Milho: Após altas expressivas, mercado inicia pregão desta 6ª feira com leves quedas

Publicado em 14/11/2014 08:15 e atualizado em 14/11/2014 12:27

Após registrar altas expressivas na sessão anterior, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com leves perdas na manhã desta sexta-feira (14). Por volta das 9h01 (horário de Brasília), os principais contratos do cereal registravam perdas entre 2,50 e 2,75 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,83 por bushel.

Os preços da commodity têm subido desde a última segunda-feira e, aumentou as altas depois do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ter revisado para baixo a previsão para a produção do grão e os estoques nos EUA. No primeiro dia dessa semana, o contrato dezembro/14 era negociado a US$ 3,69 por bushel.

Além disso, as previsões climáticas apontando para a chegada do frio no país ainda contribuem para sustentar os preços. Por enquanto, a projeção é que uma massa de ar ártico derrube as temperaturas, que poderão ficar até 40 graus abaixo do registrado nessa época do ano. 

A onda de frio deverá durar até a próxima semana, conforme informações das agências internacionais. E, consequentemente, os produtores terão que demandar mais milho e farelo de soja para a produção de ração e alimentação dos animais. Ainda hoje, o USDA deve reportar o novo boletim de vendas para exportação, importante indicador da demanda.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Em Paranaguá, preço sobe e alcança R$ 29,00 com alta do câmbio e no mercado internacional

A saca do milho negociada no Porto de Paranaguá subiu 3,57% e terminou a quinta-feira cotada a R$ 29,00, segundo levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas. A valorização é equivalente a R$ 1,00, já que no dia anterior, a saca era negociada a R$ 28,00 no porto. Ao longo dos negócios, o valor chegou a alcançar os R$ 28,20 a saca.

No mercado interno, as cotações também registraram altas. Em Tangará da Serra (MT), o valor da saca subiu para R$ 17,50, ganhos de 6,06%, já em Campo Novo do Parecis (MT), o preço aumentou para R$ 16,00, com valorização de 6,67. Em São Gabriel do Oeste (MS), a alta foi menor, de 0,51%, com a saca do cereal negociada a R$ 19,60, em Jataí (GO), o valor de fechamento ficou em R$ 22,00, com ganho de 3,53%.

As cotações têm sido alavancadas pelas recentes e expressivas altas registradas no câmbio. A moeda norte-americana terminou a quinta-feira com ganhos de 1,20% e negociada a R$ 2,59, porém, ao longo do dia atingiu o valor de R$ 2,60. A movimentação é reflexo das incertezas em relação a qual será o substituto do Ministério da Fazenda, posição ocupada atualmente por Guido Mantega, conforme informações reportadas pela agência Reuters.

Paralelo a esse cenário, os bons ganhos registrados no mercado internacional também contribuem para a firmeza nos preços do cereal no Brasil. Com isso, parte dos produtores que ainda seguram o produto aproveita para realizar alguns negócios. Em Primavera do Leste (MT), a saca chegou a ser negociada até a R$ 13,00, abaixo do preço mínimo. Entretanto, o valor subiu para R$ 19,00, o que tem estimulado alguns negócios. 

Em contrapartida, a melhora nos preços tem possibilitado a evolução das exportações brasileiras. Entre janeiro e setembro, os produtores brasileiros embarcaram mais de 11 milhões de toneladas do cereal, somente em outubro, o número ficou em 3,18 milhões de toneladas. E na primeira semana de novembro, o volume exportado foi de 139,3 mil toneladas do grão.

BM&F Bovespa

As principais posições do milho na BM&F Bovespa terminaram a sessão desta quinta-feira com leves quedas. Durante os negócios, as principais posições do cereal reduziram as perdas, mas, ainda assim, encerraram do lado negativo da tabela. Apenas o contrato novembro/14 conseguiu sustentar os ganhos e fechou o pregão a R$ 28,25, com alta de 1,07%. Já o vencimento março/15 era negociado a R$ 32,17 a saca, com perda de 0,31%.

O mercado passou por um ajuste após os ganhos expressivos registrados recentemente. Apenas durante essa semana, o contrato março/15 acumula valorização de 5,13%. No vencimento janeiro/15, a alta é de 2,86%.

Apesar do quadro, permanecem no mercado às especulações em relação à safra brasileira. Por enquanto, o mercado observa a redução da área destinada ao cereal na primeira safra e também o atraso no cultivo da soja, que já reflete na janela ideal de plantio do milho segunda safra. E as perspectivas é que os produtores brasileiros colham menos do que o indicado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), entre 77 a 78 milhões de toneladas.

No Paraná, o recuo na área plantada na safra de verão supera os 15%, segundo o presidente da Aprosoja PR, José Eduardo Sismeiro. E com o atraso no plantio da soja, a janela ideal de cultivo para o milho 2ª safra fica cada dia mais estreita. O mesmo acontece em Rio Verde (GO), importante região produtora de grãos, segundo afirma o presidente da Comigo, Antônio Chavaglia.

Do mesmo modo no Mato Grosso, importante estado produtor de milho, a redução na área cultivada com o grão pode chegar a 40% no Leste do estado, de acordo com dados da Aprosoja MT. Já nas regiões Oeste e Sul, a expectativa é de recuo de 15% e no Norte o percentual pode alcançar 30%.

Bolsa de Chicago

Durante o pregão desta quinta-feira, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia com fortes ganhos. As principais posições da commodity encerraram o pregão com altas entre 7,50 e 8,50 pontos. O vencimento dezembro/14 chegou a US$ 3,86 por bushel, ganho de 2,3%, enquanto o julho/15 era cotado a US$ 4,14 por bushel.

De acordo com informações da agência internacional de notícias Bloomberg, o mercado terminou com valorização pelo 4º dia consecutivo. Cenário decorrente das especulações de que o clima frio nos Estados Unidos irá aumentar a demanda por ração animal, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela agência internacional de notícias Bloomberg. A previsão indica que uma massa de ar ártico as temperaturas ficarão até 40 graus abaixo do registrado nessa época do ano no país. 

As previsões climáticas indicam que o frio deverá durar até a próxima semana. Com isso, os animais precisarão utilizar mais energia para se manterem aquecidos, o que levou os pecuaristas a aumentar os estoques de alimentação tipicamente feitas de milho e farelo de soja. "O inverno nos EUA é esperado para ser mais frio do que o normal e que podem aumentar a demanda", disse o gerente sênior de commodities da Phillip Futures Pte, Avtar Sandu, em entrevista à Bloomberg.

Inclusive, nesta quarta-feira, a agência Reuters divulgou que, a demanda aquecida, especialmente por ração animal deve ser um dos fatores de suporte aos preços do milho em 2015. Outro fator que também ajuda a sustentar o mercado é a produção de etanol nos EUA, que permanece aquecida.

Ainda segundo o site internacional Farm Futures, o mercado do cereal tem se valorizado desde segunda-feira. Isso porque, no início da semana o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reduziu em 0,5%, a projeção para a safra de milho dos EUA, para 365,97 milhões de toneladas. Os estoques também foram reduzidos em 3,5% em relação ao relatório de outubro.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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