Milho: Em meio ao bom desenvolvimento da safra dos EUA, mercado exibe leves perdas nesta 6ª feira na CBOT

Publicado em 22/07/2016 08:21

Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços futuros do milho iniciaram o pregão desta sexta-feira (22) em campo negativo. As principais posições do cereal exibiam perdas entre 1,50 e 2,50 pontos, por volta das 7h58 (horário de Brasília). O vencimento setembro/16 era cotado a US$ 3,31 por bushel, enquanto o dezembro/16 era negociado a US$ 3,38 por bushel. Já o maio/17 operava a US$ 3,54 por bushel.

De acordo com o noticiário internacional, os participantes do mercado ainda observam a onde de calor em curso no Meio-Oeste dos EUA e quais os impactos às lavouras de milho. Contudo, muitas áreas cultivadas receberam chuvas recentemente, o que pode aliviar o stress nas plantas.

"As temperaturas mais altas no Meio-Oeste não são ideais para a saúde das plantas. Mas em torno de 76% das lavouras apresentam boas ou excelentes condições. E as chuvas registradas na semana anterior podem minimizar o estresse das plantações no curto prazo", disse Benson Quinn Commodities, em entrevista ao Agrimoney.

"Para o milho, as condições climáticas são boas para a maioria das áreas, como a cultura está a atravessar os dias finais de sua fase crítica de desenvolvimento, ou seja, a polinização", reportou Ami Heesch, no CHS Hedging.

Caso o clima seja favorável, a perspectiva é que sejam colhidas 369 milhões de toneladas, com produtividade média ao redor de 177,8 sacas por hectare, conforme projeções do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). "Se alcançarmos esse rendimento, poderemos ver o dezembro/16 a US$ 3,20 por bushel. Com produtividade próxima de 179,92 sacas por hectare, poderemos ver um preço ainda mais baixo, de US$ 3,00 por bushel", reforça Ami Heesch.

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Milho: Com retração vendedora, preços têm mais um dia de firmeza no mercado interno; na BM&F, 5ª feira positiva

Nesta quinta-feira (21), os preços do milho registraram oscilações positivas no mercado interno. De acordo com levantamento realizado pelo Notícias Agrícolas, o valor subiu 28,58%, na região de Avaré (SP), com a saca do cereal a R$ 43,96. Em Ubiratã e Londrina, ambas praças do Paraná, a alta foi de 2,90%, com a saca a R$ 35,50.

Enquanto isso, em São Gabriel do Oeste (MS), o preço subiu para R$ 36,00 a saca, com ganho de 2,86%. Já em Cascavel (PR), a alta foi de 1,43%, com a saca a R$ 35,50. No Porto de Paranaguá, a saca permaneceu estável em R$ 33,00 para entrega em setembro/16. Em contrapartida, o valor caiu 17,21% em Assis (SP), com a saca a R$ 35,17, em Itapeva (SP), o recuo foi de 15,83%, com a saca a R$ 39,08. Já em Sorriso (MT), a queda foi de 3,03%, com a saca a R$ 32,00.

"Essa alta é basicamente decorrente da retração dos produtores. Esse movimento era esperado para final de agosto e início de setembro. Porém, os produtores em função da produtividade mais baixa estão colhendo a safrinha cumprindo os contratos e retendo o restante da produção. Com isso, no interior, as ofertas estão um pouco mais restritas nesse momento", explica o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari.

O analista ainda pondera que o comportamento dos preços irá depender principalmente da decisão dos produtores em negociar ou não a produção. "E também precisamos saber qual será o volume de exportações no segundo semestre. Se não embarcamos um volume entre 15 milhões a 17 milhões de toneladas, teremos estoques maiores do que o esperado", destaca.

Ainda na visão do analista, o Brasil embarcou até o momento pouco mais de 4 milhões de toneladas e há mais 2,7 milhões de toneladas nas filas de embarques. Segundo projeções da Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais) o país deverá embarcar 23 milhões de toneladas ao longo de 2016.

