Milho: Na BM&F, preços avançam frente às incertezas em relação à safrinha

Publicado em 28/10/2014 12:25

As posições futuras do milho na BM&F registram mais um dia de alta. No pregão desta terça-feira, os vencimentos exibiam valorizações entre 0,63% e 0,87%. Por volta das 12h43, o contrato março/15 era cotado a R$ 29,15, após ter encerrado o dia anterior a R$ 29,00.

O mercado já precifica a preocupação com o clima no Brasil, que continua irregular em algumas regiões, e atrasa a semeadura da soja. Em muitas localidades, os produtores conseguiram dar continuidade ao cultivo do grão diante das chuvas localizadas, entretanto, o atraso já está consolidado. Em Itapeva (SP), a semeadura permanece lenta e os agricultores aguardam as precipitações previstas para esse final de semana.

Em Cornélio Procópio (PR), os produtores enfrentam o mesmo problema e também esperam o retorno das chuvas. Enquanto isso, o plantio já registra um atraso entre 15 a 20 dias. Consequentemente, esse cenário deverá afetar a janela ideal de cultivo do milho safrinha. Os analistas destacam que, no final de fevereiro, quando os agricultores deveriam estar finalizando o plantio do cereal ainda estarão fazendo a colheita da oleaginosa.

"Deveremos ter uma redução na área cultivada com o milho segunda safra. Ainda não está claro, pois não tivemos a regularização do clima. E com essa situação, teremos uma menor oferta mais adiante. Na composição dos preços do milho temos fatores sustentáveis", sinaliza o consultor em agronegócios, Ênio Fernandes.

Mercado interno

Nesta segunda-feira, o preço saca de milho terminou a R$ 26,50 no Porto de Paranaguá. Porém, a expectativa é que a cotação possa avançar para entre R$ 27,50 a R$ 28,00 no Porto nesta terça-feira. O valor deverá ser influenciado, especialmente pelo comportamento dos preços futuros na CBOT e do câmbio.

Nas últimas semanas, o mercado já vem mostrando uma firmeza maior. A retração nas vendas por parte dos produtores rurais, assim como, a demanda mais aquecida dão suporte aos preços também. Com a pior seca dos últimos 70 a 80 anos, os pecuaristas estão alimentando os animais com ração, o que aumenta a demanda pelo cereal.

"Isso sem contar o valor do frete que recuou, especialmente no Centro-Oeste. Consequentemente, o preço do cereal se tornou mais competitivo e a perspectiva é que fechemos o mês de outubro com as exportações acima dos 3 milhões de toneladas", acredita Fernandes.

Bolsa de Chicago

Ao longo dos negócios desta terça-feira (28), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) dão continuidade ao movimento de alta. Por volta das 12h52 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam ganhos entre 4,50 e 5,25 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,68 por bushel.

O mercado ainda busca suporte no atraso da colheita do cereal norte-americano. De acordo com dados reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até o último domingo, cerca de 46% da área já cultivada havia sido colhida. Número bem abaixo da média dos últimos cinco anos, de 65% da área colhida no mesmo período.

A situação é decorrente, especialmente das chuvas registradas recentemente no país, que interromperam os trabalhos nos campos. E também deu sustentação aos preços do milho no mercado internacional. Entretanto, desde a semana anterior, com o clima mais firme, os produtores norte-americanos conseguiram, um pouco mais, com a colheita, que na semana anterior o índice era de 31%.

Em contrapartida, outro fator que também contribui para a firmeza dos preços futuros registrados na sessão anterior foi o relatório de embarques semanais do departamento norte-americano.  Até o último dia 23 de outubro, os embarques do cereal totalizaram 702.906 mil toneladas. O volume ficou abaixo do indicado na semana anterior, de 717.653 mil toneladas do grão.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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