das commodities negociadas na CBOT. 

Além disso, do lado fundamental, o cenário é positivo aos preços do cereal. A demanda mundial pelo produto norte-americano segue forte e, nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que as vendas semanais dos EUA ficaram em 1.448,812 toneladas na semana encerrada no dia 11 de abril. O número é maior do que o registrado na última semana, de 1.310,564 toneladas (número revisado).

No mesmo período do ano passado, o número era de 373.445 toneladas. Já no total acumulado no ano safra, iniciado em 1º de setembro, as vendas somam 25.170,478 toneladas, contra 11.625,249 milhões de toneladas no ano safra anterior. 

Paralelo a esse quadro, as análises gráficas também apontam para uma tendência positiva aos preços do milho, conforme relata o analista da SmartQuant Fundos Investimentos, Antônio Domiciano. “A médio e longo prazo a tendência é de alta para o cereal. Na última semana, o milho atingiu o nível de US$ 5,20 e precisa romper essa barreira para tentar buscar o patamar de US$ 5,60 por bushel”, ressalta.  

Ainda hoje, as preocupações com um possível conflito entre a Ucrânia e Rússia retornaram ao mercado e exerceram influência nas cotações, especialmente no trigo. A expectativa é que a situação possa comprometer as exportações de trigo e milho no país. A Ucrânia é um importante player de mercado, em ambas as culturas. 

BMF&Bovespa

No Brasil, diante da comercialização da safra de milho que segue lenta, as principais posições do milho negociadas na BMF&Bovespa trabalham com ligeiras quedas, mas próximas da estabilidade. No momento, os produtores brasileiros estão mais focados na comercialização da produção de soja e, além disso, a desvalorização da moeda norte-americana também contribui para o cenário.

Devido à diferença de preços, o milho perdeu área para a soja na safra de verão. E com as condições climáticas desfavoráveis, há quebra em importantes regiões produtoras como São Paulo e Minas Gerais. O mesmo aconteceu na segunda safra, já que, os baixos valores obtidos no ano passado, especialmente, na região Centro-Oeste a área cultivada na safrinha foi menor.

A redução nos investimentos em tecnologia também já é um fato consolidado na segunda safra, assim como, o término da semeadura do grão fora da janela ideal, conforme as informações dos presidentes dos sindicatos rurais. Em Sorriso (MT), importante região produtora, cerca de 60 mil hectares foram cultivados com safrinha de soja.

Diante dessas incertezas, a negociação, principalmente, da safrinha segue em ritmo lento. No Mato Grosso e Paraná, a comercialização do milho está inferior ao registrado em anos anteriores, segundo informou os institutos de agricultura dos dois estados. No interno, a negociação também está travada e os preços seguem estáveis. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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