Milho: Frente à perspectiva de aumento na safra dos EUA, mercado recua em Chicago

Publicado em 02/10/2014 13:23

Na sessão desta quinta-feira (2), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham com leves perdas. Durante os negócios, as principais posições da commodity reverteram parte das quedas e, por volta das 12h32 (horário de Brasília), exibiam desvalorizações entre 0,75 e 1,00 pontos. O contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,20 por bushel.

Segundo informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, nesta quinta-feira, o mercado é pressionado pela nova previsão para a safra norte-americana de milho elaborada pela INTL FCStone. A consultoria projetou a safra 2014/15 de milho dos EUA em 379,95 milhões de toneladas e a produtividade em 188,82 sacas por hectare.

No relatório anterior, divulgado no início de setembro, a previsão da consultoria era de uma safra de 370,73 milhões de toneladas, com rendimento médio de 184,27 sacas por hectares. Ambas as estimativas estão acima do que indicado pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em seu último boletim de oferta e demanda, de 365,65 milhões de toneladas e produtividade de 181,72 sacas por hectare.

De acordo com o analista de mercado da Jefferies, Vinicius Ito, os relatos dos campos norte-americanos indicam aumento nas taxas de produtividade, fator que tem pesado sobre os preços da commodity. Na sessão anterior, o contrato dezembro/14 recuou ao patamar de US$ 3,18 por bushel, o mais baixo desde setembro de 2009. E os preços diminuíram pelo quinto mês consecutivo e 25% no último trimestre, conforme dados da Bloomberg.

Frente a esse cenário, nem mesmo o anúncio da venda de 174 mil toneladas de milho para destinos não revelados foi suficiente para impulsionar os preços futuros do cereal. Já as vendas para exportação, somaram, até a semana encerrada no dia 25 de setembro, 638,1 mil toneladas, contra 836,3 mil toneladas divulgadas na semana anterior. 

O número ficou abaixo das expectativas dos participantes do mercado de 770 mil toneladas para essa semana. Da safra 2015/16, as vendas ficaram em 47,9 mil toneladas, frente as 270 mil toneladas reportadas na semana anterior. Para a safra nova, as vendas acumuladas nesta safra somam 14.513,6 milhões de toneladas. Para esta safra, o USDA aponta as exportações em 44.450 milhões de toneladas.

Ainda assim, o analista destaca que as cotações podem apresentar algum suporte a partir da metade da colheita norte-americana. "Com isso, teremos uma retenção ainda maior por parte dos produtores dos EUA, o que tende a dar uma sustentação às cotações", explica Ito.

Clima nos EUA

Enquanto isso, as previsões climáticas continuam em pauta no mercado internacional. Isso porque, os mapas apontam para chuvas nos próximos dias que, se confirmadas, poderão comprometer o avanço da colheita. "As chuvas prejudicam o trabalho de colheita, mas as perspectivas de rendimentos permanecem bem elevadas", disse o conselheiro agrícola com sede em Paris Agritel, em entrevista à Bloomberg.

Mercado interno

Apesar da forte alta do dólar registrada nos últimos dias, os preços do milho praticados no mercado interno não apresentaram uma evolução. Grande parte dos agricultores ainda segura o produto, principalmente em silo bolsa, à espera de uma reação nas cotações e, consequentemente, melhor oportunidade de comercialização.

Além disso, as exportações brasileiras ainda caminham em passos lentos. Nesta quarta-feira, a Secretaria de Comércio Exterior, indicou que nos 9 primeiros meses de 2014, os embarques de milho totalizam 11 milhões de toneladas. O número representa uma queda de 30% em relação o mesmo período do ano passado.

Em setembro, as exportações ficaram em 2,68 milhões de toneladas, contra 2,46 milhões de toneladas em agosto. Diante desse cenário, os analistas acreditam que os embarques não alcancem a projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para esse ano, de 21 milhões de toneladas. Como reflexo dessa situação, os estoques brasileiros poderão ficar em 15 milhões de toneladas na safra 2014/15.

“E isso não deixa uma margem para que os preços se recuperem no curto e médio prazo. As exportações até subiram em agosto em relação a julho, mas voltaram a recuar em setembro. E não há indicativos de que consigam se recuperar e a expectativa é que embarquemos entre 17,5 a 18 milhões de toneladas nesta temporada”, afirma o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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