Milho: Com boas condições das lavouras nos EUA, mercado recua na CBOT

Publicado em 17/06/2014 09:00

No pregão desta terça-feira (17), as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago operam do lado negativo da tabela. As cotações dão continuidade ao movimento de queda iniciado na última sessão e, por volta das 8h44 (horário de Brasília), as cotações futuras exibiam perdas entre 1,00 e 1,50 pontos. O vencimento julho/14 era cotado a US$ 4,39 por bushel.

O mercado reflete os números do relatório de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira. Cerca de 76% das lavouras estão em boas ou excelentes condições, 20% apresentam condições regulares e 4% estão em condições ruins ou muito ruins. Na última semana, os números eram de 75%, 21% e 4%, respectivamente.

Além disso, as previsões climáticas para o país indicam temperaturas amenas e chuvas regulares nos próximos 6 a 10 dias, situação, que se confirmada, deverá favorecer o crescimento das plantas. Até o momento, as lavouras estão em estágio de desenvolvimento vegetativo. 

Diante desse cenário, aumentam as especulações de que os produtores norte-americanos irão colher uma safra recorde nesta temporada. Segundo a última projeção do USDA, a safra deverá totalizar 353,97 milhões de toneladas.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Mercado antecipa relatório do USDA e fecha o pregão em queda na CBOT

Após dois fechamentos com ganhos, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o pregão desta segunda-feira (16) do lado negativo da tabela. Ao longo das negociações, as principais posições da commodity ampliaram as perdas e encerraram o dia com perdas entre 5,25 e 6,25 pontos. O vencimento julho/14 recuou 1,3% e fechou a sessão cotado a US$ 4,41 por bushel.

Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, o mercado tentou antecipar o relatório de acompanhamento de safras, que será divulgado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) no final da tarde desta segunda-feira. No último boletim, o órgão reportou que cerca de 75% das lavouras de milho estavam em boas ou excelentes condições até o dia 8 de junho, percentual próximo dos melhores momentos da história da produção norte-americana. 

E as previsões climáticas para o país apontam para temperaturas normais e chuvas regulares para os próximos 6 a 10 dias, situação que deve favorecer o crescimento das plantas. Até o momento, as lavouras estão em estágio de desenvolvimento vegetativo, conforme destaca o consultor.

Outro fator que também contribuiu para pressionar negativamente os preços na sessão desta segunda-feira foram os números dos embarques semanais reportados pelo USDA. Até o dia 12 de junho, os embarques do cereal dos EUA totalizaram 1.102.514 milhão de toneladas, número abaixo da expectativa dos participantes do mercado.

Na última semana, o número foi de 1.153.135 milhão de toneladas. No mesmo período do ano anterior, o total embarcado foi de 359.193 mil toneladas. Já no acumulado no ano safra, com início em 1º de setembro, os embarques totalizam 35.932.592 milhões de toneladas, contra 14.246.384 milhões de toneladas no acumulado no ano safra anterior.

Diante desse cenário, o consultor de mercado explica que, no curto prazo, a pressão do clima favorável nos EUA vai limitar as altas. Ainda assim, será preciso acompanhar o clima no país durante o desenvolvimento da cultura. 

"Acredito que o mercado esteja próximo dos limites de baixa, próximo de US$ 4,40 por bushel. E milho abaixo de US$ 4,00 fica barato, tanto para a indústria de etanol, como para a o setor de rações não só nos EUA, mas no mundo", destaca Brandalizze.

O consultor em agronegócio, Ênio Fernandes, também questiona se em patamares mais baixos, os produtores norte-americanos irão querer vender o produto. Brandalizze diz que cerca de 50% da safra de milho dos EUA ainda precisa ser negociada.

BMF&Bovespa

No mercado futuro brasileiro, os futuros do cereal operam em baixa nesta segunda-feira. Nas últimas semanas, as cotações têm acompanhado o movimento de queda em Chicago e também os valores mais baixos praticados nos Portos do Brasil. Em Paranaguá, a saca do milho é comercializada entre R$ 26,00 a R$ 26,50. O contrato julho/14 era negociado a R$ 24,79 a saca, com desvalorização de 1,00%.

As exportações do milho brasileiro também estão mais lentas. Até a segunda semana de junho, dez dias úteis, o país exportou 32,2 mil toneladas, com média diária de 3,2 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, houve uma queda de 46,6%.  O preço médio por toneladas ficou em US$ 214,7. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior.

O início da colheita da segunda safra brasileira também ajuda a pressionar os preços, especialmente no mercado interno. E com a evolução dos trabalhos nos campos, a perspectiva é que as cotações recuem ainda mais. Brandalizze destaca que, os valores tendem a ficar pressionados, principalmente na segunda quinzena de junho, julho e agosto.

“Os preços deverão apresentar alguma reação a partir dos meses de setembro e outubro. A partir daí, teremos valores que compensem e deixem uma margem aos produtores. Até lá, os agricultores deverão fazer as contas para avançar na comercialização”, afirma Brandalizze.

Argentina 

No país, a colheita do milho segue lenta e cerca de 55% da produção ainda precisa ser colhida. Frente a essa situação, a entrada da safra argentina coincidirá com a safrinha brasileira, o que aumenta a oferta disponível e, consequentemente, traz mais pressão aos preços. Por isso, os produtores também devem estar atentos a esse quadro, conforme orienta o consultor de mercado. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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