"Não há nenhuma condição de novos negócios para exportação com o milho. Enquanto temos um valor próximo de R$ 34,00 a saca no Porto de Santos, a região de Campinas (SP) paga R$ 48,00 a saca. Não temos chances de ter uma arrancada nas exportações no segundo semestre. Estamos embarcando contratos antigos, já realizados anteriormente e com entrega na safrinha", pondera Molinari.

O analista ainda orienta que os produtores estejam atentos aos preços e negociem o milho aos poucos, conforme as cotações registrem oscilações positivas. "O agricultor deve ter consciência que temos um longo caminho até a entrada da safra do ano que vem. Existe um abastecimento interno a ser atendido, temos muitas variáveis ainda pelo caminho, mas os preços mais altos precisam ser aproveitados", destaca.

Para a safrinha, os números oficiais apontam para uma produção próxima de 43 milhões de toneladas do cereal. E, considerando os números de oferta e demanda os estoques de passagem ficariam próximos de 4,47 milhões de toneladas, abaixo das 4,5 milhões de toneladas consumidas mensalmente pelo país.

BM&F Bovespa

O pregão desta quinta-feira foi positivo aos preços do milho negociados na BM&F Bovespa. As principais posições do cereal exibiram ganhos entre 0,76% e 1,63%. O vencimento setembro/16, referência para a safrinha brasileira, era cotado a R$ 46,70 a saca, já o novembro/16 era negociado a R$ 47,75 a saca. O março/17 fechou a sessão a R$ 45,40 a saca, com alta de 1,48%.

Dólar

A moeda norte-americana subiu 1,02% nesta quinta-feira e fechou a sessão a R$ 3,2816 na venda. Conforme dados reportados pela agência Reuters, o câmbio realizou lucros depois do tombo recente da moeda enquanto esperavam novos desdobramentos que possam servir para mudar o atual patamar observado.

Bolsa de Chicago

As cotações futuras do milho negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta quinta-feira (21) do lado negativo da tabela. Apesar da tentativa de recuperação no início da sessão, o movimento não foi sustentado e os preços recuaram pelo 3º dia consecutivo. As principais posições da commodity registraram perdas entre 3,00 e 3,50 pontos. O contrato setembro/16 era cotado a US$ 3,34 por bushel, já o dezembro/16 era negociado a US$ 3,40 por bushel.

De acordo com informações do noticiário internacional, os participantes do mercado tentam descobrir o quão prejudicial às temperaturas mais altas serão às lavouras de milho. Em meio à fase mais importante de desenvolvimento da cultura, a polinização, os investidores seguem, mais do que nunca, atentos ao comportamento climático no Meio-Oeste dos EUA.

Tradicionalmente, esse já é um período de maior volatilidade aos preços em Chicago, conforme ponderam os analistas. Até esse momento, as plantações de milho ainda apresentam bom desenvolvimento e, conforme reporte do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), em torno de 76% das lavouras permanecem em boas ou excelentes condições. Caso as condições climáticas sejam favoráveis, os produtores poderão colher uma safra pouco acima de 369 milhões de toneladas do grão na safra 2016/17.

Segundo os mapas atualizados pelo NOAA - Serviço Oficial de Meteorologia do país - e divulgados nesta quinta-feira, apontam para temperaturas mais amenas entre os dias 29 de julho e 4 de agosto. No mesmo período, as chuvas deverão ficar dentro da normalidade.

Ainda hoje, o departamento reportou novo boletim de vendas para exportação. Na semana encerrada no dia 14 de julho, as vendas de milho ficaram em 851,4 mil toneladas. Cerca de 345,1 mil toneladas da safra 2015/16 e 506,3 mil toneladas da safra 2016/17.

No total, o volume ficou abaixo da expectativa dos participantes do mercado entre 900 mil a 1,3 milhão de toneladas. Na semana anterior, o número foi de 1.355,6 milhão de toneladas.

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Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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