Milho: Mercado atinge menor nível em 4 meses com clima favorável nos EUA

Publicado em 17/06/2014 13:04

Pelo segundo dia consecutivo, as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) operam em queda. Por volta das 11h53 (horário de Brasília), os futuros da commodity exibiam perdas entre 3,00 e 4,00 pontos. O vencimento julho/14 era negociado a US$ 4,38 por bushel. Mais cedo, o contrato chegou ao patamar de US$ 4,39 por bushel, o mais baixo desde 2 de fevereiro. 

O mercado tem sido influenciado pelas condições favoráveis das lavouras de milho norte-americanas. Nesta segunda-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de acompanhamento de safras e apontou que cerca de 76% das plantações estão em boas ou excelentes condições. E 20% apresentam condições regulares e 4% estão em condições ruins ou muito ruins. Na última semana, os números eram de 75%, 21% e 4%, respectivamente.

Até o momento, as condições climáticas nos Estados Unidos são favoráveis ao desenvolvimento das lavouras da safra 2014/15. Para os próximos 6 a 10 dias, as previsões indicam temperaturas amenas e chuvas regulares, que se confirmadas, deverão favorecer o crescimento das plantas de milho, que estão em fase de desenvolvimento vegetativo.

Apesar do cenário positivo e projeção de safra recorde nos EUA, segundo o USDA o país deverá colher 353,97 milhões de toneladas de milho nesta safra, analistas destacam que é preciso acompanhar o clima no país. Além disso, as cotações mais baixas acabam estimulando a demanda pelo produto. Nesta terça-feira, o departamento norte-americano reportou a venda de 134.500 mil toneladas de milho para o México, o volume deverá ser entregue na safra 2014/15.

No curto prazo, a tendência é que o clima favorável nos EUA limitem as altas, conforme apontam os analistas. Porém, oscilações positivas não estão descartadas, já que as exportações do país e as notícias de clima podem movimentar as cotações. Já no médio e longo prazo, a entrada da safra norte-americana pode manter os preços em patamares mais baixos, conforme informações do boletim da ODS (Serviços em Agronegócios). 

Ainda segundo relatório da ODS, na análise técnica, os preços têm potencial para buscar os US$ 4,20 por bushel, uma vez que a cotação rompeu o patamar de suporte de US$ 4,75 por bushel. Entretanto, os analistas questionam se a preços mais baixos, os produtores rurais norte-americanos irão negociar a produção de milho. Segundo o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, cerca de 50% da safra dos EUA ainda precisa ser negociada.

BMF&Bovespa

Nesta terça-feira, as cotações futuras do milho negociadas na BMF&Bovespa trabalham em campo misto, próximas da estabilidade. Devido ao jogo da seleção brasileira com o México, as negociações estão mais lentas e a bolsa irá encerrar o pregão mais cedo, por volta das 14 horas. O vencimento julho/14 era cotado a R$ 24,75 a saca. 

Nas últimas sessões, os preços têm sido pressionados pela queda na Bolsa de Chicago e o dólar em patamar mais baixo. As exportações do milho brasileiro também estão mais lentas. Até a segunda semana de junho, dez dias úteis, o país exportou 32,2 mil toneladas, com média diária de 3,2 mil toneladas. Em comparação com o mês anterior, houve uma queda de 46,6%.  O preço médio por toneladas ficou em US$ 214,7. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram divulgadas pela Secretaria de Comércio Exterior.

O início da colheita da segunda safra brasileira também contribui para pressionar as cotações. Em Lucas do Rio Verde (MT), a colheita já atinge 5% da área cultivada e os preços estão ao redor de R$ 12,00 a R$ 12,50, abaixo do preço mínimo e dos custos de produção. Segundo o presidente do Sindicato Rural, Carlos Simon, será necessária a intervenção do governo no mercado para auxiliar no escoamento da produção.

Na região de Cascavel (PR), as cotações também estão mais baixas, em torno de R$ 20,00, e irá deixar uma margem ajustada ao produtor rural. Além disso, o excesso de chuvas tem atrasado a colheita do grão e a expectativa é de perdas na qualidade do cereal. 

Consequentemente, a estratégia de parte dos produtores rurais será segurar o produto à espera de melhores oportunidades de negócios. Com o aquecimento das exportações, a partir do segundo semestre, a perspectiva é que as cotações fiquem mais atrativas aos agricultores. “Os preços deverão apresentar alguma reação a partir dos meses de setembro e outubro. A partir daí, teremos valores que compensem e deixem uma margem aos produtores. Até lá, os agricultores deverão fazer as contas para avançar na comercialização”, afirma Brandalizze.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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