Datafolha mostra Aécio com 51% dos votos válidos e Dilma soma 49%

Publicado em 15/10/2014 18:38 e atualizado em 15/10/2014 20:33
Pesquisa mostra que o cenário segue inalterado na corrida presidencial a onze dias das urnas – indecisos são 6%, e outros 6% votarão em branco ou nulo

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Por Alexandre Caverni

SÃO PAULO (Reuters) - A nova pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira mostrou estabilidade na disputa eleitoral entre o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, e a presidente Dilma Rousseff (PT).

Aécio segue com 51 por cento dos votos válidos (excluindo brancos, nulos e indecisos), enquanto Dilma permanece com 49 por cento. Como a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, os candidatos estão tecnicamente empatados.

Pelo eleitorado total, o tucano tem 45 por cento das intenções de voto, contra 43 por cento da petista --na semana passada o placar era 46 a 44 por cento, respectivamente. Os eleitores que planejam votar em branco ou anular seus votos somam 6 por cento (ante 4 por cento na sondagem anterior). Os indecisos seguem em 6 por cento.

O Datafolha ouviu 9.081 eleitores em 366 municípios, entre terça e quarta-feira.

O instituto investigou ainda o grau de decisão dos eleitores. Aécio e Dilma também estão empatados na taxa de convicção: 42% afirmam intenção de votar nele "com certeza", o mesmo valor para Dilma.

Há 18% que "talvez" possam votar no tucano (eram 22% na pesquisa anterior) ante 15% para Dilma (eram 14%). Já os que não votam em Aécio "de jeito nenhum" são 38% agora (eram 34% no dia 9), enquanto 42% rejeitam votar em Dilma (eram 43%).

Em VEJA: Tudo igual no Datafolha. E por que isso é especialmente bom para Aécio (por Reinaldo Azevedo):

Datafolha 15.10

Nada mudou na pesquisa Datafolha. Tudo segue como na semana passada, mas a situação melhorou para o tucano Aécio Neves, já digo por quê. Segundo o instituto, se a eleição fosse hoje, ele teria 51% dos votos válidos, contra os mesmos 49% dela. Brancos e nulos somam 6%, mesmo percentual dos que dizem que não votarão em ninguém. Considerado o conjunto dos votos, o tucano variou de 46% para 45% na semana passada, e a petista, de 44% para 43% — ambos oscilaram um ponto para baixo, dentro da margem de erro, que é de dois pontos para mais ou para menos. O Datafolha ouviu 9.081 eleitores em 366 municípios. O nível de confiança do levantamento é 95% (em 100 pesquisas com a mesma metodologia, os resultados estarão dentro da margem de erro em 95 ocasiões). O registro do estudo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é BR 01098/2014. Daqui a pouco, o Jornal Nacional divulga os números do Ibope. Duvido que seja diferente disso.

Alguns dados da pesquisa indicam que ele leva uma ligeira vantagem nos dados, digamos, laterais. O índice dos que dizem que votarão com certeza em cada um dos candidatos é o mesmo: 42%. Ocorre que 18% dizem que podem votar em Aécio, contra 15% que afirmam o mesmo sobre Dilma. A rejeição a ela é ligeiramente maior do que a dele: 48% a 32%. Sim, tudo está na margem de erro, mas é muito provável que a situação seja favorável ao tucano.

Muito bem: por que afirmo que Aécio está melhor hoje do que na semana passada? Porque, até agora, ele não havia apanhado tanto no horário eleitoral gratuito. Como o PT havia se ocupado em desconstruir Marina Silva, ele havia ficado um pouco de lado. Agora, o alvo da campanha suja é ele — e põe campanha suja nisso! O levantamento foi feito nestas terça e quarta e, portanto, já sob o impacto, tendo havido algum, do debate havido na Band.

O PT já investiu contra FHC, já investiu contra o governo de Minas, já tentou provocar uma guerra do Nordeste contra o Sudeste… Até agora, sem efeito nenhum.

Outro elemento pode contar em favor do tucano, mas aí não se trata de ciência, de lógica, de nada, apenas de fatos informados pela história, que podem ou não se repetir: petistas têm sempre menos votos do que lhes conferem as pesquisas, e tucanos, sempre mais. Por que tem sido assim? Por causa da patrulha que os “companheiros” exercem na rua, na chuva, na fazenda, numa casinha de sapé ou nas redes sociais. Por incrível que pareça, existe um voto antipetista que tem medo de dizer seu nome.

Por Reinaldo Azevedo

 

No Estadão: Datafolha projeta decisão apertada e no último momento

por JOSE ROBERTO DE TOLEDO

 

A estabilidade das intenções de voto em Aécio Neves (PSB) e Dilma Rousseff (PT) confirma a maior divisão do eleitorado na história das eleições presidenciais no Brasil. Mostra ainda que o apoio formal de Marina Silva (PSB) ao tucano foi irrelevante e que a eleição só deverá ser decidida no próprio dia 26.

Como já ocorrera em 2010, o eleitorado de Marina foi mais rápido do que a candidata do PSB para escolher seu lado, ou ao menos para declará-lo. Logo, a opção pública de Marina por Aécio foi mais consequência do que causa do crescimento do tucano.

Na verdade, o potencial de transferência de votos de Marina é baixo: só 20%, segundo o Datafolha, votariam em um candidato apoiado por ela, contra 23% que não votariam, pelo mesmo motivo. Para a maioria absoluta, 53%, a posição de Marina é irrelevante. São números parecidos com os de Fernando Henrique Cardoso, e muito menores do que os de Luiz Inácio Lula da Silva.

Além de reafirmar o empate técnico entre Aécio e Dilma, o Datafolha mostrou uma convergência das taxas de rejeição aos dois presidenciáveis. A do tucano subiu, de 34% para 38%, e chegou assim ao limite de um empate técnico com a da petista, que oscilou de 43% para 42%. Já as taxas dos que dizem que votariam com certeza em um ou em outro empatam em 42%.

Tudo isso soma-se ao fato de 15% dos eleitores terem dito ao Datafolha que escolheram seu candidato no primeiro turno entre o sábado e o domingo de votação. Se não houver nenhum evento que mude os rumos da campanha e faça-a pender para um lado, a decisão será por margem muito apertada e na última hora, depois até de as pesquisas de véspera irem a campo. É um cenário de pesadelo para os candidatos – e para os institutos.

Datafolha

 

 

 

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Fonte:
Reuters + Folha + Veja + Estadão

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