Milho: Recuo nos EUA incentiva aposta brasileira
Após analisar mais de 2,3 mil amostras colhidas em lavouras do Meio-Oeste, o coração de produção de grãos do país, os técnicos concluíram que, mesmo em área 4% maior, a safra de milho dos EUA deve ser similar à colhida na temporada anterior. Nas contas da empresa, os produtores norte-americanos devem produzir 317,1 milhões de toneladas do cereal no ciclo 2011/12. O volume é apenas 0,3% superior ao obtido na safra passada (316,2 mi/ton) e 3% menor que o previsto pelo USDA, o departamento de agricultura do país, no início do mês (328 mi/ton).
“Os números apenas confirmaram o que todo mundo já sabia: que a estimativa do USDA está muito alta”, diz o analista da Telvent DTN John Sanow. No início de agosto, o governo norte-americano havia cortado 14 milhões de toneladas da sua projeção para o cereal. A Pro Farmer foi além e tirou outras 10 milhões de toneladas.
Na avaliação dos técnicos da consultoria, o impacto do clima adverso sobre as lavouras de milho foi severo e não há mais tempo para que as plantas se recuperem. O excesso de umidade durante a primavera atrasou o plantio em muitas regiões. Com isso, a onda de calor, em junho, e a estiagem, em julho, atingiram as plantas no estágio mais vulnerável do ciclo de desenvolvimento.
Em alguns estados, o clima reduziu o número de espigas por hectare. Em outros, fez os grãos perderem peso. Em todos os casos, o resultado foi a queda do rendimento médio, que, segundo a Pro Farmer, deve ficar em 9,3 mil quilos por hectare, abaixo do estimado pelo USDA início do mês (9,6 mil kg/ha).
“Se a projeção (da Pro Farmer) se confirmar, e se a demanda se mantiver em 334,3 milhões de toneladas como prevê o USDA, ao final da temporada 2011/12 os estoques de milho dos EUA cairão a 7,2 milhões de toneladas. Isso levaria a relação estoque-consumo para 2,1%, o pior nível da história”, calcula Sanow.
Soja
Para a soja, a Pro Farmer trouxe números superiores aos do USDA. Com uma média de 2,8 mil quilos por hectare, a safra norte-americana pode render 83,9 milhões de toneladas em 2011/12, aponta o diagnóstico. No entanto, a falta de umidade no enchimento de grãos pode levar a oleaginosa para o mesmo caminho do milho, alerta da consultoria.
Segundo os meteorologistas, as chances de isso acontecer são grandes. De acordo com o instituto Freese Notis, o clima vai permanecer seco na porção sudeste, com chuvas isoladas no noroeste do cinturão de produção de grãos. As temperaturas também voltam a subir a partir de amanhã em todo o Meio-Oeste, com os termômetros superando 32°C em setembro.
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