Dólar sobe 1% ante real, mas interrompe quatro altas semanais

Publicado em 10/10/2014 17:33

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Por Bruno Federowski

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subiu 1 por cento ante o real nesta sexta-feira, impulsionado por pesquisas eleitorais mostrando a presidente Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) em empate técnico e pelo quadro externo negativo, mas ainda fechou a semana em queda, interrompendo quatro altas semanais seguidas.

Parte do mercado apostava em uma vantagem maior do tucano, que é preferido pelos investidores porque promete uma postura mais ortodoxa, enquanto a política econômica do atual governo é alvo de críticas.

A moeda norte-americana avançou 1,07 por cento ante o real, a 2,4236 reais na venda. Na semana, acumulou queda de 1,55 por cento, após valorizar-se quase 10 por cento ao todo nas quatro semanas anteriores. Na máxima, atingida nos últimos minutos do pregão, a divisa chegou a 2,4265 reais.

Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 800 milhões de dólares nesta sessão.

As primeiras pesquisas do Datafolha e do Ibope para o segundo turno mostraram Dilma e Aécio em empate técnico. Ambos os levantamentos apontaram o candidato do PSDB com 51 por cento dos votos válidos, contra 49 por cento da atual presidente.

Nesta semana, pesquisas de outros institutos pouco monitorados pelo mercado haviam indicado vantagem maior do tucano, que é preferido pelos mercados por prometer uma política econômica mais ortodoxa.

"Ontem, chegamos a ouvir boatos de vantagem de 7 pontos (percentuais) para o Aécio", disse o tesoureiro da corretora Icap, Arlindo Sá.

A cena eleitoral, afirmam os especialistas, vai continuar sendo a tônica das próximas semanas e gerando volatilidade nos mercados, em meio à acirrada disputa eleitoral.

No exterior, a alta do dólar foi sustentada também por preocupações com o crescimento global , que ganharam mais um reforço na última hora do pregão. A agência de classificação de risco Standard & Poor's revisar a perspectiva da nota da França para "negativa", ante "estável".

Em relação a uma cesta de moedas, a moeda norte-americana subia 0,47 por cento, enquanto o índice acionário norte-americano Standard & Poor's 500.

"O dólar tem subido bastante lá fora nas últimas semanas e não está dando sinais de trégua. O mercado aqui também precisa se ajustar a isso", disse o gerente de câmbio da corretora Treviso, Reginaldo Galhardo.

O quadro negativo global também é corroborado pela perspectiva de que os juros norte-americanos não devem continuar baixos por muito tempo. Nesta sexta-feira, o presidente do Federal Reserve de Dallas, Richard Fisher, afirmou que possivelmente chegou a hora de abandonar a promessa de manter as taxas de juros quase zeradas por um "tempo considerável" após a conclusão do programa de compra de títulos do banco central dos EUA.

Juros mais altos na maior economia do mundo poderiam atrair recursos aplicados em outros países, como o Brasil.

"É uma conjunção de fatores ruins: o crescimento lá fora está fraco, temos o fator Fed e uma quantidade grande de incertezas geopolíticas", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano.

Nesta manhã, o Banco Central vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 3,5 mil contratos para 1º de junho e 500 para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,7 milhões de dólares.

O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de até 8 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 36 por cento do lote total, equivalente a 8,84 bilhões de dólares.

(Edição de Patrícia Duarte e Flavia Bohone)

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Fonte:
Reuters

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