Milho: Frente à previsão de clima favorável nos EUA, preços fecham em queda em Chicago

Publicado em 16/04/2014 17:08

As principais posições do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram o dia em baixa. Ao longo das negociações, as cotações apresentaram variações e fecharam o pregão com perdas entre 4,25 e 6,25 pontos. O contrato maio/14 perdeu o patamar de US$ 5,00 e terminou cotado a US$ 4,97, desvalorização de 1,2% em relação ao último pregão.

Os preços futuros da commodity foram pressionados negativamente pelas previsões climáticas indicando tempo favorável para algumas regiões do Meio-Oeste norte-americano a partir da próxima semana. De acordo com informações do site internacional de meteorologia, AccuWeather, as temperaturas devem ficar mais altas nos estados de Iowa e Illinois, a partir da segunda quinzena desse mês.

Contudo, para essa semana, a previsão ainda é de tempestade de neve, especialmente para as regiões Norte e mais ao Norte do Meio-Oeste norte-americano. Nos últimos pregões, as previsões de clima frio impulsionaram as cotações futuras do milho, já que a expectativa era que essa situação poderia afetar a evolução do plantio.

"Agora, entramos no mercado de clima nos EUA e a cada semana teremos uma história nova sobre o clima e o avanço ou não do plantio norte-americano. Teremos volatilidade na Bolsa de Chicago seja de alta ou baixa", explica o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari.

Até o 13 de abril, o plantio norte-americano alcançou 3% da área projetada, conforme informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). No mesmo período do ano passado o número era de 2%, enquanto que, a média dos últimos cinco anos é de 6%. Entretanto, o analista acredita o percentual ainda não pode ser considerado um atraso, uma vez que, a capacidade de plantio dos produtores norte-americanos é alta, em função da alta tecnologia empregada.

Por outro lado, os fundamentos ainda são positivos ao mercado de milho. A demanda segue firme pelo produto norte-americano e nesta safra, a área cultivada com o grão deverá ser menor no país, segundo projeções do USDA. Até o momento, o país já vendeu cerca de 41.965,4 toneladas de milho, no acumulado no ano safra. Número acima do estimado pelo departamento, de 44.450,0 toneladas do cereal.

Além disso, as análises gráficas também indicam uma tendência positiva aos preços. A médio e longo prazo a perspectiva é altista para as cotações, que devem ultrapassar a barreira de US$ 5,20 por bushel e buscar os US$ 5,60 por bushel.

Mercado interno

No mercado brasileiro, as negociações permanecem lentas e as cotações estão estáveis. Frente à quebra na safra de verão devido ao clima seco e falta de chuvas e as incertezas em relação à safrinha, os produtores rurais seguram o produto à espera de preços melhores.

Apesar da redução da área cultivada, nos investimentos e o término do plantio fora da janela ideal, Molinari destaca que a segunda safra tem apresentado bom desenvolvimento. O outono mais úmido tem favorecido as lavouras da safrinha, mas a preocupação ainda é com uma possível geada no Paraná ou a paralisação das precipitações. 

No Paraná, cerca de 93% das lavouras estão em boas condições, segundo informações do Deral (Departamento de Economia Rural). No entanto, a comercialização da safrinha segue bem lenta, em torno de 2%, na primeira safra o percentual negociado é de 33%. Já no MT, a safrinha deverá apresentar uma redução de 32% frente ao colhido no ano passado e somar 15,34 milhões de toneladas nessa safra. O volume negociado também continua abaixo do registrado no ano anterior, visto que o preço de venda está elevado, conforme dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária).

Ainda na visão do analista, com uma safra próxima de 71 milhões de toneladas, entre safra de verão e safrinha, diante de um consumo de 55 milhões de toneladas, o país ainda teria estoques suficientes. Entretanto, as exportações, que atingiram um nível recorde no ano passado, de mais de 26 milhões de toneladas, teriam que ser reduzidas este ano. “O mercado interno terá que controlar um pouco mais essa competição de preços internos e externos, para que não tenhamos uma colocação de exportação maior do que podemos exportar e atender o mercado interno”, finaliza Molinari.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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