Milho: Fundamentos pesam e mercado volta a operar em campo negativo na CBOT

Publicado em 07/08/2014 09:51 e atualizado em 28/02/2020 11:03

Após registrar bons ganhos na sessão anterior devido às notícias de demanda, os preços do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam do lado negativo da tabela nesta quinta-feira (7). Por volta das 9h32 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 3,00 e 3,25 pontos. O vencimento setembro/14 era cotado a US$ 3,60 por bushel, depois de terminar o pregão da quarta-feira a US$ 3,63 por bushel.

Com o foco nos fundamentos, que permanecem negativos, o mercado volta a trabalhar em baixa. Nas últimas sessões, devido aos preços nos menores patamares dos últimos quatro anos, os investidores têm retornado à ponta compradora do mercado.

Entretanto, os analistas destacam que as informações não são suficientes para modificar o cenário fundamental. Por enquanto, a perspectiva de safra cheia nos EUA, continua sendo o principal fator de pressão sobre as cotações em Chicago. No último boletim de oferta e demanda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou que a produção do país deverá totalizar 352,06 milhões de toneladas na safra 2014/15. O departamento atualiza os números na próxima terça-feira (15).

Com isso, a tendência é que os preços permaneçam trabalhando com volatilidade no mercado internacional.

Safra de milho do Brasil

Nesta quinta-feira (7), a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) divulgou o 11º Levantamento de Grãos da safra 2013/14. No caso do milho, a expectativa é que os produtores colham 78,55 milhões de toneladas (entre primeira e segunda safra). A projeção é 3,6% menor do que o colhido no ano anterior, de 81,505 milhões de toneladas. O recuo é reflexo da diminuição da área de plantio da primeira safra, já que o cultivo da segunda safra se manteve estável.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: Demanda impulsiona preços e setembro/14 sobe 1,96% em Chicago

No pregão desta quarta-feira (6), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam do lado positivo da tabela. Ao longo dos negócios, as principais posições da commodity ampliaram os ganhos e terminaram o dia com altas entre 6,75 e 7,00 pontos. O vencimento setembro/14 subiu 1,96% fechou a sessão cotado a US$ 3,63 por bushel.

De acordo com o analista de mercado da New Agro Commodities, João Pedro Corazza, os preços do cereal mais baixos nos últimos dias estimularam a demanda. Até esse momento, as cotações já recuaram 13% no mercado internacional, segundo informações da agência de notícias Bloomberg. E com as cotações nos menores níveis dos últimos quatro anos, os investidores aproveitam para retornar à ponta compradora do mercado.

Com isso, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 160 mil toneladas do grão para a Colômbia nesta quarta-feira. O volume total será entregue na safra 2014/15. Por outro lado, a demanda também tem mostrado a sua força e no inicio da semana, o departamento reportou os embarques semanais em 1.140,546 milhão de toneladas até a semana encerrada no dia 31 de julho. O número é superior ao divulgado anteriormente, de 816,065 mil toneladas.

Apesar da valorização nas cotações, o analista destaca que a tendência ainda é de pressão nos preços do cereal. "A safra norte-americana deverá ser grande. E há previsões de chuvas para o estado de Iowa que estava com o clima um pouco seco e, em algumas regiões a produtividade pode chegar a 250 sacas de milho por hectare", explica Corazza.

Por enquanto, a projeção de produtividade das lavouras do USDA é de 174,95 sacas por hectare e da produção de 352,06 milhões de toneladas, no último boletim de oferta e demanda. O órgão irá atualizar os números na próxima terça-feira (15). Já a consultoria Informa Economics estima da safra dos EUA em 355,31 milhões de toneladas do grão, com rendimento média de 177,8 sacas por hectare. 

Produção de etanol dos EUA

Conforme informações reportadas pela AIE (Administração de Informação de Energia), a produção de etanol dos EUA reduziu 5,45% na semana encerrada em 1º de agosto, com 902 mil barris diários. Na semana anterior, o volume produzido foi de 954 mil barris/dia, nhível mais baixos dos últimos três meses.

Já os estoques de etanol dos EUA recuaram de 18,587 milhões de barris para 18,260 milhões de barris no mesmo período. 

Mercado interno

No mercado brasileiro, as negociações ainda estão mais lentas. De acordo com analistas, os produtores estão segurando a oferta depois do anúncio do Governo, que irá destinar R$ 500 milhões para a realização de leilões de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural). A Portaria Interministerial número 798, publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira estabelece os parâmetros para as operações.

Já os editais, que ainda serão elaborados, irão definir o volume e em quais regiões o prêmio será pago pelo Governo Federal por meio dos leilões. A expectativa dos leilões impulsionaram os preços praticados no mercado interno, com a perspectiva de que a intervenção do governo no mercado possa segurar as quedas nas regiões produtoras do país, conforme informações reportadas pelo boletim da ODS (Serviços em Agronegócio).

"Essa medida vai ajudar a melhorar a liquidez do produto escoando das regiões produtoras para as consumidoras", diz o analista.

Consequentemente, os preços futuros do cereal também registraram altas na BMF&Bovespa na última semana, apesar dos preços mistos registrados na sessão desta quarta-feira.  No entanto, a colheita da safrinha continua e segundo a INTL FCStone, o resultado tem surpreendido positivamente.

Tanto que, a consultoria revisou para cima a projeção de colheita de milho para o ciclo 2013/14, de 75,5 para 77,4 milhões de toneladas. A estimativa da produtividade da safrinha também apresentou um aumento, de 5,04 para 5,145 toneladas por hectare. Diante desse cenário, a expectativa é que os estoques finais totalizem 13,12 milhões de toneladas, situação que configura uma relação estoque/uso de 17,9%.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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