Milho: Em movimento técnico, mercado reverte perdas e fecha o dia com leves altas em Chicago

Publicado em 14/07/2014 17:01

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta segunda-feira (14) em campo positivo. Em uma sessão volátil, as cotações até recuaram, mas voltaram a subir e terminaram o dia com ganhos entre 3,00 e 3,50 pontos. O contrato setembro/14 fechou cotado a US$ 3,81 por bushel.

Em movimento técnico, o mercado esboçou uma recuperação após ter atingido os menores patamares dos últimos quatro anos. Na última semana, as cotações recuaram frente às especulações sobre o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) e perderam o patamar de US$ 4,00 por bushel.

Do lado fundamental, a projeção para o cenário ainda é baixista devido às estimativas de ampla oferta do milho. Segundo o departamento norte-americano, os EUA deverão colher uma safra ao redor de 352,06 milhões de toneladas, que apesar de menor do que a última projeção do órgão, se confirmada, será a segunda maior safra já registrada no país.

Os estoques da safra 2014/15 dos EUA foram projetados em 45,75 milhões de toneladas, volume superior ao divulgado anteriormente, de 43,85 milhões de toneladas. A produtividade das lavouras norte-americana foi mantida em 174,95 sacas de milho por hectare.

O departamento também reportou a safra mundial de milho referente à safra nova em 980,96 milhões de toneladas, número pouco menor do que divulgado em junho, de 981,12 milhões de toneladas. Por outro lado, os estoques globais passaram de 182,65 para 188,05 milhões de toneladas. 

Diante desse cenário, o analista de mercado da New Agro Commodities, João Pedro Corazza, há especulações no mercado de que os preços do cereal podem chegar a US$ 3,50 por bushel. Ainda nesta segunda-feira, o contrato julho/14 terminou o dia cotado a US$ 3,90 por bushel, com queda de 9,50 pontos. “Como o contrato já está encerrando, os investidores diminuem o máximo a diferença com o próximo mês”, diz o analista.

Safra de milho nos EUA

De acordo com informações da agência internacional de notícias Bloomberg, essa semana, as temperaturas no Centro-Oeste dos EUA ficarão abaixo do normal e as chuvas devem retornar em algumas áreas. A expectativa é que a umidade favoreça o desenvolvimento do milho e o clima ameno deverá contribuir com a polinização das plantas.

Até semana anterior, em torno de 75% das lavouras de milho apresentavam boas ou excelentes condições, segundo dados do USDA. O índice é o melhor registrado desde o ano de 1999. Depois das preocupações iniciais com a produção norte-americana, o clima tem se mantido próximo do ideal, conforme relatam os analistas. No final da tarde de hoje, o departamento irá reportar novos números de acompanhamento de safras no país. 

Demanda

Nos EUA, os embarques semanais de milho totalizaram 926.329 mil toneladas até a semana encerrada no dia 10 de julho, segundo dados do USDA. O número está abaixo do volume reportado na semana anterior, de 1.263.667 milhão de toneladas, mas é maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, de 414.912 mil toneladas.

No acumulado no ano safra, com início em 1º de setembro, os embarques do cereal somam 40.051.018 milhões de toneladas, contra as 15.398.274 milhões de toneladas acumuladas no ano safra anterior. Ainda assim, na visão do analista da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro, as notícias do lado da demanda ainda não são suficientes para estimular uma alta expressiva nas cotações. “Situação decorrente da relação tranquila entre os números de oferta e demanda nos EUA e mundial”, explica o analista de mercado.

Mercado interno

As negociações no mercado interno brasileiro permanecem lentas. Frente aos preços mais baixos, devido ao avanço da colheita, os produtores aguardam melhores oportunidades e, por outro lado, os compradores adquirem o produto da mão pra boca, sem pressa. Com isso, em muitas localidades, as cotações praticadas já estão abaixo dos preços mínimos fixados pelo Governo. 

“Os produtores esperam um auxílio do Governo para escoar a produção, mecanismos que poderiam equilibrar o mercado interno. Mas no curto prazo, a perspectiva é de preços pressionados devido ao volume que será colhido no país e o cenário internacional”, explica Corazza. 

Entretanto, a preocupação, por parte dos produtores rurais, é que os que participaram dos leilões no ano passado ainda receberam os prêmios, conforme explica o presidente do Sindicato Rural de Sorriso (MT), Laércio Pedro Lenz. “Mesmo diante da incerteza, os produtores terão que participar dos leilões para amenizar os prejuízos. Porém, caso não haja uma mudança no cenário, a área destinada ao cereal poderá ser ainda menor na próxima safrinha”, sinaliza.

Exportações brasileiras

Enquanto isso, as exportações de milho do país alcançaram 102,3 mil toneladas até a segunda semana de julho, com média diária de 11,4 mil toneladas. Em relação ao último mês, houve uma alta de 159,5% no volume embarcado. Ainda assim, em comparação com o mesmo período do ano passado, o percentual representa uma queda de 64,3%. As informações são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e foram reportadas pela Secretaria de Comércio Exterior.

“Dentro do que o mercado precifica o volume exportado pode ser considerado bom, no entanto, perto do volume que será colhido ainda é baixo. Por isso, não temos uma melhora nos preços praticados no mercado interno. Também é preciso ressaltar que, o dólar em patamar mais baixo desestimula as vendas por parte dos produtores rurais”, relata Corazza.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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