Milho: Na CBOT, mercado fecha em queda pelo 2º dia consecutivo e acumula perda de 17% no ano

Publicado em 04/09/2014 16:47

A quinta-feira (4) foi mais um dia de queda forte para os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Durante os negócios, as principais posições do cereal ampliaram as perdas e fecharam a sessão com baixas entre 5,50 e 5,75 pontos. O vencimento setembro/14 era cotado a US$ 3,35 por bushel, desvalorização de 1,61% em relação ao fechamento do último pregão.

De acordo com informações da agência internacional de notícias Bloomberg, o contrato dezembro/14 atingiu o menor nível dos últimos quatro anos ao alcançar o patamar de US$ 3,43 por bushel na sessão de hoje. E, contabilizando as perdas desta quarta-feira, os preços futuros do milho já acumulam perda de 17% esse ano.

Nesse momento, o foco os participantes do mercado está na perspectiva de safra recorde nos EUA. Diante das chuvas dos últimos dias, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) aumentou para 74% o índice de lavouras do cereal em boas ou excelentes condições. 

Segundo amostras de plantações dos estados de Illinois, Ohio, Indiana e Iowa, que juntos representam 45% da produção de milho dos EUA, registraram rendimentos mais elevados do que no ano anterior, conforme dados da Bloomberg. "Nós vamos descobrir que há realmente grandes rendimentos", disse o presidente da Midwest Market Solutions, Brian Hoops, em entrevista à agência internacional.

Em visita ao Meio-Oeste do país, a jornalista do Notícias Agrícolas, Carla Mendes, informou que o clima permanece favorável às lavouras norte-americanas. “A safra de milho já está consolidada nos EUA, com perspectiva é de boa qualidade do cereal e a produtividade pode atingir o recorde de 222.25 sacas por hectare”, explica. 

Entretanto, apesar da perspectiva positiva em relação à safra, a comercialização do produto já preocupa os produtores norte-americanos. Até o momento, em torno de 20% da safra do cereal do país já foi negociada antecipadamente. “O baixo nível de comercialização é justificado pela queda nas cotações e os agricultores relatam que o nível de US$ 3,00 por bushel é o máximo que podem segurar. Caso a cotação rompa esse patamar, será difícil evitar os prejuízos e a expectativa é de continuidade na retração das vendas”, destaca a jornalista.

Mercado brasileiro

No Brasil, ainda caminha de lado e os preços permanecem estáveis. E segundo a analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, a tendência é de sustentação nas cotações do cereal no curto prazo. “Frente ao avanço na demanda, os preços do milho deverão encontrar suporte”, ressalta.

Já as exportações começam a ganhar ritmo a partir de agora. Somente em agosto, foram embarcadas cerca de 2,458 milhões de toneladas de milho, com média diária de 177 mil toneladas. A perspectiva da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é que o país exporte volume próximo de 20 milhões de toneladas.

Porém, a analista sinaliza que em anos anteriores, o Brasil se aproveitou da quebra de safra nos EUA para alavancar os embarques. “Mas esse ano, com a safra cheia norte-americana, as nossas exportações podem não atingir o volume projetado. Acredito que o país deverá alcançar novo patamar de embarques”, diz Ana Luiza.

Enquanto isso, o Governo continua realizando as operações de Pepro (Prêmio Equalizador Pago ao Produtor). A próxima operação será realizada na próxima quinta-feira (11), com volume total ofertado de 1,8 milhão de toneladas. Novamente a maior quantidade deverá ter como origem o estado de Mato Grosso, com 1,5 milhão de toneladas de milho. 

Veja como fecharam os preços do milho nesta quinta-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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