Milho: No Brasil, demanda firme e clima irregular dão suporte aos preços
Após duas sessões trabalhando de forma mista, os preços do milho na BM&F Bovespa registram um pregão positivo nesta quarta-feira (19). Por volta das 12h22 (horário de Brasília), as principais posições do cereal exibiam valorizações entre 0,03% a 0,62%. O vencimento março/15 era negociado a R$ 32,50 a saca.
Além do câmbio, que tem registrado valorizações recentemente, o mercado também tem sido alavancado pelo clima irregular no país, que pode comprometer a oferta do grão na primeira safra e atrasar o plantio da segunda, segundo o analista de mercado do Cepea, Lucílio Alves. Nesta quarta-feira, a moeda norte-americana é negociada a R$ 2,5812, com queda de 0,35%.
No mercado interno, o cenário também se repete e, mesmo com a expectativa de estoques de passagem de mais de 15 milhões de toneladas, as cotações registraram elevação expressivas nas últimas três semanas. "Se voltarmos a ter uma produção próxima de 78 milhões de toneladas em 2015, e um consumo ao redor de 55 milhões de toneladas, teremos um excedente de 39 milhões de toneladas, contando os estoques", destaca o analista do Cepea.
Entretanto, o clima permanece irregular para o plantio da safra de verão, especialmente no Sudeste e partes do Centro-Oeste, que já reflete em um atraso no plantio de milho. "Inclusive, os produtores podem até mesmo migrar para a cultura da soja, em partes de SP, MG e até GO, porém, a atual valorização do preço também pode manter os agricultores, mas há uma indicação", ressalta Alves.
Paralelo a esse quadro, o atraso na soja afeta diretamente a janela ideal de plantio do milho safrinha. Com isso, o analista sinaliza que os produtores que fizerem o cultivo do cereal estarão mais expostos aos riscos climáticos e, consequentemente poderão ter uma produtividade menor nas lavouras do grão.
Em contrapartida, a demanda pelo milho permanece bastante aquecida, principalmente do setor de proteína animal. "Isso para a produção de ração, alimentação dos animais e a demanda também é firme para as exportações, que continuam aquecidas", afirma o analista.
Até a segunda semana de novembro, as exportações brasileiras do cereal ficaram em 139,3 mil toneladas, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior. O volume representa um crescimento de 0,8%, em relação ao mês anterior, de 138,2 mil toneladas.
Bolsa de Chicago
O mercado de milho na Bolsa de Chicago (CBOT) dá continuidade às perdas no pregão desta quarta-feira (19). Ao longo dos negócios, os preços do cereal ampliaram as perdas e, por volta das 13h01 (horário de Brasília), as principais posições da commodity exibiam perdas entre 5,25 e 5,50 pontos. O contrato dezembro/14 era cotado a US$ 3,66 por bushel. Essa é a terceira sessão consecutiva de queda no mercado do grão.
À medida que a colheita avança e se aproxima do final nos Estados Unidos, as cotações recuam, conforme informações da agência internacional de notícias Bloomberg. Até o último domingo, os produtores norte-americanos colheram cerca de 89% da área cultivada nesta temporada, segundo boletim do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), reportado no início dessa semana.
Enquanto a cobertura de neve continua a ser generalizada em todo o Centro-Oeste dos EUA, adiando a colheita, as temperaturas devem ficar mais altas nos final de semana e ajudar a derreter a neve em áreas centrais e do sul, conforme destaca a agência Bloomberg. "Os meteorologistas esperam que as condições mais quentes e secos na próxima semana, o que deverá permitir que os agricultores voltem os campos", disse o Commonwealth Bank of Australia, em entrevista à agência.
Para essa safra, a projeção é que os produtores norte-americanos colham cerca de 365,97 milhões de toneladas de milho, de acordo com dados do último boletim de oferta e demanda do USDA. Já a produtividade é estimada em 183,52 sacas por hectare.
"O mercado é mais baixo devido às vendas técnicas por parte dos fundos frente ao final de uma colheita abundante nos EUA", disse o presidente da Allendale Inc., Paul Georgy, em entrevista à Bloomberg.
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