Milho: Mercado inicia sessão desta 3ª feira com leves quedas, próximos da estabilidade

Publicado em 02/12/2014 08:33 e atualizado em 02/12/2014 12:17

Os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) operam com ligeiras quedas no início da sessão desta terça-feira (2). Por volta das 9h22 (horário de Brasília), as principais posições da commodity registravam perdas entre 1,00 e 1,50 pontos. O vencimento dezembro/14 era negociado a US$ 3,74 por bushel.

As cotações futuras do cereal recuam após os leves ganhos observados no pregão anterior. Segundo informações do site internacional Farm Futures, a queda nos preços do petróleo permanece pesando sobre o mercado. A situação afeta todas as commodities, mas, principalmente o milho, já que a produção de etanol nos EUA tem um peso na assimilação do excedente da produção.

Em contrapartida, os números dos embarques semanais, indicados em 743,76 mil toneladas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) contribuíram para dar sustentação aos preços do cereal nesta segunda-feira. Assim como, o anúncio da venda de 126 mil toneladas do grão para destinos não revelados.

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Milho: Com suporte na demanda, preços registram leves altas no mercado interno brasileiro

Nas principais praças pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, os preços do milho tiveram um dia de estabilidade. Em Tangará da Serra (MT), o valor subiu 2,70%, para R$ 19,00 pela saca do milho. Em Campo Novo do Parecis (MT), preço também aumentou 2,94% e terminou a segunda-feira (1) negociada a R$ 17,50.

Na região de Jataí (GO), a cotação registrou leve valorização, de 1,69% e terminou o dia cotada a R$ 20,50. No Porto de Paranaguá, os preços se mantiveram em R$ 27,50 a saca do milho. A demanda permanece como principal variável de suporte aos preços do cereal.

E com a recente valorização nos preços, o consultor da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, orienta que os produtores aproveitem os valores e façam os negócios com o cereal. "A comercialização do cereal está lenta e demorando a ser feita. E, com isso, os agricultores perdem boas oportunidades de vendas", destaca. Os agricultores devem estar atentos, pois mais adiante irá começar a colheita da soja e será necessária a negociação do cereal para liberar espaço nos armazéns. 

BM&F Bovespa

Na BM&F Bovespa, os futuros do milho tiveram mais um dia negativo. As principais posições da commodity registraram desvalorizações entre 0,39% e 1,85%. O vencimento março/15 era negociado a R$ 29,06, depois de operar em parte da sessão a R$ 29,19 a saca.

Mais uma vez, o mercado foi pressionado pela queda registrada no dólar. A moeda norte-americana fechou a segunda-feira (1) cotada a R$ 2,5586 na venda, com queda de 0,51% e após alcançar o patamar de R$ 2,5815 na máxima do dia, conforme informações da agência Reuters. O câmbio terminou o primeiro dia da semana em queda depois do Banco Central anunciar o início da rolagem dos swaps cambiais, que vencem em 2 de janeiro. 

Em contrapartida, as chuvas observadas nas principais regiões produtoras do grão na safra de verão deram tranquilidade ao mercado, que, segundo os analistas tende a buscar uma acomodação. De acordo com informações da Somar Meteorologia, entre os dias 1 a 5 de dezembro, partes da região Sul e, especialmente, a região Centro-Oeste deverão receber volumes mais expressivos. 

Em algumas localidades do estado do Rio Grande do Sul, as chuvas poderão alcançar até 70 mm. Para o Paraná e Santa Catarina, as precipitações deverão acontecer no oeste dos dois estados. Já no Centro-Oeste, o estado de Mato Grosso terá chuvas entre 30 a 70 mm, podendo chegar a 130 mm em algumas regiões. Em Mato Grosso do Sul, as chuvas ficarão próximas de 70 mm em boa parte do estado e, em Goiás, precipitações entre 30 a 70 mm. Em São Paulo e Minas Gerais, os volumes ficarão entre 15 a 30 mm. 

Na semana seguinte, entre os dias 6 a 10 de dezembro, as chuvas deverão ficar mais regulares. Com isso, boa parte da região Sul, Sudeste e Centro-Oeste, os volumes acumulados poderão atingir 30 mm. Em partes de MT, MS, GO e MS, as precipitações podem alcançar os 50 mm.

