Milho: Frente ao clima favorável nos EUA, mercado fecha mais um dia em queda em Chicago

Publicado em 02/07/2014 17:24

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o pregão desta quarta-feira (2) do lado negativo da tabela, pelo terceiro dia consecutivo. Os futuros do cereal encerraram o dia com perdas entre 3,75 e 5,00 pontos. O contrato setembro caiu 0,9% e fechou a sessão cotado a US$ 4,12 por bushel. 

Segundo informações divulgadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, as cotações recuaram para uma baixa dos últimos cinco meses frente às expectativas de clima favorável ao desenvolvimento da safra norte-americana. Para as próximas duas semanas, a previsão para as de milho é de chuvas e temperaturas moderadas, que deverão ajudar na polinização das lavouras.

De acordo com o último boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), cerca de 75% das plantações estavam em condições boas ou excelentes, número acima do reportado anteriormente, de 74%. E cerca de 5% das plantações já estão em fase de espigamento. 

Com isso, é cada vez maior o sentimento dos investidores do mercado de que o país deverá colher uma safra recorde nesta temporada. Por enquanto, a projeção para a produção de milho dos EUA é de 353,97 milhões de toneladas e a produtividade das plantas está estimada em 174,95 sacas por hectare.

E caso seja confirmada essa produção recorde, o analista de mercado da Agrogt Corretora de Cereais, Gilberto Messias Toniolo, afirma que o mercado irá se acomodar em novos patamares. "Algumas consultorias internacionais já apontam valores próximos de US$ 3,60 a US$ 3,80 por bushel em outubro, novembro e dezembro", diz.

Frente a esse cenário, as cotações do cereal já recuaram em torno de 15% no segundo trimestre, conforme dados da Bloomberg. Ainda assim, os preços podem apresentar oscilações positivas nos próximos pregões, já que a cotação em patamar mais baixo estimula a demanda pelo produto.

Relatórios do USDA

Na última segunda-feira, o departamento norte-americano reportou os estoques trimestrais em 97,87 milhões de toneladas, até 1º de junho. O número ficou acima das expectativas do mercado. Já a área destinada ao plantio do cereal na safra 2014/15 foi de 37,07 milhões de hectares, estimativa pouco abaixo da última projeção do departamento, de 37,1 milhões de hectares.

Consequentemente, o vencimento dezembro/14 caiu 4,9% no dia do relatório, a maior perda desde junho desde 2013, segundo informou a agência internacional de notícias Bloomberg. No pregão anterior, o mesmo contrato recuou para US$ 4,17 por bushel, menor patamar para um vencimento ativo desde 10 de janeiro.

BMF&Bovespa

Nesta quarta-feira, as cotações do milho na BMF&Bovespa operam em queda. Na tarde de hoje, o vencimento julho/14 era cotado a R$ 24,10 por bushel, com perda de 1,19%. Nos últimos dias, os preços têm acompanhado o movimento baixista do mercado internacional, mas também tem sido pressionado pela evolução da colheita da safrinha. 

Do mesmo modo, o avanço nos trabalhos nos campos tem pressionado as cotações no mercado interno. Na região de Laguna Carapã (MS), os preços do cereal recuaram de R$ 18,90, no início do plantio, para R$ 14,50, valor que não cobre os custos de produção. Em muitas regiões do estado de MT a situação é a mesma e, consequentemente, é cada vez maior a pressão por parte dos representantes do setor para que haja uma intervenção governamental para o escoamento do cereal no estado.

Ainda na visão do analista de mercado, a comercialização do produto tem sido rotineira e com preços pressionados negativamente. De um lado, os produtores tentam segurar o produto à espera de uma melhora nos preços e os compradores adquirem o produto da mão pra boca, pois acreditam em uma grande produção brasileira. Para a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), o país deverá colher mais de 45 milhões de toneladas de milho na safrinha.

Preços nos Portos

Durante o mês de junho, os preços praticados nos Portos brasileiros também recuaram. Em Paranaguá, a saca recuou de R$ 27,00 no começo do mês para R$ 25,00. “As tradings não demonstram interesse em comprar milho do Brasil, situação diferente do ano passado. Em 2013, tínhamos a expectativa de uma safra cheia nos EUA, porém, os estoques no país estavam mais baixos, com isso os compradores vieram adquirir o produto brasileiro. Mas esse ano, temos os estoques norte-americanos em patamares mais altos e temos os problemas de infraestrutura logística no Brasil”, explica Toniolo.

Até a quinta semana de junho, as exportações brasileiras de milho totalizaram 87,6 mil toneladas, com média diária de 4,4 mil toneladas. O número representa uma redução de 6,8% em relação à quantidade embarcada em maio e diminuição de 68,3% frente ao mesmo período do ano passado. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e reportadas pela Secretaria de Comércio Exterior. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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