Milho: Dólar impulsiona e preço chega a R$ 32,50 no Porto de Santos; cotações também subiram no mercado interno

Publicado em 26/08/2015 17:29

A forte alta do dólar registrada ao longo desta quarta-feira (26) garantiu mais um dia de ganhos aos preços do milho no mercado brasileiro. A saca do milho no Porto de Santos subiu 1,56%, para R$ 32,50. No terminal de Paranaguá, a cotação permaneceu estável em R$ 31,50 a saca do milho para entrega em outubro/15.

No mercado interno, a praça de Luís Eduardo Magalhães (BA) foi a que mais subiu nesta quarta-feira, em torno de 4,35% e a saca negociada a R$ 24,00. Em Jataí (GO), o ganho foi de 2,56% e a saca do cereal cotada a R$ 20,00. Na região de Cascavel (PR), os preços subiram para R$ 21,40, uma valorização de 1,90%. E nas praças de Londrina e Ubiratã, ambas no Paraná, o ganho foi de 0,94% e a saca a R$ 21,40. Nas demais localidades pesquisadas pelo Notícias Agrícolas o dia foi de estabilidade às cotações.

Contudo, no final da sessão, a moeda norte-americana acabou devolvendo os ganhos e encerrou o dia com leve queda de 0,19%. Ainda assim, o câmbio permaneceu no patamar de R$ 3,60, depois de chegar a R$ 3,6563 e alta de 1,33%, maior nível intradia desde 14 de fevereiro de 2003, segundo informou a agência Reuters.

A recente valorização do câmbio também contribuiu para a comercialização da safrinha de 2015 e já ocasiona negócios interessantes para a segunda safra de 2016. Segundo o representante da CS Agronegócios, Marcelo Nunes, cerca de 80% da safrinha da região de Uberaba (MG) já foi negociada com destino à exportação.

"Tivemos muitos negócios em julho, depois da alta do câmbio. Já temos embarques programados para agosto e setembro. Nesse momento, temos a saca do milho sendo cotada a R$ 21,00 na nossa região, que pode ser considerado um bom valor devido à produtividade favorável. Em média, os produtores colheram cerca de 120 sacas do grão por hectare", diz Nunes.

Para essa safra, a perspectiva, tanto dos analistas, quanto das consultorias privadas, é de grandes volumes de milho embarcados. A projeção é que o Brasil supere o recorde de 2013, de 26 milhões de toneladas exportadas. Os números variam entre 28 milhões a 30 milhões de toneladas nesta temporada.

Ainda hoje, a Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina) reportou que no intervalo dos meses de agosto e outubro, o Porto de Paranaguá deverá registrar um crescimento de 71% na movimentação de soja e milho. "Mais de 80 navios graneleiros devem carregar no terminal", informou a administração.

BM&F Bovespa

As cotações do milho negociadas na BM&F Bovespa encerraram a sessão desta quarta-feira (26) em campo positivo, pelo 3º dia consecutivo. Ao longo do pregão, os contratos da commodity reduziram os ganhos a medida que o dólar também diminuiu a valorização. Com isso, as principais posições do cereal finalizaram o dia com altas entre 0,83% e 0,96%. O vencimento setembro/15 era cotado a R$ 29,30 a saca, acima do registrado no dia anterior, de R$ 29,05/sc.

"O vencimento novembro terminou o dia a R$ 31,56, com ganho de 0,83% e rompeu um importante patamar de resistência técnica, de R$ 31,50. É importante salientar que o milho vem acompanhando a forte valorização do dólar e na visão fundamentalista ainda tem espaço para boas altas ao longo do ano de 2015", disse Márcio Genciano, consultor de mercado da MGS Rural.

Bolsa de Chicago

Na sessão desta quarta-feira (26), os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) terminaram o dia em campo negativo. As principais posições do cereal finalizaram o pregão com quedas entre 3,50 e 3,75 pontos. O vencimento setembro/15 era cotado a US$ 3,61 por bushel.

De acordo com informações do site internacional Farm Futures, as informações do mercado financeiro pressionaram os preços do cereal. "A incapacidade da China de prender seus mercados de ações, que fecharam em queda nesta quarta-feira, acabou pesando sobre os mercados de commodities nos EUA, como milho, soja e trigo", disse Bob Burgdorfer, editor e analista do portal.

Ainda assim, o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, destaca que o mercado do cereal tem capacidade de se recuperar mais rápido em relação aos outros mercados devido aos fundamentos. "Temos uma safra norte-americana menor, a Europa ainda tem problemas na safra em função do clima e a demanda para o grão é maior", explica.

Paralelamente, o mercado ainda acompanha as informações sobre o andamento do clima no Meio-Oeste dos EUA, uma vez que 85% das lavouras do cereal estão em fase de enchimento de grãos. Para os próximos 6 a 10 dias, o NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - indica chuvas dentro da normalidade, mas as temperaturas deverão ficar acima da média, conforme o indicado nos mapas abaixo.

Chuva prevista nos EUA entre os dias 1 a 5 de setembro - Fonte: NOAA

Chuva prevista nos EUA entre os dias 1 a 5 de setembro - Fonte: NOAA

Temperatura prevista nos EUA entre os dias 1 a 5 de setembro - Fonte: NOAA

Temperatura prevista nos EUA entre os dias 1 a 5 de setembro - Fonte: NOAA

Produção de etanol dos EUA

A produção de etanol nos EUA ficou em 952 mil barris diários até a semana encerrada no dia 21 de agosto. O número ficou abaixo do indicado na semana anterior, de 965 mil barris diários. Já os estoques de etanol foram mantidos em 18,6 mil barris. As informações foram divulgadas pela AIE (Agencia de Internacional de Energia) nesta quarta-feira.

Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:

>> MILHO

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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