Alta do dólar impulsiona e saca do milho alcança R$ 29,50 no Porto de Paranaguá

Publicado em 14/11/2014 12:24 e atualizado em 14/11/2014 17:21

Apesar da queda registrada nos preços do milho no mercado internacional, a saca do cereal é negociada a R$ 29,50 no Porto de Paranaguá nesta sexta-feira (14). No dia anterior, o valor de fechamento ficou em R$ 29,00, um aumento de 3,57% em relação à quinta-feira.

A valorização do dólar ainda contribui para o avanço dos preços do grão praticados nos portos brasileiros. Hoje, por volta das 12h31 (horário de Brasília), a moeda norte-americana era cotada a R$ 2,61, com valorização de 0,69%. A alta é reflexo das incertezas em relação à economia brasileira e também as especulações sobre o rumo da política macroeconômica. 

Inclusive, a recente valorização da moeda norte-americana tem sido o principal fator de avanço para os preços do cereal. Em um mês, o preço praticado em Paranaguá registrou uma valorização de 22,92%, no dia 14 de outubro, o valor praticado pela saca do milho era de R$ 24,00.

Paralelamente, a melhora nos preços tem contribuído para a evolução das exportações brasileiras. Na primeira semana de novembro, os produtores brasileiros embarcaram cerca de 139,3 mil toneladas do grão. Para a temporada 2013/14, a projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) é que 19,5 milhões de toneladas sejam exportadas. De janeiro a setembro, o país conseguiu embarcar pouco mais de 11 milhões de toneladas do grão. 

No mercado interno, as cotações também têm registrado valorizações. Em muitas localidades, especialmente no Centro-Oeste, os preços estavam abaixo do valor mínimo fixado pelo Governo Federal, porém, as cotações reagiram. Em um mês, o valor praticado na região de Campo Novo do Parecis (MT), subiu de R$ 12,50 para R$ 16,00, valor registrado nesta quinta-feira (13). O que representa uma valorização de 28%.

Ainda assim, em algumas regiões, como é o caso de Assis Chateaubriand (PR), a saca é cotada a R4 19,50, mas os produtores não estão negociando o produto. "A comercialização está parada na nossa região, esperamos um valor entre R$ 23,00 a R$ 25,00 pela saca do produto retornarmos aos negócios", afirma o agricultor do munícipio, Edson Martins Jorden.

BM&F Bovespa

As principais posições do milho na BM&F Bovespa iniciaram os negócios desta sexta-feira do lado negativo da tabela. Entretanto, ao longo da sessão, reverteram parte das perdas e voltaram ao campo positivo. Por volta das 12h23 (horário de Brasília), as principais posições do cereal registravam ganhos entre 0,03% e 0,13%. O vencimento março/15 era cotado a R$ 32,20, com alta de 0,09%. Já o contrato novembro/14 era negociado a R$ 27,90, uma queda de 1,24%.

Os investidores ainda especulam sobre as perspectivas de menor oferta no Brasil no próximo ano. Na safra de verão, em muitas regiões, o milho perdeu espaço para a soja devido à diferença nos preços das duas commodities. Além disso, com o clima irregular no país, a semeadura da oleaginosa permanece atrasada, o que estreita a janela ideal de plantio do cereal na segunda safra.

Diante desse quadro, as estimativas iniciais indicam uma possível redução na área plantada com o cereal na próxima safrinha. Ao longo dessa semana, a Aprosoja MT, divulgou que na região Leste do estado, a área cultivada com o grão pode registrar uma redução de até 40%. No Oeste e Sul, a diminuição pode chegar a 15% e no Norte a 30%. 

A situação também se repete em outras regiões pelo país e tem servido de suporte aos preços, especialmente na BM&F Bovespa. Ainda na visão do produtor rural de Assis Chateaubriand (PR), outro fator que também pode ocasionar uma redução na área destinada ao milho é o custo de produção.

"Os primeiros pacotes para a safrinha de milho giram em torno de R$ 3.800 por alqueire na nossa região. Com isso, precisaremos de 160 a 170 sacas para cobrir os custos de produção. A expectativa é que os investimentos em tecnologia e adubos sejam menores na próxima safrinha", explica Jorden.

Bolsa de Chicago

Após registrar altas expressivas na sessão anterior, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com leves perdas nesta sexta-feira (14). Por volta das 13h10 (horário de Brasília), os futuros do cereal exibiam quedas entre 1,75 e 2,25 pontos. O vencimento dezembro/14 era cotado a US$ 3,84 por bushel.

Os preços da commodity têm subido desde a última segunda-feira e, aumentou as altas depois do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) ter revisado para baixo a previsão para a produção do grão e os estoques nos EUA. No primeiro dia dessa semana, o contrato dezembro/14 era negociado a US$ 3,69 por bushel.

As previsões climáticas apontando para a chegada do frio no país ainda contribuem para sustentar os preços. Por enquanto, a projeção é que uma massa de ar ártico derrube as temperaturas, que poderão ficar até 40 graus abaixo do registrado nessa época do ano. 

A onda de frio deverá durar até a próxima semana, conforme informações das agências internacionais. E, consequentemente, os produtores terão que demandar mais milho e farelo de soja para a produção de ração e alimentação dos animais.

Ainda nesta sexta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportou novo boletim de vendas para exportação. Até o dia 6 de novembro, as vendas do milho ficaram em 505,300 mil toneladas. O número representa um aumento de 6% em relação à semana anterior, mas, ainda assim, está 49% abaixo da média das últimas quatro semanas. O principal comprador do produto norte-americano foi o Japão.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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