Milho: Mercado reverte perdas e dá continuidade ao movimento de alta
Os preços futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) voltaram a trabalhar do lado positivo da tabela no pregão desta sexta-feira (20). Ao longo das negociações, as principais posições da commodity reverteram as perdas e, por volta 12h23 (horário de Brasília) exibiam leves ganhos entre 1,75 e 3,75 pontos. O contrato julho/14 era cotado a US$ 4,52 por bushel.
O mercado tenta dar continuidade ao movimento de alta iniciado no pregão anterior, no qual, o vencimento dezembro apresentou uma alta de 1,8%, maior ganho desde 6 de junho. Segundo informações das agências internacionais, as cotações são impulsionadas pela menor disponibilidade da oferta, já que os produtores norte-americanos estão segurando as vendas à espera de preços melhores.
De acordo com o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, nos atuais patamares, a margem de lucratividade dos produtores rurais norte-americanos fica ajustada, uma vez que os custos de produção são mais altos do que os valores praticados. Além disso, os preços mais baixos acabam estimulando a demanda para o setor de rações e etanol.
Nesta quinta-feira, o site internacional Agweb informou que a produção de etanol de milho registou uma forte alta na última semana, para 972 mil barris por dia. Consequentemente, o preço do etanol recuou e atingiu o menor patamar das últimas seis semanas.
Já as exportações semanais de milho dos EUA referentes à safra 2013/14, ficaram em 109 mil toneladas até a semana encerrada no dia 12 de junho. O volume está abaixo do registrado na semana anterior, de 409,7 mil toneladas, segundo informações do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Para a safra velha, a última estimativa do USDA é de que sejam vendidas 48.260,0 milhões de toneladas e, até o momento, já foram contabilizadas 46.666,8 milhões de toneladas.
Para a safra 2014/15 foram de 78,9 mil toneladas e ficaram abaixo do registrado na semana anterior, quando foram vendidas 105,5 mil toneladas.
Safra 2014/15
Até o momento, o clima tem sido favorável ao desenvolvimento das lavouras norte-americanas. Inclusive, esse tem sido um dos principais fatores de pressão nos preços nas últimas semanas. De acordo com o USDA, cerca de 76% das plantações apresentam boas ou excelentes condições, melhor classificação das plantas desde junho de 1994. E a expectativa é de produção recorde, de 353,97 milhões de toneladas de milho nesta temporada.
Do mesmo modo, a produtividade está estimada em 174,95 sacas por hectare, entretanto, com o clima favorável, a expectativa dos participantes do mercado é que o órgão reporte um aumento na estimativa nos próximos relatórios. Entretanto, segundo informações da agência internacional de notícias Bloomberg, há especulações no mercado de que as chuvas previstas poderão reduzir o rendimento das culturas no país.
As precipitações previstas nos próximos dias em partes de Iowa, Nebraska, Dakota do Sul e Minnesota, se confirmadas, poderão até inundar alguns campos. Ainda segundo a Bloomberg, as chuvas nos próximos quatro dias, deverá aumentar a área que enfrenta clima adverso no país.
Argentina
Na Argentina, a colheita do milho alcançou 49% da área cultivada nesta safra, de 5,905 milhões de hectares na safra 2013/14. Ainda assim, a colheita está mais lenta em relação ao mesmo período do ano passado, quando cerca de 85% da área já havia sido colhida, segundo informações do Minagri (Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca do País).
Cerca de 97% das lavouras estão em fase de maturação e 75% apresentam boas condições de desenvolvimento. Entretanto, ainda há preocupação com o elevado teor de umidade dos grãos, até o momento. A expectativa é que a produção do país totalize 32,1 milhões de toneladas na safra 2013/14, mesmo volume da safra anterior.
BMF&Bovespa
Depois do feriado de Corpus Christi, as cotações futuras do milho negociadas na BMF&Bovespa operam do lado positivo da tabela no pregão desta sexta-feira. As principais posições do cereal acompanham o movimento de alta registrado em Chicago. O vencimento julho/14 recuperou o patamar de R$ 25,00 e é negociado a R$ 25,30, com valorização de 0,84%.
Nas últimas sessões, os preços têm sido pressionados pelo recuo nas cotações no mercado internacional e o câmbio em patamar mais baixo. Consequentemente, os preços praticados nos Portos estão menores, em relação aos valores registrados no início do ano, em Paranaguá a saca ficou negociada em média a R$ 26,50. Já as exportações do milho brasileiro ainda estão lentas e a perspectiva é que fiquem mais aquecidas a partir do segundo semestre.
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