Ainda de acordo com informações da Somar, na semana do dia 11 a 15 de dezembro, as precipitações deverão ficar mais concentradas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Nas duas localidades, as chuvas deverão ficar acima dos 70 mm acumulados. Destaque para a divisa dos estados de MG e GO, local que poderá receber precipitações de até 100 mm. Já na divida de GO e MT, o volume acumulado deverá ser superior a 100 mm, podendo chegar a 130 mm.

Apesar desse cenário, as incertezas em relação à produção brasileira também movimentam o mercado. Na semana anterior, a consultoria Safras & Mercado já indicou uma redução de 2,2% na safra 2014/15, que poderá chegar a 75,48 milhões de toneladas. A situação é decorrente da redução na área destinada ao cereal na primeira safra, que chega a 6,2%. A safrinha ainda é uma incerteza, já que em muitas localidades produtoras, a janela ideal de plantio está cada vez mais estreita. Consequentemente, os produtores já sinalizam uma possível diminuição na área plantada e, até mesmo, um recuo nos investimentos em tecnologia.

Já as exportações brasileiras terminaram o mês de novembro próximo de 2.978,9 milhões de toneladas, segundo dados reportados pela Secretaria de Comércio Exterior. O volume ficou em abaixo das estimativas dos analistas que, apostavam em número ao redor de 3,8 até 4 milhões de toneladas do cereal.

O volume exportado também é inferior ao registrado no mês anterior, quando os produtores brasileiros exportaram 3.178,4 milhões de toneladas. Em comparação com o mesmo período de novembro de 2013, também houve uma queda, já que no período, cerca de 3.91109 milhões de toneladas do cereal foram embarcadas.

Os analistas destacam que será preciso o país exportar pelo menos em torno de 20 a 21 milhões de toneladas do grão, para tentar equilibrar a situação da produção e dos estoques. Para essa safra, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projeta os estoques em pouco mais de 15 milhões de toneladas, cenário que pesa negativamente na formação dos preços.

Bolsa de Chicago

Ao longo dos negócios dessa segunda-feira (1), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) reduziram as perdas e terminaram a sessão com ligeiras altas próximos da estabilidade. As principais posições da commodity finalizaram o dia com ganhos entre 1,00 a 1,25 pontos. O vencimento dezembro/14 foi o único que terminou o pregão com leve perda cotado a US$ 3,75 por bushel.

Segundo informações reportadas por agências internacionais, os números dos embarques semanais, divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira contribuíram para sustentar as cotações do cereal. Até o dia 27 de novembro, os embarques totalizaram 743,76 mil toneladas do cereal. Na semana anterior, o volume ficou em 529,80 mil toneladas.

No acumulado do ano safra, os embarques somam 9.069,70 milhões de toneladas, contra 8.155,71 milhões de toneladas embarcadas no mesmo período no ano safra anterior. Para a safra 2014/15, a estimativa do USDA é que sejam embarcadas em torno de 44.500,00 milhões de toneladas.

Além disso, o departamento norte-americano também informou a venda de 126 mil toneladas do grão para destinos não revelados. O volume deverá ser entregue na temporada 2014/15. O fator também ajudou a sustentar o mercado do cereal. 

Na semana anterior, os preços do cereal foram pressionados pela queda registrada nas cotações do petróleo. De acordo com o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria, Carlos Cogo, a queda observada nos preços do petróleo afetam as cotações dos produtos agrícolas e, com isso, os investidores tendem a realizar lucros nas commodities agrícolas.

"E isso tem afetado, especialmente, o milho devido à correlação direta entre o petróleo o cereal. Isso porque, a produção de etanol nos EUA tem um peso importante na assimilação do excedente da produção", explica o consultor de mercado.

Paralelamente, os investidores também aguardam o relatório de acompanhamento de safras, que será anunciado no final do dia, após o fechamento do mercado. A expectativa é que o USDA reporte o final dos trabalhos nos campos norte-americanos, já que na semana passada o percentual colhido estava em 94% da área cultivada nesta temporada.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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