Milho: Mercado fecha em queda frente ao clima favorável nos EUA
Pelo segundo dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão em queda nesta terça-feira (20). Durante os negócios, as principais posições do cereal reverteram os ganhos registrados no início da sessão e terminaram o dia com perdas entre 3,00 e 3,75 pontos. O vencimento julho/14 era negociado a US$ 4,73 por bushel.
Segundo informações da agência internacional Bloomberg, as especulações de que o clima benéfico irá impulsionar o plantio do cereal nos EUA pressionaram negativamente as cotações futuras. O contrato julho atingiu o patamar de US$ 4,74 por bushel, menor nível desde 11 de março. Porém, o contrato foi para a quinta queda consecutiva, a mais longa desde 7 de novembro.
O relatório divulgado nesta terça-feira aponta que o tempo quente e seco nos próximos dias irá contribuir para o avanço da semeadura do grão de Dakota do Norte a Ohio. De acordo com o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, a preocupação com o clima nos EUA deve ganhar força em julho, quando as lavouras entram em fase de polinização.
Até o último dia 19 de maio, o plantio do milho alcançou 73% da área projetada para a safra 2014/15, conforme dados divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na última semana, a semeadura do grão era de 59%. Já no mesmo período do ano passado, o cultivo do grão atingia 65% da área e a média dos últimos cinco anos é de 76%.
A Carolina do Norte é o estado mais adiantado na semeadura do milho, com 96% da área plantada. Ainda de acordo com o órgão norte-americano, cerca de 34% das lavouras do cereal já emergiram, número acima do registrado na última semana, de 18%, e do mesmo período do ano anterior, de 17%. A média dos últimos cinco anos é de 42%.
Ainda na visão do analista, o mercado está em uma curva de baixa. "Os preços ainda têm espaço para baixar, os vencimentos já recuaram de US$ 5,00 para US$ 4,76 e, agora os contratos podem buscar os US$ 4,50 por bushel. As oscilações nos preços não estão descartadas, mas só teremos novas altas caso haja problemas em relação ao clima nos EUA", diz Molinari.
Mercado interno
No Brasil, as cotações do cereal estão mais baixas no mercado interno. Nesta terça-feira, o Cepea informou que a comercialização da safrinha segue em ritmo lento, uma vez que os compradores estão retraídos e os vendedores tentam negociar alguns lotes. O indicador Cepea Esalq/BMF&Bovespa referente à região de Campinas (SP) baixou de 3,56% e terminou a segunda-feira cotado a R$ 28,43 a saca de 60 kg.
Ainda segundo o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, a pressão nos preços é decorrente da entrada da segunda safra no mercado, movimento normal de mercado. Além disso, as exportações brasileiras poderão ficar próximas de 27 milhões de toneladas nesta safra.
Já para o consultor do SIMConsult, Liones Severo, os produtores ainda terão boas oportunidade para negociar o cereal. “No momento, temos um recuo nos preços, com a oferta superior a demanda no mercado interno, mas o milho ainda terá bons preços. Nos últimos 14 anos, a produção mundial foi inferior ao consumo, teremos em dado momento a cotação certa ao milho”, afirma.
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