Milho: Frente à expectativa de safra recorde nos EUA, mercado registra leves quedas na CBOT

Publicado em 09/10/2014 08:19

No início da sessão desta quinta-feira (9), as principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) trabalham do lado negativo da tabela. Por volta das 8h02 (horário de Brasília), os futuros da commodity exibiam ligeiras quedas entre 1,50 e 1,75 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,41 por bushel. 

Segundo informações reportadas pela agência internacional de notícias Bloomberg, com a perda registrada no pregão de hoje, os futuros do cereal interromperam o rali mais longo dos últimos 8 meses. Nas últimas sessões, as cotações do milho registraram valorizações, impulsionadas, principalmente pelo retorno dos compradores à ponta compradora do mercado e as preocupações em relação à colheita do grão norte-americano.

Frente às condições climáticas desfavoráveis nesse momento, com excesso de chuvas, os trabalhos nos campos evoluíram pouco em comparação com a semana passada. De acordo com dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até o último domingo apenas 17% da área cultivada nesta safra havia sido colhida.

Entretanto, apesar da reação, os fundamentos para o mercado permanecem negativos. E, nesse momento, a perspectiva de uma safra maior do que esperado inicialmente pressiona os preços. Nesta sexta-feira (10), o USDA irá divulgar o novo boletim de oferta e demanda e, a expectativa dos participantes do mercado é que haja uma revisão para cima na projeção para a produção de milho dos EUA. 

A expectativa é que a safra do cereal norte-americano totalize 368,95 milhões de toneladas, um aumento expressivo em relação à última previsão, de 365,65 milhões de toneladas. Ainda assim, alguns investidores apostam que a produção norte-americana nesta temporada pode ficar acima das 370 milhões de toneladas para o milho.

"É provável que a volatilidade se mantenha até a divulgação do boletim de oferta e demanda do USDA na sexta-feira", disse o analista Paul Deane, da Australia & New Zealand Banking Group Ltd., em entrevista à Bloomberg. "Os mercado estão antecipando novas revisões para cima para os rendimentos das culturas de milho e soja nos EUA", completa.

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Milho: À espera do USDA, investidores retornam à ponta compradora do mercado e preços fecham em alta pelo 6º dia consecutivo

As principais posições do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam a sessão desta quarta-feira (8) em alta. Durante os negócios, os futuros do cereal reverteram as perdas e voltaram para o lado positivo da tabela. Os vencimentos da commodity terminaram o dia com ganhos entre 2,75 e 3,25 pontos. O contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,43 por bushel.

A analista de mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi, explica que os fundos retornaram à ponta compradora do mercado, fator que impulsionou os ganhos. Contando com o pregão de hoje, o mercado já registra seis sessões de altas consecutivas no mercado internacional. No fechamento dos negócios na última quarta-feira (1), o vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,21 por bushel.

"Com o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que será divulgado na próxima sexta-feira (10), é normal que haja um movimento de ajustes de posições. Especialmente depois das quedas registradas recentemente nos preços do milho", destaca Ana Luiza.

A perspectiva é que a safra de milho dos EUA totalize 368,95 milhões de toneladas, um aumento expressivo em relação à última previsão, de 365,65 milhões de toneladas. Ainda assim, alguns investidores apostam que a produção norte-americana nesta temporada pode ficar acima das 370 milhões de toneladas para o cereal.

A produtividade das lavouras também deverá ser revisada para cima e subir de 181,72 para 182,75 sacas por hectare, conforme expectativas do mercado. Do mesmo modo, os estoques norte-americanos poderão aumentar de 50,85 milhões para 54,50 milhões de toneladas.

"Todos os olhos estarão sobre o relatório do USDA", disse o economista de agronegócio no National Australia Bank Ltd., Phin Ziebell, em entrevista à Bloomberg. "As indicações mais recentes mostram que as colheitas continuam a registrar bons resultados", completa.

Ainda na visão da analista, outro fator que também contribui para alavancar os preços são as informações de atraso na colheita dos EUA devido às condições climáticas desfavoráveis. Entre a semana anterior e os números apurados até o último domingo (5), houve um aumento de apenas 5% no volume colhido.

"Por enquanto, não temos impacto na produção final de milho que deverá ser colhida no país. Mas, com a colheita mais lenta, o volume de produto no mercado norte-americano é menor, o que dá sustentação aos preços do cereal", destaca a analista da FCStone.

Enquanto isso, a demanda continua em ritmo normal, cenário confirmado pelos anúncios de vendas reportadas pelo USDA e os relatórios de embarques e exportações semanais. "No entanto, as notícias são insuficientes para ocasionar uma alta mais expressiva nos preços, já que temos a perspectiva de safra recorde nos EUA nesta temporada", acredita a analista.

Mercado interno

Nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, a quarta-feira foi de estabilidade para os preços praticados no mercado interno. No Porto de Paranaguá, a cotação se manteve em R$ 23,50 a saca do milho. Em Jataí (GO), o dia foi de leve valorização de 0,24%, com a saca negociada a R$ 16,70.

Os negócios ainda permanecem lentos, uma vez que, de um lado, os produtores seguram o produto à espera de melhores oportunidades, enquanto os compradores adquirem o produto da mão-pra-boca, conforme sinaliza Ana Luiza. "Porém, a grande preocupação é que os agricultores terão que fazer a comercialização desse produto logo, já que daqui a pouco teremos a colheita de soja e o índice de comercialização está baixo", ressalta.

Já o analista de mercado da Novo Rumo Corretora, Mario Mariano, sinaliza que, apesar da ligeira alta registrada recentemente, em função da valorização do dólar e os ganhos em Chicago, a melhora nas cotações é momentânea. "A demanda ainda está limitada, pois não temos um grande volume de exportação. E se não fosse a redução nos valores dos fretes, os produtores estariam recebendo entre R$ 2,00 a R$ 3,00 a menos no valor praticado atualmente. Portanto, lamento dizer, mas o mercado não tem uma tendência de alta", diz Mariano.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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