Milho: B3 recua nesta 2ªfeira e Brandalizze vê mercado perdendo ritmo nas próximas semanas

Publicado em 13/06/2022 16:39
Vencimentos próximos de Chicago caem com cenário econômico e os mais à frente sobem olhando a safra

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A segunda-feira (13) chega ao final com os preços futuros do milho contabilizando flutuações em campo negativo na Bolsa Brasileira (B3). As primeiras principais cotações tiveram leves recuos e flutuaram na faixa entre R$ 88,00 e R$ 96,00. 

O vencimento julho/22 foi cotado à R$ 88,91 com perda de 0,25%, o setembro/22 valeu R$ 91,92 com queda de 0,28%, o novembro/22 foi negociado por R$ 93,84 com desvalorização de 0,33% e o janeiro/23 teve valor de R$ 96,56 com baixa de 0,02%. 

Para o analista de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze, a B3 está trabalhando olhando para o mercado de fora, perdendo o patamar dos R$ 90,00 e começando a perder folego. 

“O produtor vai vendo que o cavalo do milho vai começar a escapar quando a colheita começar avançar porque ainda estamos baseando na colheita do Mato Grosso e esse milho ainda não está aparecendo no mercado porque são contratos de exportação ou para indústrias de etanol”, diz. 

Brandalizze destaca ainda que, novos volumes de milho vão começar a chegar ao mercado nas próximas duas semanas e o produtor precisa ficar cauteloso. “Há uma grande chance de ter uma pressão maior de baixa e o milho pode perder até 10 ou 15% de valor porque vamos precisar exportar muito milho e o mercado já começa a perder ritmo”. 

Já no mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho registrou elevações neste primeiro dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização apenas em Dourados/MS. Já as valorizações apareceram em Ubiratã/PR, Cascavel/PR, Castro/PR, Pato Branco/PR, Jataí/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Amambai/MS, Campinas/SP e Porto de Santos/SP. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira 

De acordo com a análise da Agrifatto Consultoria, “a saca do milho em Campinas/SP mantém estabilidade nos R$86,00/sc com os agentes acompanhando a evolução da colheita e com baixa intensidade nas negociações”.   

Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que o movimento de queda diária consecutiva nas cotações do milho, que vinha sendo verificado desde meados de maio, foi interrompido nos últimos dias, de acordo com dados do Cepea.  

“Esse cenário está atrelado às altas dos preços nos portos brasileiros na semana passada, que, por sua vez, foram impulsionados pela demanda mais aquecida e pelas valorizações externa e do dólar. Compradores se mantiveram afastados na maior parte da semana, limitando as altas nos preços”, explica a nota.  

O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas/SP) subiu 0,41% de 3 a 10 de junho, fechando a R$ 85,42/saca de 60 kg na sexta-feira, 10.    

Mercado Externo 

A Bolsa de Chicago (CBOT) também teve uma segunda-feira de campo misto para os preços internacionais do milho futuro, com as primeiras posições recuando e as demais avançando. 

O vencimento julho/22 foi cotado à US$ 7,69 com queda de 4,00 pontos, o setembro/22 valeu US$ 7,30 com baixa de 2,00 pontos, o dezembro/22 foi negociado por US$ 7,21 com alta de 1,00 ponto e o março/23 teve valor de US$ 7,26 com elevação de 1,75 pontos. 

Esses índices representaram, com relação ao fechamento da última sexta-feira (10), perda de 0,52% para o julho/22 e de 0,27% para o setembro/22, além de ganho de 0,14% para o dezembro/22 e de 0,28% para o março/23. 

Segundo informações da Agência Reuters, os contratos futuros de grãos dos Estados Unidos caíram nesta segunda-feira, com vendas amplas e perdas em outros mercados ofuscando as preocupações com o clima desfavorável das safras e a forte demanda de exportação pela soja americana, disseram analistas. 

A publicação ainda acrescenta que, as ações globais e os títulos do governo também despencaram com as commodities à medida que a inflação nos EUA alimentava preocupações sobre um aperto ainda mais agressivo da política. 

“A questão dominante são os mercados externos”, disse Don Roose, presidente da corretora US Commodities em Iowa. 

Do lado das safras norte-americanas, a Reuters relata que o calor esperado no meio-oeste dos EUA alimentou algumas preocupações iniciais entre traders sobre condições desfavoráveis para milho e soja, mas alguns analistas disseram que o milho pode se beneficiar de um período de calor depois que o clima frio e úmido atrasou os plantios na primavera. 

“O mercado continuará muito reativo às previsões meteorológicas e às chances de chuva, especialmente porque as previsões indicam temperaturas acima do normal para as próximas duas semanas”, disse a CHS Hedging em nota.

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Por:
Guilherme Dorigatti
Fonte:
Notícias Agrícolas

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